Considerado o mais importantes dos escritores e pensadores alemães, Johann Wolfgang Von Goethe, viveu 83 anos em nossa Dimensão, tendo desencarnado em 1832, na cidade de Weimar. Romances, peças de teatro, poemas, escritos autobiográficos, reflexões teóricas nas áreas da arte, literatura e ciências naturais, fazem parte de sua vasta produção. Ao lado de Friedrich Schiller foi um dos líderes do movimento literário romântico alemão.Sua obra influenciou a literatura de todo o mundo. Atraves do romance OS SOFRIMENTOS DO JOVEM WERTHER, tornou-se famoso em toda a Europa no ano de 1774. Marco inicial do romantismo, o livro é considerado por muitos como uma obra-prima da literatura mundial, de tom autobiográfico, escrito na primeira pessoa e com poucas personagens. Na época de seu lançamento, ocorreu na Europa, uma onda de suicídios, de tão profundo que Goethe fora em suas palavras. Outra obra consagrada de Goethe, foi FAUSTO, poema trágico dividido em duas partes, redigido como uma peça de teatro, pensado mais para ser lido que encenado, cuja versão definitiva foi escrita e publicada em 1808. Em 1788, aos trinta e nove anos, ao retornar da Itália, conhece Schiller – que a esta altura já havia escrito a ODE Á ALEGRIA posteriormente imortalizada por Beethoven na sua NONA SINFONIA -, nascendo daí uma sincera amizade, embora temperada com uma dose de competição, embora incomodado com o sucesso do seu concorrente dez anos mais jovem, especialmente pelo seu vício pelo tabaco e pelo jogo. Schiller morreria sete anos depois, aos 39 anos, mas a convivência renderia bons trabalhos em comum. Bem, Allan Kardec, quatorze anos após a morte de Goethe, na reunião da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas de 25 de março de 1856, o evoca e o entrevista, obtendo interessantes informações sobre sua vida, obra e situação no Plano Espiritual. Foram dezenove perguntas, respondidas objetivamente pelo famoso intelectual e reproduzidas no número de junho de 1859 da REVISTA ESPÍRITA. Informando estar ainda na situação de desencarnado, esclarece “estar mais feliz do que enquanto vivo” em nossa Dimensão “por estar desvencilhado do corpo grosseiro, vendo o que não via antes”. Sobre sua opinião atual sobre FAUSTO, explica que era “uma obra que tinha por objetivo mostrar a vaidade e o vazio da Ciência Humana e, por outro lado, naquilo que havia de belo e de puro, exaltar o sentimento do amor, castigando-o no que encerrava de desregrado e de mau”. Sobre se teria sido por uma espécie de intuição do Espiritismo – ainda não Codificado –, que descreveu a influência dos maus Espíritos sobre o homem, disse que “tinha a recordação exata de um mundo onde via exercer-se a influência dos Espíritos sobre os seres materiais”, acrescentando ser uma “recordação de uma existência precedente”, “num mundo diferente da Terra, onde se viam os Espíritos agindo”. Explicou que “era um mundo superior até certo ponto”, mas não como entendemos. “Nem todos os mundos tem a mesma organização, sem que, por isto, tenham uma grande superioridade”, disse. Sobre si, revelou que em sua passagem pela Terra, “cumpria uma missão, não tendo se comprometido, por sua obra ainda servir para moralização”. Segundo ele, “aplicava aquilo que podia haver de superior naquele mundo precedente para melhorar as paixões dos seus heróis”. Sobre a adaptação de FAUSTO, para ópera, feita por Charles-François Gounod, disse que o compositor o “evocou sem o saber, compreendendo-o muito bem, mesmo pensando como músico francês”. A respeito de WERTHER, do ângulo em que se encontrava por ocasião da comunicação espiritual, “a desaprovava, pois fez e causou desgraças”, “sofrendo e se arrependendo pela influência maléfica espalhada, causando muitos suicídios”. Solicitado a opinar sobre Schiller, disse: -“Somos irmãos pelo Espírito e pelas missões. Schiller tinha uma grande e nobre alma, de que eram reflexos as suas obras. Fez menos mal do que eu. É-me superior, porque era mais simples e verdadeiro”. A entrevista inclui ainda outros temas curiosos para nossas reflexões.
Uma ouvinte, que não quer se identificar, diz que às vezes sente uma presença estranha, quando está sozinha em casa, como se uma pessoa estivesse ali com ela. Por vezes, vê vultos, que não consegue divisar direito, pois eles desaparecem ao fixar a vista para distingui-los. Ela quer uma explicação para isso. Esta questão é muito parecida com uma que respondemos em edições anteriores, mas se trata de uma das questões mais comentadas pelos ouvintes.
Ver vultos em casa ou se sentir vigiado em determinados momentos é uma sensação mais comum do que se pensa. Acontece que, geralmente, as pessoas não revelam essa experiência a ninguém, por medo de serem mal interpretadas ou levadas a conta de loucas ou desequilibradas. Esta postura é uma questão cultural. No entanto, atrás desse fenômeno – quando a sensação não decorre de algum distúrbio psicoemocional que exija tratamento médico-psicológico, há algo revelador, com que muita gente se assusta.
De fato, todos nós, seres humanos, somos também Espíritos, embora encarnados. Além dos sentidos – visão, audição, olfato, paladar e tato, que nos revelam o mundo material – trazemos também resquícios de uma percepção que vai além dos sentidos físicos, embora o cérebro ainda seja o veículo dessas percepções, mecanismo que a ciência ainda não estudou. Essas sensações se revelam mais presentes na infância e na adolescência, mas também podem acontecer na idade adulta.
Allan Kardec refere-se a elas como sendo fenômeno de emancipação da alma. Trata-se de um fenômeno perceptivo, que a Parapsicologia chama de Percepção Extra-sensorial e o pesquisador Alexandre Aksakof chama de fenômeno anímico ou animismo. Entenda-se, pois, por animismo a capacidade humana de perceber além dos sentidos. Por exemplo, a telepatia ou captação de pensamentos é um fenômeno anímico.
Kardec condiciona a mediunidade ao animismo. Isso quer dizer que o médium só é intermediário para a manifestação do Espírito, porque pode captar a mensagem mental do Espírito. Isso quer dizer que: na comunicação o médium é intermediário, porque percebe além dos sentidos. Por essa razão, alguns autores preferem chamar o fenômeno de medianímico ao invés de fenômeno mediúnico.
Ao que tudo indica, esse tipo de percepção, seja pela passagem de vultos ou sensações imprecisas de presenças de pessoas, pode ser um indicio de mediunidade, na sua fase mais primitiva – quer dizer, uma mediunidade ainda embrionária e incapaz de definir com mais precisão o que se está percebendo. Existem teorias que abordam com mais profundidade este fenômeno.
Por outro lado, não podemos deixar de considerar que os desencarnados geralmente se encontram onde há encarnados, pois é com eles que mantêm ligações afetivas. Por isso, sempre existem Espíritos ao nosso lado, mas ordinariamente não percebemos. Dependendo de nosso estado emocional, podemos entrar numa faixa mental muito próxima da dos Espíritos e é nestes momentos que podemos sentir alguma coisa.
É a sensibilidade do encarnado que faz com que ele possa ter essas sensações que, às vezes, pode significar a presença de um Espírito familiar, até mesmo para querer se comunicar ou pedir ajuda. Se o quadro não for perturbador, no sentido de abalar emocionalmente a pessoa, a ponto de precisar de um atendimento médico, ela devem simplesmente orar pela entidade presente, ou procurar um centro espírita, ouvir a explanação do evangelho, receber passes e, até mesmo, conversar com um atendente no centro que pode orientá-la.
Do ponto de vista espírita, como sabemos que nada acontece por acaso, tais sensações são interpretadas como um chamamento. Falamos de chamamento no sentido de que pode ter chegado o momento de a pessoa se voltar mais para dentro de si mesma, reavaliar sua vida, sua maneira de viver e conviver, buscar com mais profundidade o sentido de sua própria existência, o que significa, em última análise, procurar desenvolver sua espiritualidade, seja nesta ou naquela religião com a qual se identifique.
Nenhum comentário:
Postar um comentário