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domingo, 15 de setembro de 2024

O ESPIRITISMO E O SONHO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

A Ciência afirma que todos os mamíferos sonham. Desde Freud as mais diferentes teses são apresentadas para justificar e explicar essa experiência tão importante na vida das criaturas humanas. Na sequência reunimos alguns dos elementos oferecidos pelo Espiritismo para entendimento da questão.Das conclusões do Psiquiatra Freud (1900), expostas no livro A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS - às observações dos Neurocientistas sobre o sono chamado REM – Movimento Rápido dos Olhos (1953), muitas descobertas no campo da Fisiologia e da Mente foram consumadas. Respectivamente cinquenta e cem anos antes, o pesquisador Allan Kardec incluiu n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, originais e substanciais revelações sobre o tema sono. O que dizem elas? O sono natural é a suspensão momentânea da vida de relação. Entorpecimento dos sentidos durante o qual se interrompem as relações da alma com o mundo exterior por meio dos órgãos. (IPME) O sono liberta parcialmente a alma do corpo. Quando o homem dorme, momentaneamente se encontra no estado em que estará de maneira permanente após a morte. Por efeito do sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o Mundo dos Espíritos. Nisso que chamais sono só tens o repouso do corpo, porque o Espírito está em movimento. No sono, ele recobra um pouco de sua liberdade e se comunica com os que lhe são caros, seja neste ou em outros mundos. Mas como o corpo é de matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões recebidas pelo Espírito, mesmo porque o Espírito não as percebeu pelos órgãos do corpo. (LE) No sono é só o corpo que repousa, o Espírito não dorme. As observações práticas provam que, nessas condições, o Espírito goza de toda a liberdade e da plenitude das suas faculdades; aproveita-se do repouso do corpo, dos momentos em que este lhe dispensa a presença, para agir separadamente e ir aonde quer. Durante a vida, qualquer que seja a distância a que se transporte, o Espírito fica sempre preso ao corpo por um cordão fluídico, que serve para atraí-lo, quando a sua presença se torna necessária. Só a morte rompe esse laço. (OQE,136) Os sonhos não são então mero efeito dos conflitos do inconsciente e consciente? Entre os sonhos uns há que têm um caráter de tal modo positivo que, racionalmente, não poderiam ser atribuídos apenas a um jogo da imaginação; tais são aqueles nos quais se adquire, ao despertar, a prova da realidade do que se viu, e em que absolutamente não se pensava. Os mais difíceis de explicar são os que nos apresentam imagens incoerentes, fantásticas, sem realidade aparente. As pessoas que se veem em sonho, são sempre aquelas das quais tem o aspecto? São, quase sempre, essas mesmas pessoas que vosso Espírito vai encontrar ou que veem vos encontrar. (LM, 4/100) Se sonhamos mais frequentemente com as que constituem nossas preocupações é que o pensamento é um veiculo de evocação e por ele chamamos a nos o Espírito dessa pessoas, quer estejam elas encarnadas ou não. (IPSME) As experiências vividas nos sonhos então não devem ser levadas a sério? Necessariamente incompleta e imperfeita é a visão espiritual nos Espíritos encarnados e, por conseguinte, sujeita a aberrações. Tendo por sede a própria alma, o estado desta há de influir nas percepções que aquela vista faculte. Segundo o grau de desenvolvimento, as circunstâncias e o estado moral do indivíduo, pode ela dar, quer durante o sono, quer no estado de vigília: 1º - a percepção de certos fatos materiais e reais, como o conhecimento de alguns que ocorram a grande distância, os detalhes descritivos de uma localidade, as causas de uma enfermidade e os remédios convenientes; 2º - a percepção de coisas igualmente reais do mundo espiritual, como a presença dos Espíritos; 3º - imagens fantásticas criadas pela imaginação, análogas às criações fluídicas do pensamento. Estas criações se acham sempre em relação com as disposições morais do Espírito que as gera. É assim que o pensamento de pessoas fortemente imbuídas de certas crenças religiosas e com elas preocupadas lhes apresenta o inferno, suas fornalhas, suas torturas e seus demônios, tais quais essas pessoas os imaginam. Às vezes, é toda uma epopeia. (G, 14:27/28)





Uma mãe, que não se identificou, refere-se aos modos agressivos com que as crianças de hoje, a partir dos 9 anos, tratam-se uns aos outros. Ela teme que, ensinando humildade ao seu filho, possa trazer-lhe problemas em relação aos colegas, que usam da força para constranger os mais humildes, o que poderia prejudicá-lo na formação da personalidade. Então, pergunta: até que ponto devo ensinar humildade ao meu filho?

A humildade é uma virtude nobre, senhora. Ela deve ser qualidade dos fortes e não dos fracos. Jesus a ensinou, porque é uma meta que o Espírito deve alcançar para atingir sua perfeição moral. No entanto, muito poucos a compreenderam, principalmente numa época em que a violência e o desmando predominavam no mundo. Até hoje, porém, embora admirando a coragem de Jesus, temos muita dificuldade de vivenciá-la em nosso dia, porque damos mais valor às vantagens materiais (estimuladora do orgulho) do que às virtudes do espírito.

Na sociedade em que vivemos a humildade é confundida com covardia e submissão. Mas não foi o que Jesus ensinou e tampouco o que ele viveu. Humildade pressupõe discernimento e coragem. Para ser humilde, como Jesus foi, era necessária muita coragem: coragem para encarar os inimigos sem pretender destruí-los e para contrariar os costumes vigentes, sem querer impor. Além de levar uma vida simples, sem pedir o aplauso dos homens, Jesus não forçava ninguém a segui-lo, mas simplesmente dizia: “Veja quem tem olhos de ver e ouça quem tem ouvidos de ouvir.”

A humildade numa pessoa, ao contrário da arrogância, faz com que ela compreenda não só os seus próprios limites, como compreenda mais ainda a limitação dos outros, como Jesus fez. Ser humilde não é submeter-se passivamente aos outros porque elas querem, mas submeter-se a uma causa em que acredita e que está acima das pessoas, o que é bem diferente. A causa é o ideal, é aquilo que consideramos certo, é aquilo que consideramos bom para nós e para todos. A causa de Jesus é o amor, ou seja, a fraternidade entre os homens.

Desse modo, agimos com humildade quando reconhecemos nossos próprios erros e não queremos prejudicar as pessoas; quando nos calamos diante de uma ofensa, porque entendemos que o revide seria prejudicial a todos, inclusive a nós mesmos; quando nos esforçamos por ser iguais a todo mundo, sem discriminar ninguém; quando nossa atitude é para auxiliar, ainda que soframos com isso. A humildade é a forma pela qual queremos ser apenas o que somos, sem levar vantagem em cima do sofrimento dos outros.

Ser humilde é mais do que isso, ser humilde é defender-se de si mesmo, como ensinou Jesus, pois é a forma mais adequada de conviver com as pessoas que nos rodeiam. Ele recomendou que, ao chegarmos a uma festa, tomemos os últimos lugares e não os primeiros, para evitar que sejamos obrigados depois a deixar os primeiros para ocupar os últimos em razão da chegada de convidados especiais. Aqueles que engrandecem serão rebaixados e os que se rebaixam seria elevados, disse o mestre.

Portanto, cara mãe, não devemos ensinar que nossos filhos apenas se submetam à vontade humana, mas que sempre submetam ao bem, à verdade e à justiça, porque isso é submissão à vontade de Deus. Isto é humildade no seu mais amplo sentido. Com certeza, em certos momentos da vida, eles terão que agir com determinação e firmeza, enquanto que noutras ocasiões, por força das circunstâncias, saberão como se colocar com compreensão e brandura diante da ignorância dos outros.

Contudo, cara mãe, não basta que apontemos o caminho para nossos filhos; é preciso que nós próprios, os pais, procuremos andar por esse mesmo caminho à frente deles, como fez Jesus diante dos discípulos, para servir de exemplo. Como não vamos acertar sempre, mas, ao contrário, como nós vamos errar algumas vezes diante deles, aproveitemos essas oportunidades para reconhecer esses erros e mostrar aos filhos que a humildade começa pelo reconhecimento de nossa própria imperfeição, mas com o imenso desejo de nos corrigir.




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