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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

OS ESPÍRITOS DO SENHOR; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

As - certamente angustiantes - horas que antecederam a prisão de Jesus resultante das tramas urdidas por inimigos, encarnados e desencarnados, segundo relatado no capítulo quatorze do Evangelho atribuído ao discípulo João, demonstram a dificuldade dos seguidores mais próximos em entender o real significado do que o líder e Mestre, estava tentando dizer. No versículo 26, porém ele afirma: -“Eu rogarei a Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de Verdade, que o mundo pode receber, porque não o vê nem conhece; mas vos o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós (...). Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”. Quase 20 séculos se passaram e, no prefácio de uma das obras básicas do Espiritismo – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO -, Allan Kardec inseriu trecho de uma mensagem assinada pelo Espírito da Verdade – supostamente o próprio Jesus - dizendo: -Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos céus, como um imenso exército que se movimenta ao receber a ordem de comando, espalham-se sobre toda a face da Terra. Semelhantes a estrelas cadentes, vem iluminar o caminho e abrir os olhos aos cegos. Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos”. Observa-se que no texto não fica explícita essa ação seja em nome do Espiritismo, restringindo-a, portanto. Embora o trabalho de observações e pesquisas de Kardec tenham se iniciado somente em 1854, mensagem de um Espírito identificado como Dr. Barry, inserida no capítulo dezoito do livro A GÊNESE revela que as ações dos Espíritos do Senhor, se iniciaram um século antes da Codificação dos princípios espíritas. Vários fatos confirmam que os chamados fenômenos de efeitos físicos, a princípio, e, intelectuais, na continuidade, já atraiam atenções na Europa e América do Norte. O livro JOANA D’ARC POR ELA MESMA, recebida pela médium Ermance Dufaux, quando ela contava apenas 14 anos, foi publicada em 1855, dois anos antes d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Concluída a tarefa de Kardec, teria se interrompido tal processo? A lógica e o bom senso dizem que não. Considerando a condição espiritual de encarnados e desencarnados, problemas culturais, interferências decorrentes do personalismo, após a desencarnação do professor Rivail que se ocultava no pseudônimo Allan Kardec, em todo planeta prosseguiu o trabalho dos Espíritos do Senhor, semeando as verdades ofuscadas pelas ambições humanas ao longo dos quase 20 séculos transcorridos desde a passagem de Jesus por nossa Dimensão. Se nos aprofundarmos no conhecimento sobre o surgimento de muitas obras e descobertas que influenciaram movimentos e inovações no pensamento da coletividade humana, constataremos que a ação da Espiritualidade fica evidenciada. A dinâmica, se deu através de AÇÕES OBJETIVAS (mediunidade ostensiva dos efeitos inteligentes e efeitos físicos) e de AÇÕES SUBJETIVAS (mediunidade oculta – inspiração - na literatura, artes, cultura, cinema, terapias psicológicas, novas propostas filosófico / religiosas). Inúmeras podem ser essas constatações, entendidas a partir de dois comentários presentes n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS. No item 294: “Quando é chegado o tempo de uma descoberta, os Espíritos encarregados de dirigir-lhe a marcha procuram o homem capaz de conduzi-la a bom termo, e lhe inspiram as ideias necessárias, de maneira a deixar-lhe todo o mérito, porque, essas ideias, é preciso que as elabore e as execute. Ocorre o mesmo com todos os grandes trabalhos de inteligência humana”. E, no item 183: -“Artistas, sábios, literatos, são sem dúvida, Espíritos avançados, capazes por si mesmos de compreender e de conceber grandes coisas; ora, é precisamente por que são julgados capazes, que, os Espíritos que querem o cumprimento de certos trabalhos lhes sugerem as ideias necessárias, e é assim que, o mais frequentemente, são médiuns sem o saberem. Tem, no entanto, uma vaga intuição de uma assistência estranha, porque quem apela para a inspiração, não faz outra coisas senão uma evocação”. Apenas para citar alguns na categoria de subjetivas, destacamos três exemplos, por localidade e cronologia: 1- Paris (FR) – 1903 – Investigando o possível fenômeno de exteriorização da consciência em estado de transe, o engenheiro Albert de Rochas, depara-se com a regressão de memória a vidas passadas. 2 - Suécia – 1959 – Friedrich Juergenson capta pela primeira vez vozes de Espíritos desencarnados através de um gravador magnético enquanto tentava registrar o canto de pássaros. 3 - Colorado (EUA) – 1966 – Ian Stevenson, catedrático de Psiquiatria na Universidade da Virgínia, publica VINTE CASOS SUGESTIVOS DE REENCARNAÇÃO.




Esta questão foi enviada, algum tempo, pelo nosso ouvinte e colaborador, Antonio Cuco, e diz o seguinte: “É facultado a qualquer pessoa conhecer seu Espírito protetor ou apenas os Espíritos mais elevados, como Chico Xavier por exemplo, podem sabê-lo?”

O LIVRO DOS ESPÍRITOS, questões de 489 a 521, trata d0 tema “ anjos guardiães, Espíritos protetores, familiares ou simpáticos”. O protetor ou anjo da guarda é a entidade espiritual que assumiu compromisso para acompanhar seu protegido durante a encarnação, não como alguém que vai puxar o encarnado pela mão ou detê-lo quando estiver diante de um perigo, mas o de um conselheiro que, de maneira sutil e imperceptível, sem interferir no seu livre-arbítrio, procurará intui-lo para que siga o melhor caminho.

Dizem os instrutores espirituais que o protetor não é um Espírito puro ou perfeito, mas ele sempre se encontra numa condição superior à do protegido, para que tenha condições de ajuda-lo a tomar decisões com prudência e a agir com bom senso. Mas, também, ele não é um Espírito muito superior ao protegido pois, se a distância evolutiva entre eles for muito grande, não haverá condições de contato entre eles.

Na questão 504 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS Allan Kardec pergunta: “Podemos sempre saber o nome do nosso Espírito protetor ou anjo guardião? Os instrutores respondem com outras perguntas: “Por que razão quereis saber sobre nomes que não existem para vós? Credes então que não haverá entre os Espíritos senão aqueles que conheceis?”

Mas Kardec continua: Então, “de que modo invocá-lo se não o conhecemos?” Resposta: “ Dai-lhe o nome que quiserdes ou de um Espírito superior pelo qual tendes simpatia ou veneração. Vosso Espírito protetor virá a esse apelo, porque todos os bons Espíritos são irmãos e se assistem entre si.”

Kardec ainda não se dá por satisfeito, e continua perguntando na questão seguinte: “Os Espíritos protetores, que tomam nomes conhecidos, são sempre realmente os das pessoas que usaram esses nomes?” Resposta: “Não, mas de Espíritos que lhe são simpáticos e que, frequentemente, vêm por sua ordem. Precisai de nomes? então eles tomam um nome que vos inspire confiança. Quando não podeis cumprir uma missão pessoalmente, enviais, vós mesmos, um outro que age em vosso nome”.

Por tais colocações, podemos tirar as seguintes conclusões: 1º) na grande maioria dos casos, não há nenhuma necessidade do protegido saber quem é seu protetor, muito menos conhecer seu nome, pois geralmente ele é um Espírito que o protegido não conheceu nesta existência; 2º) mesmo sem saber sua identidade ou seu nome, o protegido pode lhe dar um nome respeitável (como quiser), até mesmo o nome de algum Espírito superior a quem admire, pois isso pode lhe proporcionar mais confiança na proteção que recebe.

3º) Às vezes, por insistência do protegido, o protetor pode se identificar pelo nome de um Espírito respeitável, a quem seu protegido costuma recorrer na hora da necessidade; 4º) o protetor se identifica somente em caso de necessidade como, por exemplo, quando o protegido tem uma espinhosa missão a cumprir, vai passar por grandes problemas e sofrimento e, por isso, precisa de uma presença espiritual mais constante e com alguém que venha lhe inspirar admiração e confiança, como foi o caso de Chico Xavier. 

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