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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

ESTAVA ESCRITO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 No ultimo dia 2 de novembro, recebi de um amigo replica de uma carta atribuída a uma médica que trabalha em Munique, na Alemanha, expondo a difícil situação enfrentada pelos alemães com a chegada de mais de um milhão de refugiados, carregados de doenças, fanatismo religioso, agressivos, impondo um clima de grande instabilidade na até bem pouco tempo vida dos moradores da importante nação europeia, fatos e aspectos que a mídia local e internacional não divulga. Aproveitando a presença no Velho Continente de outro amigo que por lá realiza trabalhos jornalísticos encaminhei-lhe o texto, solicitando confirmasse as informações, respondeu: -“Na tive nem terei, acho, contato com os alemães, porém, com franceses e suíços,  isso realmente esta acontecendo. Estão infelizes e horrorizados e - a grande maioria -  revoltados com tudo isso. A informação procede. Estão chegando dessa maneira mesmo e a TV e mídia não estão noticiando. Na França, em Lyon onde estive até hoje, tudo esta um caos”. Revendo o capítulo 18 do livro A GÊNESE, de Allan Kardec, curiosos e atuais comentários podem ser lidos: 1 - A Humanidade tem realizado, até o presente, incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar: o de fazerem que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral.. Já não é somente de desenvolver a inteligência o de que os homens necessitam, mas de elevar o sentimento e, para isso, faz-se preciso destruir tudo o que superexcite neles o egoísmo e o orgulho. 2 - Não se trata de uma mudança parcial, de uma renovação limitada a certa região, ou a um povo, a uma raça. Trata-se de um movimento universal, a operar-se no sentido do progresso moral. Uma nova ordem de coisas tende a estabelecer-se, e os homens, que mais opostos lhe são, para ela trabalham a seu mau grado. 3 - Uma mudança tão radical como a que se está elaborando não pode realizar-se sem comoções. Há, inevitavelmente, luta de ideias. Desse conflito forçosamente se originarão passageiras perturbações, até que o terreno se ache aplanado e restabelecido o equilíbrio. É, pois, da luta das ideias que surgirão os graves acontecimentos preditos e não de cataclismos ou catástrofes puramente materiais. 4 - A Humanidade se transforma, como já se transformou noutras épocas, e, cada transformação se assinala por uma crise que é, para o gênero humano, o que são, para os indivíduos, as crises de crescimento. Aquelas se tornam, muitas vezes, penosas, dolorosas, e arrebatam consigo as gerações e as instituições, mas, são sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral. 5 - A humanidade é um ser coletivo em quem se operam as mesmas revoluções morais por que passa todo ser individual, com a diferença de que umas se realizam de ano em ano e as outras de século em século. 6 - De duas maneiras se opera, como já o dissemos, a marcha progressiva da humanidade: uma, gradual, lenta, imperceptível, se se considerarem as épocas consecutivas, a traduzir-se por sucessivas melhoras nos costumes, nas leis, nos usos, melhoras que só com a continuação se podem perceber, como as mudanças que as correntes de água ocasionam na superfície do globo; a outra, por movimentos relativamente bruscos, semelhantes aos de uma torrente que, rompendo os diques que a continham, transpõe nalguns anos o espaço que levaria séculos a percorrer. É, então, um cataclismo moral que traga em breves instantes as instituições do passado e ao qual sobrevém uma nova ordem de coisas que pouco a pouco se estabiliza, à medida que se restabelece a calma, e que acaba por se tornar definitiva. 7 - O progresso intelectual realizado até o presente, nas mais largas proporções, constitui um grande passo e marca uma primeira fase no avanço geral da humanidade; impotente, porém, ele é para regenerá-la. Enquanto o orgulho e o egoísmo o dominarem, o homem se servirá da sua inteligência e dos seus conhecimentos para satisfazer às suas paixões e aos seus interesses pessoais, razão por que os aplica em aperfeiçoar os meios de prejudicar os seus semelhantes e de os destruir. 8- Somente o progresso moral pode assegurar aos homens a felicidade na Terra, refreando as paixões más; somente esse progresso pode fazer que entre os homens reinem a concórdia, a paz, a fraternidade.


Num artigo publicado no jornal AÇÃO ESPÍRITA, de Marília, Orson Peter Carrara escreveu sobre “Consciência Política”, afirmando que cada um de nós – cidadãos conscientes de seus deveres legais e morais para com a sociedade – deve estar atento na escolha daqueles que vão tomar decisões sobre o futuro da sociedade. A ouvinte, Maristela Balbino quer que falemos a respeito.

Na verdade, Maristela, podemos partir da leitura do capítulo “Lei de Sociedade”, que encontramos na terceira parte de O LIVRO DOS ESPÍRITOS de Allan Kardec. O Espiritismo não é omisso em e nenhuma questão relativa à sociedade humana. No entanto, há pessoas que ainda não compreenderam que nenhum de nós pode viver distante da política. Não estamos falando da política partidária, mas estamos usando o termo “política” no sentido mais amplo da palavra.

Aliás, a palavra “política” , no seu sentido original, quer dizer administração da cidade. No tempo em que essa palavra passou a ser usada, ela se referia às cidades-estados da Grécia Antiga, séculos antes de Cristo Ora, nós sabemos que ninguém vive só; todos os seres humanos vivemos em grupos ou comunidades, que chamamos de sociedade. Sociedade, porque somos todos sócios dessas comunidades e, portanto, todos temos interesse em que elas funcionem bem, atendendo às necessidades da população.

Ser político, portanto, não é apenas ocupar um cargo público ( como prefeito ou governador, vereador, deputado ou senador), mas é ser, acima de tudo, um bom cidadão, uma pessoa de bem, trabalhando não só em função de seus interesses particulares e de sua família, mas também em função dos interesses gerais da sociedade, que tem o dever de nos proteger . Por quê? Porque, se a sociedade somos todos nós. Se ela não estiver bem, seremos atingidos por seus problemas.

É por isso que vivemos em sociedade. Para aprendermos a ser solidários, já que não podemos ser solitários, viver isoladamente. Solidariedade quer dizer “estar ao lado dos outros”, trabalhar pelo interesse comum, pelo bem de todos, a fim de que todos os cidadãos – sejam eles quem forem – possam viver com respeito e dignidade. Nesse capítulo de O LIVROS DOS ESPÍRITOS, lemos exatamente isso.

Quando Jesus nos recomendou a prática do bem ao próximo, foi nesse sentido, pois o próximo são todos aqueles que convivem conosco, na mesma comunidade. Se alguns não conseguem ter uma vida digna, se passam necessidade ou não podem usufruir dos direitos que lhes pertencem – como moradia, educação, saúde, segurança, justiça, etc. – é porque a sociedade não alcançou seu objetivo. Os cidadãos conscientes, sabendo que todos somos iguais perante a Lei de Deus, não poderão se omitir diante dessa injustiça e, ao fazer alguma coisa para ajudar a solucionar o problema, estarão praticando um ato político.

Logo, consciência política é saber conviver dentro de uma sociedade, sabendo sustentar a sua vida e ajudar os que ainda não conseguiram chegar à sua mesma condição. O cidadão, portanto, poderá cumprir com sua obrigação legal e moral, pelo menos, de três maneiras. Primeira: cumprindo com a parte que lhe compete no dia-a-dia de sua vida, junto aos seus familiares. Segunda: fazendo algo pela sociedade em que vive, além de seu próprio dever. E terceira: elegendo seus representantes no governo, além de fiscalizando sua atuação.

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

RISCOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Em artigo com que abre o número de fevereiro de 1863, Allan Kardec oferece-nos excelentes elementos para nos orientar diante de uma prática polêmica para muitos praticantes da mediunidade: a evocação de Espíritos. Parte de um fato relatado pelo médico Dr. Chaigneau correspondente da Sociedade Espírita de Paris, ligado à instituição congênere do interior da França. Conta sobre “uma família que fazia evocações com um ardor desenfreado, arrastada por um Espírito que se mostrou muito perigoso. Era um de seus parentes, morto depois de uma vida desregrada, terminada por vários anos de alienação mental. Sob nome suposto, por surpreendentes provas mecânicas, belas promessas e conselhos de uma moralidade sem reservas. Tinha conseguido de tal modo fascinar aquela gente muito crédula, que submetia todos às suas exigências e os obrigava aos atos mais excêntricos. Não podendo mais satisfazer todos os seus desejos, pediram nosso conselho e tivemos muito trabalho para os dissuadir e lhes provar que tratavam com um Espírito da pior espécie. Conseguimo-lo, entretanto, e pudemos obter que, ao menos por algum tempo se abstivessem. Desde então a obsessão tomou outro caráter: o Espírito se apoderava completamente do filho mais moço, de quatorze anos, o reduzia ao estado de catalepsia e, por sua boca, solicitava entretenimentos, dava ordens, fazia ameaças. Aconselhamos o mais completo mutismo, que foi observado rigorosamente. Os pais entregaram-se às preces e vinham procurar um de nós para os assistir(...) Praticamente, hoje, tudo cessou. Esperamos que na casa a ordem dê lugar à desordem. Longe de se desgostarem do Espiritismo, creem mais do que nunca, mas creem mais seriamente. Agora compreendem seu fim e as consequências morais; todos compreendem que receberam uma lição; alguns uma punição, talvez merecida”. Comenta Kardec:-“Este exemplo prova, mais uma vez, o inconveniente de nos entregarmos às evocações sem conhecimento de causa e sem objetivo sério. Graças aos conselhos da experiência, que aquelas pessoas escutaram, puderam desembaraçar-se de um inimigo, talvez terrível. Ressalta outro ensinamento não menos importante. Aos olhos dos desconhecedores do Espiritismo, o rapaz teria passado por um louco; não deixariam de lhe dar o tratamento correspondente e talvez desenvolvendo uma loucura real. Com a assistência de um médico espírita, o mal foi atacado em sua verdadeira causa e não teve consequências. Já o mesmo não se deu no fato seguinte. Um senhor de nosso conhecimento, residente numa cidade provinciana muito hostil às ideias espíritas, de súbito foi tomado de uma espécie de delírio, no qual dizia coisas absurdas. Como se ocupasse de Espiritismo, naturalmente falava de Espíritos. Sem aprofundar as coisas, e alarmados, os que o cercavam trataram de chamar médicos, que o declararam atacado de loucura, com muita satisfação dos inimigos do Espiritismo., e já falavam em interna-lo numa casa de saúde. Tudo quanto coligimos em relação àquele senhor prova que ele se achou, de repente, sob o império de uma subjugação momentânea, talvez favorecida por certas condições físicas. Foi a ideia que ele teve. Escreveu-nos e nós lhe respondemos. Infelizmente nossa carta não lhe chegou a tempo e dela só teve conhecimento muito mais tarde”. Lamentando o ocorrido, o destinatário, relatou o fato a Kardec, dizendo do quanto teria sido importante receber suas palavras que confirmaria suas suspeitas de “estar sendo joguete de uma obsessão, tranquilizando-o, pois de tanto ouvir que estava louco, acabou acreditando, ideia que o torturava a ponto que se o fato tivesse continuado não sabe o que teria acontecido”. Acrescenta Kardec: -“Consultado a respeito, um Espírito respondeu: -‘Esse senhor não é louco; mas a maneira por que o tratam poderá torna-lo louco. Mais ainda: poderiam mata-lo. O remédio para o seu mal está no próprio Espiritismo, e o consideram erroneamente’. Perguntado se seria possível, à distância, agir sobre ele, afirmou que “sem dúvida, sim; mas sua ação é paralisada pela má vontade dos que o cercam”. Conclui Kardec dizendo que “casos análogos ocorreram em todas as épocas; e muitos foram presos como loucos, sem o serem. Só um observador experimentado nestes assuntos os pode apreciar. E como hoje se encontram muitos médicos espíritas, em casos semelhantes convém a estes recorrer. Um dia a obsessão será colocada entre as causas patológicas, como o é hoje a ação de animais microscópicos, de cuja existência não se suspeitava antes da invenção do microscópio. Mas então reconhecer-se-á que nem as duchas nem as sangrias poderão curá-la. O médico que não admite nem busca senão causas puramente materiais é tão impróprio a compreender e tratar tais afecções, quanto um cego o é para distinguir cores”.



No Espiritismo sempre ouvimos falar de Espíritos que vem nos prejudicar. Então eu pergunto: por que Deus permite isso? (Cassia Helena Rodrigues)

Temos o mau costume de atribuir a Deus o mal que nos acontece, Cássia, como se Deus pudesse ser a causa de nosso sofrimento. Aliás, nós humanos somos ágeis para apontar culpados, de tal modo que a culpa sempre é dos outros,...ou de Deus. Por outro lado, nós nos eximimos de qualquer responsabilidade. Com certeza, não é uma boa maneira de encarar a vida. Jesus disse que Deus é amor. Ora, se Deus é amor, nada de mal que nos aconteça pode provir de Deus. E, se não vem de Deus, vem de onde? – você pergunta.

Nesse ponto entra o Espiritismo para dizer que o mal vem de nós mesmos. Quem são os Espíritos senão seres humanos desencarnados, pessoas que, até há algum tempo, estavam vivendo na Terra como nós? Nessa questão, precisamos considerar a chamada Lei de Atração: o bem atrai o bem, o mal atrai o mal. As abelhas são atraídas pelo perfume e pelo colorido da flor, enquanto que ratos e baratas são atraídos pelo odor fétido do lixo e do esgoto.

E nós, o que atraímos? Você deve conhecer aquele provérbio popular que diz: “Diga com quem andas e eu direi quem és.” Mas o contrário também é verdadeiro: “Diga quem és e eu te direi com quem andas”. Então, perguntamos: quem são as nossas companhias? Que tipo de vida levam nossos amigos? Veja, portanto, que tudo é uma questão de sintonia e que, portanto, aqueles que nos acompanham dependem de nós.

No Espiritismo não temos aquela visão simplória de que o obsedado é uma vítima inocente , enquanto o obsessor seria um algoz implacável. Não, não é tão simples assim. Há várias implicações que fazem com que um esteja ligado ao outro. Há um livro muito interessante que explica bem essas relações, e que você deve ler: trata-se da obra “A OBSESSÃO E SUAS MÁSCARAS”, da Dra. Marlene Nobre. Nossas companhias espirituais são aqueles que estão ligados a nós por fatos do presente e do passado, assim como nossos amigos encarnados.

Vamos dar um exemplo: se uma pessoa tem o péssimo hábito de reclamar da vida, se ela vivemos se queixando disso aquilo, deixando no caminho um rastro de descrença e derrotismo, certamente ela não pode ter ao seu lado Espíritos bons. À medida que ela vai se atolando no lamaçal da descrença e do derrotismo, criticando tudo e todos, seus laços com as péssimas companhias espirituais vão se fortalecendo, abrindo um caminho para a obsessão e para a doença. É a lei da vida. O que queremos mais? Temos o que buscamos.

Ao contrário, uma pessoa que se mostra alegre e disposta, que sabe enfrentar uma situação difícil com serenidade e coragem (ainda que sofrendo), só pode trazer para seu lado pessoas e Amigos Espirituais que queiram ajudá-la e fortalecê-la ainda mais. Com o você sabe, nem mesmo o mais pessimista se sente bem na companhia de outro pessimista. Queremos conosco aqueles que nos transmitem boas sensações, bons sentimentos, pois sua companhia sempre nos proporciona alegria e bem-estar.

Portanto, Cássia, não se trata de Deus permitir ou não a ação de obsessores sobre os encarnados, uma vez que a obsessão sempre começa no espírito de cada um, por seus sentimentos, atitudes e conduta. É um caminho que escolhemos, ainda que de forma involuntária ou inconsciente. De modo que, se estivermos mais atentos à maneira como vivemos e convivemos, se nos conhecermos melhor, com certeza, teremos melhores condições de corrigir certos vícios que nos amarram a processos obsessivos e doentios, tornando-nos pessoas mais saudáveis e felizes.

Aí vem a outra questão: e Deus ajuda a nos livrar de obsessores? Claro que sim; nem poderia ser diferente. Ele nos ajuda tanto por intermédio de nossos protetores – tanto os encarnados quanto os desencarnados. Protetor sempre é alguém com mais conhecimento, com mais juízo, com mais bom senso, que quer nos ajudar. Mas, convenhamos, Cássia: os bons nunca nos violentam. Quando não conseguem se aproximar, quando percebem que nós próprios recusamos ajuda, eles se afastam e, nessas ocasiões, acabamos sozinhos – ou melhor, acabamos nos compactuando com aqueles que nos prejudicam.

Então, você pergunta: e para que servem as sessões mediúnicas de desobsessão do centro espírita? Essas sessões, na verdade, não constituem um recurso exclusivo para curar a obsessão. Obsessão só se cura com a permissão do obsidiado – mais do que isso, com o seu convencimento e o seu esforço em melhorar-se. Por isso, não basta a sessão. Na sessão você fala com o desencarnado. Mas é preciso mais que isso. É preciso conversar muito com o encarnado, para que ele aprenda e tome uma decisão importante na vida: a de melhorar-se como pessoa. Assim como não se consegue a cura de uma doença apenas com remédio, da mesma forma não se obtém a cura da obsessão apenas com algumas sessões mediúnicas.

É por isso, Cássia, que é difícil curar ar. A pessoa atormentada, em primeiro lugar, precisa se curar interiormente, afastando a causa da atração. Mas se ela continua reincidindo nos mesmos erros que antes, se o seu pensamento vive num mundo comprometido com maus sentimentos – isto é, se apesar de tudo nada mudou - mais ou mais tarde volta a obsessão. Retirar o Espírito, como muita gente diz, sem que o obsidiado se esforce por melhorar a conduta, é como tomar o remédio e continuar abusando da saúde, ou como tomar um banho e se atolar na lama outra vez.


terça-feira, 15 de outubro de 2024

COMENTÁRIOS NO PLANO ESPIRITUAL ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Já nos anos 80 do século XX, as estatísticas mostravam um crescimento vertiginoso de mortes de jovens de forma natural ou acidental, precipitando familiares, sobretudo mães e pais, no abismo da dor e sofrimento moral nunca imaginado na “zona de conforto” em que viviam. Uma avaliação da evolução desses índices de lá para cá, revelarão um aumento exponencial de tais casos. Claro que o exercício do livre arbítrio continua a produzir vítimas a todo instante neste Planeta, revelado pelo Espiritismo como situado na faixa das Expiações e Provas, impondo de forma inexorável – embora gradual – os efeitos daquilo que causamos com nossas ações, motivadas, invariavelmente, por anseios de projeção ou exploração no meio em que as criaturas se acham inseridas. Naturalmente associada à evolução das densidades demográficas observadas nos diferentes continentes, o fato é que o Espiritismo acrescenta dado sugestivo na análise desses acontecimentos. Uma mensagem psicografada pelo médium Chico Xavier confirma isso. Na verdade era a segunda recebida de um jovem – Luiz Roberto Estuqui Jr -, desencarnado em 4 de janeiro de 1984, num acidente nas imediações de Araraquara (SP), a caminho de São José do Rio Preto (SP), localidade em que residia. A primeira carta, psicografada na reunião publica de 24 de fevereiro, apenas 50 dias após sua trágica morte, revela aspectos curiosos, embora óbvios: quem morre não aceita facilmente o abandono dos projetos perseguidos; o chamado corpo espiritual ou períspirito é submetido a tratamentos específicos; familiares desencarnados há mais tempo geralmente assistem o recém-chegado para numa faixa menor de tempo se readaptar à vida de que se afastou um dia para reencarnar. No caso de Luiz Roberto, um dos seus acompanhantes foi um tio – Fausto João Estuqui – vitima de fatal acidente de avião nas imediações de Votuporanga (SP), oito anos antes. Foi através dele que o jovem comunicante obteve a resposta procurada por muitos, notadamente os que são surpreendidos pelas perdas de entes queridos. E não só esclarece a dúvida acalentada por tantos, como oferece em seguida seu próprio exemplo para os que querem refletir. Relata Luiz Robert em sua carta de 15 de setembro de 1984: - “O tio Joaozinho, a quem levo as suas perquirições para estudo, e por entender melhor a vida, me respondeu que, por amigos daqui, veio a saber que milhões de pessoas estão passando pela desencarnação no tempo áureo da existência, porque nos achamos numa fase de muitas mudanças na Terra. E aqueles Espíritos retardatários em caminho, quando induzidos a considerar a extensão das próprias dívidas, aceitam a prova da desencarnação mais cedo do que o tempo razoável para a partida, e são atendidos com a separação de pais e afetos outros, no período em que mais desejariam continuar vivendo, em razão do tempo que perderam com frivolidades nas vidas que usufruíram. São muitos os companheiros que se retiram da Terra, compulsoriamente, das comodidades humanas em que repousavam, de modo a rematarem o resgate de certos débitos que os obrigavam a sofrer no âmago da própria consciência”. Atendo-se ao caso, do próprio informante, Luiz Roberto escreveu: -“Ele mesmo, o tio Joãozinho, me explicou que tendo pedido exames para saber o motivo pelo qual perdeu o corpo numa queda de avião, foi conduzido, por Menores competentes, junto dos quais pôde ver, num processo de regressão, as causas da desencarnação violenta pelo qual foi obrigado a alcançar. Disse-me que conseguiu observar cenas tristes de que fora protagonista, há mais de trezentos anos, nas quais se via na posição de algoz de vasta comunidade humana, atirando pessoas em poços de tamanho descomunal, por motivos sem maior importância. Assim, ele precipitou muita gente do alto de montes ásperos e empedrados, com o objetivo de conquistar destaque nas posições da finança e do poder. As faltas cometidas permaneceram impunes, por ausência de autoridades nas localidades de sua atuação, mas, perante a Justiça Divina, os disparates levados a efeito foram assinalados para resgate em tempo oportuno. Desse modo, o tio afirmou que tendo arrasado a vida de muita gente, do ápice de montanhas alcantiladas e espinhosas, conseguiu liberar-se com a angústia por ele sofrida na queda da máquina que o resguardava. Disse-me que a morte o liberava de pagamentos quase inexequíveis, já que devia unicamente o remate de débitos contraídos, considerava o acidente aéreo uma solução benigna para ele que se vê agora, sem a mácula de culpa alguma”. Evidencia-se desta forma as sutilezas da Lei de Causa e Efeito, administrando os processos evolutivos dos habitantes da Terra.



Pergunta de Paulete Burneiko Leite, por e-mail: “Gostaria de saber se o fato de se adiantar o nascimento da criança, por meio de cesária, pode prejudicar o Espírito.”

A Associação Médico-Espírita do Brasil, cuja sigla é AME, considera – diante dos conhecimentos médicos e diante do conhecimento espírita – que, embora a utilização da cesariana possa ser uma opção da própria gestante, o melhor para o Espírito reencarnante ( e, na maioria das vezes, para a própria mãe) é o parto normal, e que a técnica da cesariana deveria seria utilizada somente em casos de real necessidade – ou seja, por questão de saúde e sob recomendação médica, e não da forma indiscriminada como tem ocorrido.

Isto porque a cesariana, como todos sabem, é um processo cirúrgico e, como tal, oferece riscos associados à anestesia, infecção e complicações intra e pós-cirúrgicas ( por menor que sejam), tanto para o bebê quanto para mãe, durante e após o parto, enquanto que o parto normal é a forma que a natureza escolheu e preparou para um Espírito vir ao mundo. Afirma, ainda, a Associação Médico-Espírita que as gestantes que, geralmente, optam pela cesariana, são aquelas que têm medo da dor do parto, mas que esse problema pode ser perfeitamente contornável se ela for psicológica e espiritualmente preparada para esse momento.

Dizem os médicos da AME que, na maioria das vezes, a mulher cria uma expectativa negativa sobre parto, quando deveria considera-lo como o momento mais importante de sua vida, onde ela se realiza totalmente na conquista definitiva da condição de mãe. Esse medo resulta de comentários que ouve, de relatos de dramas sofridos em tais situações, muitas vezes exagerados pelas pessoas que contam, e esse fator acaba gerando insegurança e medo na gestante, que não ousa encarar o parto. Num artigo da AME, publicado em 2006, encontramos as seguintes considerações;

Um “... fator que tem colaborado para o aumento das cesarianas é o medo que as gestantes têm de sentir as dores do parto. Um grande defeito que possuímos é o de enfatizar sempre os nossos sofrimentos. Não são poucas as mulheres que buscam valorizar a dor que sentiram nesse momento, e algumas chegam ao cúmulo de utilizar isso como forma de chantagem com seus cônjuges e filhos. E como sabemos, notícia ruim se espalha rápido.

Sobre esse assunto – continua o artigo médico - algumas questões sempre me intrigaram: Por que na Sala de Pré-Parto, todas as parturientes passam pelo mesmo processo e reagem de maneiras tão diversas? Se a dor é tão insuportável, por que não são raros os casos de pacientes que tiveram mais de um filho? Bem, sabemos que a forma como respondemos a um mesmo estímulo doloroso é subjetiva, porém trabalhos científicos têm nos brindado com informações muito importantes. Hoje, está claro que a ansiedade e o estresse maternos aumentam o número de receptores para os hormônios relacionados a dor.

E conclui a matéria” “Assim, quanto mais tranquila a paciente, menor será o seu sofrimento. É nesse ponto que gostaria de destacar a importância do apoio, não só por parte do parceiro e da família, mas também do médico obstetra. Deles virão a segurança e a confiança de que a parturiente tanto precisa.”

Evidentemente, Paulete, como você e os demais podem perceber, a questão não é tão grave, porque se escolheu a cesariana no lugar do parto normal. Contudo, do ponto de vista médico e espiritual, é sempre melhor e mais seguro seguir o ritmo da natureza, a não ser quando o parto natural oferece riscos. O nascimento pelo parto normal, além disso, também é uma experiência para o próprio Espírito, que pode ter valor na sua caminhada evolutiva, até porque, ao longo da história humana – de encarnação em encarnação – todos nós precisamos passar e aprender com esse tipo de experiência.


segunda-feira, 14 de outubro de 2024

ESPIRITISMO, HOMEOPATIA E INTERESSANTES REVELACÕES; EM BUSCA DA VERDADE COM O POROFESSOR

 Tão desdenhado pela comunidade científica do século 19 quanto o magnetismo e o Espiritismo, a Homeopatia encontrou entre os adeptos da proposta espírita, campo fértil para sua expansão – embora paulatina -, no século 20, agora, no 21. Na edição de agosto de 1863 da REVISTA ESPÍRITA, no artigo de abertura daquele número, entre outras considerações Kardec afirma: -“Provando o poder de ação da matéria espiritualizada, a Homeopatia se liga ao papel importante que representa o períspirito em certas afecções; ataca o mal em sua própria fonte, que está fora do organismo, cuja alteração é apenas consecutiva. Tal a razão pela qual a Homeopatia triunfa numa porção de casos em que falha a Medicina ordinária: mais que esta, ela leva em conta o elemento espiritual, tão preponderante na economia, o que explica a facilidade com que os médicos homeopatas aceitam o Espiritismo e porque a maioria dos médicos espíritas pertencem à escola de Hahnemann”. Em março de 1867, analisando e discordando da possibilidade dos medicamentos Homeopáticos modificarem disposições morais, escreve: -“Os medicamentos homeopáticos, por sua natureza etérea, tem uma ação de certa forma molecular; sem contradita podem, mais que outros, agir sobre certas partes elementares e fluídicas dos órgãos e lhes modificar a constituição íntima (...). Não se pode agir sobre o Ser espiritual senão por meios espirituais (...). Nos embalaríamos em ilusões se esperássemos de uma medicação qualquer um resultado definitivo e durável”. No mesmo ano, em junho, retornaria ao tema, contestando comentário do médico Charles Grégory, dizendo: -“Os medicamentos homeopáticos podem ter uma ação sobre o moral, agindo sobre os órgãos de sua manifestação, o que pode ter sua utilidade em certos casos, mas não sobre o Espírito; que as qualidades boas ou más e as aptidões são inerentes ao grau de adiantamento ou de inferioridade do Espírito, e que não é com um medicamento qualquer que se pode fazê-lo avançar mais depressa, nem lhe dar as qualidades que não pode adquirir senão sucessivamente e pelo trabalho”. Mais de um século depois, o Espírito Carlos Eduardo Frankenfeld de Mendonça, desencarnado em 22 de novembro de 1980, na cidade de Niterói (RJ) revelaria aspectos interessantes envolvendo a Homeopatia. Carlos, um dos três filhos de um Engenheiro e de uma Médica, foi vitima de um ataque cardíaco durante a madrugada, enquanto dormia. Onze meses depois, confirmaria sua sobrevivência em emocionante carta psicografada por Chico Xavier, em Uberaba (MG). A partir daí, serviu-se do médium mineiro ao longo de toda a década de 80, fornecendo detalhes extremamente curiosos sobre suas atividades no Plano Espiritual. Uma delas motivou sua mãe a se especializar em Homeopatia para atender os necessitados assistidos pelo Grupo Espírita Regeneração ao qual ela e o marido serviam como voluntários desde antes da inesperada morte do filho. Uma delas relacionada à AIDS – Sindrome de Imunodeficiência Adquirida, contida na mensagem de 22 de junho de 1989, informa ter se filiado com o avô materno João Antonio, a uma escola de combate ao vírus psicogênico, estando na esperança de que muito em breve haverá recursos para a preparação da vacina adequada. A certa altura, poderá: -“Não sei se esse agente negativo foi produto do desequilíbrio dos pensamentos”. Noutra, recebida em 30 de novembro de 1989, relata: -“Quando possível, vou ao encontro da Mãezinha Edda, tomar informes sobre os que pedem auxílio na casa da “Regeneração”. Estas primeiras notas do dia seguem comigo para a sede de nossas atividades, que se acham sob a orientação e revisão de assessores do Dr Dias da Cruz, que se encarregam de visitar a moradia e ver as condições do enfermo que precisa ser medicado. Os membros da família são examinados e o ambiente doméstico é rigorosamente observado pelo colega que foi então designado para anotar os elementos de que o doente faz “inalação”. Se há entidades em processo obsessivo no lar visitado, esses Espíritos necessitados de luz espiritual são vistoriados e com esses ingredientes informativos, faz-se a ficha do irmão ou da irmã enferma, a fim de que qualquer irregularidade seja sanada.


Ana Luiza Felix, mandou para MOMENTO ESPIRITA seguinte pergunta: “ Por que existem tantas guerras no mundo? Já não estava no tempo de viver num mundo de paz?”

Qual é a causa que leva o homem à guerra?” - Eis a pergunta que Kardec fez aos Espíritos. E a resposta está na questão 742 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, onde lemos: “Predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e satisfação das paixões. No estado de barbárie os povos não conhecem senão o direito do mais forte; por isso, a guerra é para eles um estado normal. A medida que o homem progride, ela se torna menos frequente, porque lhe evita as causas e, quando necessária, sabe aliá-la à humanidade”.

A resposta dos Espíritos diz tudo, Ana Luiza . Se, após 2 mil de Jesus, ainda temos guerra no mundo e principalmente nas terras onde Jesus viveu, é porque, de um modo geral, não conseguimos superar a fase de animalidade – ou seja, ainda agimos muito pelo instinto, aliado aos desvarios de nossas paixões. Na verdade, o estado de guerra em âmbito mundial é uma projeção dos conflitos que temos dentro de nós, que vivemos no seio da família ou na comunidade.

Os animais podem se combater entre si, mas se o fazem é por necessidade de sobrevivência. Já o ser humano que, acima de tudo, tem fascínio pelo poder, guerreia para conquistar mais riqueza, mais prestígio e para submeter os outros à sua vontade. A guerra, portanto, advém do preconceito, da intolerância e do ódio, inclusive do ódio religioso, de pessoas que não sabem o que é Deus, revivendo os tempos bíblicos mais recuados.

Entretanto, os próprios Espíritos, prevendo o caminhar progressivo da humanidade, acenam para a possibilidade de a guerra desaparecer um dia da Terra. Mas isso “quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus”, que é a lei do amor. Como você pode perceber, ainda estamos longe disso. Primeiro, porque a evolução moral não caminha no mesmo ritmo para todos os indivíduos, e em face disso ainda existem lideranças que incentivam o ódio e dominam a vontade do povo e proclamam a guerra em nome de Deus.

Imagine que disparate, Ana Maria: guerrear em nome de Deus!... Isso já aconteceu muito no passado, quando Deus era conhecido como Senhor dos Exércitos, e ainda continua em determinados pontos de nosso planeta. Mas, se você prestar atenção, perceberá que as religiões também brigam entre si, cada uma querendo ter a primazia de Deus. A chamada intolerância religiosa só não se mostra mais ativa, por causa das leis que coíbem a discriminação. Caso contrário, nós teríamos, mesmo dentro de nosso país, certos grupos incentivando e promovendo a guerra religiosa, infelizmente.

As religiões, que deveriam se abraçar, para proclamar a paz, muitas vezes, são as primeiras que estimulam a guerra. Por outro lado, hoje temos alguns pontos de conflitos bélicos no mundo, que chamam a atenção, preocupam e provocam indignação geral. Basta você acompanhar o noticiário internacional para perceber que o mundo está incomodado com a guerra, que existe muita gente lutando pela paz. Isso já é um sinal de progresso, Ana Maria, pois se trata de um avanço moral, que era completamente desconhecido ao tempo de Jesus e antes dele. Todavia, não podemos esquecer que, na Espiritualidade, também existe um grande esforço nesse sentido.

E nós, daqui da Terra, podemos ajudar, sim. Se não gostamos de guerra, que cada um de nós, no dia a dia de sua vida, procure espalhar a paz, vivendo e convivendo com respeito e compreensão em relação aos outros, a começar do ambiente de sua família. E que nos unamos numa corrente de preces, emitindo pensamentos de compaixão aos povos em guerra, para que a Espiritualidade encontre em nós o apoio necessário para envolver e iluminar as decisões que estão sendo tomadas pelos grandes líderes mundiais.

Eduardo 

domingo, 13 de outubro de 2024

ENTENDENDO A TURBULENTA CONVULSÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Se tentarmos conversar com uma criança de cinco anos sobre a Teoria da Relatividade será que obteremos sucesso? Se nos dirigirmos a um dos habitantes das diversas comunidades rurais da Papua-Nova Guiné para ouvi-lo sobre planejamento estratégico haveria reciprocidade? Se falássemos para um intolerante radical religioso que há inúmeras evidências confirmando a realidade da reencarnação, teríamos chance de prolongar o entendimento? Uma breve reflexão sobre tais questões resultariam numa óbvia resposta: não! As imagens se associadas a outra criada pelo Espírito Emmanuel através do médium Chico Xavier na mensagem O GRANDE EDUCANDÁRIO no livro ROTEIRO (feb,1952) sobre a Terra ser uma das muitas escolas dedicadas à evolução espiritual abrigando “mais de vinte bilhões de almas conscientes desencarnadas”, permitem-nos entender o que acontece neste momento do Planeta em que vivemos. Na segunda mensagem selecionada por Allan Kardec para compor as Instruções dos Espíritos do Capítulo 3 – Há Muitas Moradas Na Casa de Meu Pai, d’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Santo Agostinho traça um perfil dos Mundos de Expiação e de Provas entre os quais se insere ainda a Terra. Diz, entre outras coisas, que “a superioridade da inteligência, num grande número de seus habitantes, indica que ela não é um mundo primitivo, destinado à encarnação de Espíritos ainda mal saídos das mãos do Criador. Suas qualidades inatas são a prova de que já viveram e realizarem certo progresso, mas também os numerosos vícios a que se inclinam são o indício de uma grande imperfeição moral”, estando neste mundo como estrangeiros para expiarem suas faltas através de um trabalho penoso e das misérias da vida, até que se façam merecedores de passar para um mundo feliz”, tendo “vivido em outros mundos, dos quais foram excluídos por sua obstinação no mal, que os tornava causa de perturbação para os bons”. Salienta, porém, que “não são todos os Espíritos encarnados na Terra que se encontram em expiação. As raças que chamais selvagens, constituem-se de Espíritos apenas saídos da infância, e que estão, por assim dizer, educando-se e desenvolvendo-se ao contato de Espíritos mais avançados”. Acrescenta que “vem a seguir as raças semicivilizadas, formadas por esses mesmos Espíritos em progresso, sendo de algum modo, as raças indígenas da Terra, que se desenvolveram pouco a pouco, através de longos períodos seculares, conseguindo algumas atingir a perfeição intelectual dos povos mais esclarecidos”. São Luiz na resposta à última pergunta d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, revela que o momento da “transformação predita para a Humanidade terrena” havia chegado, resultando não só “na remoção dos Espíritos maus mas também dos que tendem a deter a marcha das coisas”. Isto sugere a atuação de um comando a operar essas ações. Nos versículos 3 e 10 do Capítulo 1 do EVANGELHO de João, apresentado Jesus diz “todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” e “estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu”, sugerindo não ser ele apenas mais que o Mestre reconhecido por todos os que estudam sua história. Obras mediúnicas recebidas por Chico Xavier como A CAMINHO DA LUZ de Emmanuel e, BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO EVANGELHO assinada por Irmão X, revelam aspectos de planejamentos tecidos na Espiritualidade para encaminhar a evolução dos habitantes da Terra. Especialmente o segundo, prende-se à nova fase ou Ciclo – estimado recentemente pela ciência como de 2160 anos - em que iria começar entrar o planeta nos séculos seguintes. Para se ter uma ideia de como funcionam as coisas nos bastidores da evolução, em interessante questionamento sobre o fenômeno Joana D’Arc, a aldeã de Orleans, na França, que transformou-se em líder militar na vitória francesa sobre a ambição inglesa no século XIV. Chico Xavier explicou que “naquela época, os Espíritos encarregados da evolução do Planeta estavam selecionando os gens que viriam a servir na formação do corpo da plêiade de entidades nobres que reencarnariam para ampliar o desenvolvimento geral da Terra, através do chamado Iluminismo francês. Era preciso cuidado para que os corpos pudessem suportar a dinâmica das inteligências que surgiriam. Se a França fosse invadida, perder-se-ia o trabalho de muitos séculos. Então Joana D’Arc foi convocada para que impedisse a invasão, a fim de que se preservassem as sementes genitais, para a formação de instrumentalidade destinada aos gênios da cultura e do progresso que renasceriam na França, especialmente em se tratando da França do século XIX que preparou, no mundo, a organização da era tecnológica que estamos vivendo no século XX”.



Estou muito preocupada com as brigas que temos ultimamente dentro de casa – diz uma ouvinte. Tenho filhos moços, quase adultos, e muita família ainda está em pé. Mas, de uns tempos para cá, venho tendo incompatibilidade com meu marido, que está sempre irritado quando chega do trabalho. Além disso, alguns fatos inesperados estão acontecendo, como se alguém, com inveja, estivesse mandando coisas ruins para nós. O que posso fazer para defender minha família?

Desentendimento dentro de casa é coisa natural. Todos temos de reconhecer que, mesmo dentro da família, por mais unida que ela seja, as pessoas são diferentes e nem sempre vão estar em acordo em tudo. No entanto, até para o desentendimento deve haver um limite. Quando percebemos que as coisas caminham para a situação fora de controle, precisamos tomar providências. As relações interfamiliares funcionam como um termômetro.

Os conflitos, a que você se refere, parecem que são trazidos de fora. Falamos isso, porque você atribuir as brigas ao fato de seu marido voltar irritado do trabalho. No entanto, você também fala em inveja; é possível. Mas isso só vai atrapalhar se vocês abrirem as portas para ela entrar. E parece que estão abrindo, até porque a convivência também se desgasta, se não cuidamos dela. É como uma casa que precisa de manutenção. Se não cuidamos da casa, um dia ela pode desmoronar.

No Espiritismo costumamos dizer que a base da família é o amor, mas o amor é delicado como um jardim e, por isso, precisa de um bom trato, para se manter florido e perfumado. Quando as brigas aumentam, as influências negativas tomam conta; seja o negativismo dos próprios membros da família, que se manifesta em forma de irritação, seja o que vem de fora: ou os obsessores ou os maus pensamentos, razão pela qual, quando as relações vão mal, costuma acontecer uma série de outros problemas.

Uma forma bastante eficaz de retomar a paz no lar é passar a cultivar a espiritualidade que existe em cada um. Todas as pessoas da casa tem algo a dar de si pela tranquilidade da família. Contudo, é preciso despertar essa espiritualidade, a fim de que vocês não sejam surpreendidos por problemas maiores. A vida atribulada de hoje vem contribuindo para que desviemos nossas atenções para fora, esquecendo que não podemos descuidar do principal, aquilo que acontece dentro de cada um de nós.

Para iniciar, recomendamos a prática do Evangelho no Lar. Trata-se de uma reunião semanal dos membros da família, de 15 a 20 minutos, a fim de tratarem de espiritualidade ou dos cuidados com o próprio mundo íntimo. Não estamos falando de religião, mas de religiosidade: de cada um respeitar-se a si mesmo e todos se respeitarem uns aos outros. Neste sentido, nada melhor que seguir os passos de Jesus.

Não se trata de um ato cerimonioso e muito menos de uma sessão espírita, mas de leitura e comentário de textos evangélicos, que suscitem análise e reflexão por parte dos presentes, num determinado dia e numa determinada hora da semana, com o objetivo de harmonização íntima.

Os interessados devem procurar orientações, a fim de que os lares passem a trabalhar a espiritualidade, ajudando-se a se ajustar às necessidades da família. Não temos dúvida que a prática semanal do Evangelho no Lar é um forte instrumento de defesa e proteção do lar.


sábado, 12 de outubro de 2024

ESPIRITISMO O GRANDE DESCONHECIDO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “- O LIVRO DOS ESPÍRITOS não é um tratado completo de Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação”. A afirmação de Allan Kardec é ignorada pela maioria dos seguidores do Espiritismo. Felizmente porque o que se observa em incontáveis Centros Espíritas é a Doutrina praticada “a moda de”. Falta estudo e conhecimento sobre o assunto nas denominadas, OBRAS BÁSICAS. Como inspirada e sugestivamente o inesquecível Professor Herculano Pires intitulou um dos seus livros O ESPIRITISMO O GRANDE DESCONHECIDO. Analisando a realidade sugerida pelo comentário, Allan Kardec com a sobriedade habitual escreveu na educação de dezembro de 1868 da sua REVISTA ESPÍRITA: - “Para assegurar-se, no futuro, a unidade, uma condição se faz indispensável: que todas as partes do conjunto da Doutrina sejam determinadas com precisão e clareza, sem que coisa alguma fique imprecisa. Para isso, procedemos de maneira que os nossos escritos não se prestem a interpretações contraditórias e cuidaremos de que assim aconteça sempre. Quando for dito peremptoriamente e sem ambiguidade que dois e dois são quatro, ninguém pode pretender que se quis dizer que dois e dois fazem cinco. Conseguintemente, seitas poderão formar-se ao lado da Doutrina, seitas que não lhe adotem os princípios ou todos os princípios, porém não dentro da Doutrina, por efeito de interpretação dos textos, como tantas se formaram sobre o sentido das próprias palavras do Evangelho. É este um primeiro ponto de capital importância. O segundo ponto está em não se sair do âmbito das ideias práticas. Se é certo que a utopia da véspera se torna muitas vezes a verdade do dia seguinte, deixemos que o dia seguinte realize a utopia da véspera, porém não atravanquemos a Doutrina de princípios que possam ser considerados quiméricos e fazer que a repilam os homens positivos. O terceiro ponto, enfim, é inerente ao caráter essencialmente progressivo da Doutrina. Pelo fato de ela não se embalar com sonhos irrealizáveis, não se segue que se imobilize no presente. Apoiada tão-só nas leis da Natureza, não pode variar mais do que estas leis; mas, se uma nova lei for descoberta, tem ela que se pôr de acordo com essa lei. Não lhe cabe fechar a porta a nenhum progresso, sob pena de se suicidar. Assimilando todas as ideias reconhecidamente justas, de qualquer ordem que sejam, físicas ou metafísicas, ela jamais será ultrapassada, constituindo isso uma das principais garantias de sua perpetuidade. Se, portanto, uma seita se formar à ilharga do Espiritismo, fundada ou não em seus princípios, de duas uma: ou essa seita estará com a verdade, ou não estará; se não estiver, cairá por si mesma, sob o ascendente da razão e do senso comum, como já sucedeu a tantas outras, através dos séculos; se suas ideias forem acertadas, mesmo que com relação a um único ponto, a Doutrina, que apenas procura o Bem e o verdadeiro onde quer que se encontrem, as assimilará, de sorte que, em vez de ser absorvida, absorverá. Se alguns de seus adeptos vierem a afastar-se, é que se acreditarão capazes de fazer coisa melhor; se realmente fizerem algo melhor, ela os imitará; se fizerem maior bem, ela se esforçará por fazer outro tanto ou mais, se possível; se fizerem mais mal, ela os deixará fazer, certa de que, mais cedo ou mais tarde, o bem sobrepuja o mal e o verdadeiro predominará sobre o que é falso. Esta a única luta em que se empenhará”.



Antonia Maria, da Rua José Rosário (Bairro Labienópolis) pede que falemos sobre o batismo de Jesus.

Obrigado, Antonia, pela sua participação. Trata-se de um episódio citado por Mateus, Marcos e Lucas, em que Jesus teria se submetido ao ritual de João, que batizava no Rio Jordão. O batismo consistia na imersão da cabeça na água e era uma forma ritualística de representar a limpeza da alma e o início de nova vida. Era a isso que se propunha João – que, por sinal, era parente de Jesus – diante do quadro de corrupção da sociedade, contra o qual se revoltava. João, naturalmente, se inspirou na prática de outros povos, que utilizavam cerimoniais de conversão, onde a pessoa assumia um compromisso com novo estilo de vida.

Quando Jesus se aproximou e pediu para ser batizado, João – que o conhecia – a princípio recusou, dizendo que não era digno sequer de amarrar- suas sandálias. É claro que o batismo, como João pretendia, não se aplicava a Jesus, mas sim às pessoas que haviam se desviado do bom caminho e tinham a pretensão de se regenerar. Mas Jesus insistiu, afirmando que era necessário que assim fosse para que se cumprisse a lei. Conta-se que naquele momento apareceu uma pomba branca e radiante, e ouviu-se uma voz que afirmava que Jesus era o filho dileto e que por ele se manifestava. Atribuiu-se essa voz a Deus ou ao Espírito Santo.

João já havia falado aos seus discípulos sobre Jesus e até previu que Jesus o procuraria para ser batizado. Mas adiantou que ele, João Batista, batizava com água, enquanto Jesus o faria com o fogo. Não há dúvida de que se trata de uma linguagem simbólica, pois o fogo, para aquele povo, significava expiação, sofrimento. Com certeza, Jesus, muito sutilmente, queria dizer que se regenerar pelo batismo da água é uma coisa, mas que a verdadeira regeneração acontece com o batismo do fogo – ou seja, com o o esforço, a luta e o sacrifício de cada um, na busca de sua regeneração moral.

Infelizmente, ainda hoje, há quem se satisfaça apenas e tão somente com o batismo da água, achando que com isso já conquistaram o Reino dos Céus e obtiveram a própria salvação. Sabemos, no entanto, que o batismo de Jesus é diferente do de João, pois o de Jesus implica na regeneração moral de cada um de nós, e isso só vamos conseguir melhorando nossa conduta, uns diante dos outros, para seguirmos as instruções a que Jesus se referiu quando pronunciou o sermão da montanha.

O fato de Jesus ter-se deixado batizar mostra que ele aderiu aos elevados propósitos de João Batista, embora – é claro – não concordasse com os métodos que João utilizava para alcançar seu intento. João, ao contrário de Jesus, era um homem rude e impetuoso, falava e agia com autoritarismo, tanto assim que acabou se indispondo com Herodes e, por último, teve a cabeça decepada a mando da filha do rei, interrompendo assim sua missão.

Enquanto João se apoio na prática iniciática do batismo para chamar a atenção sobre sua doutrina, Jesus dispensava toda e qualquer espécie de cerimonial de caráter místico; preferia que as pessoas despertassem seu bom senso e seus sentimentos pelo uso da razão, tanto assim que nunca utilizou o batismo, nem jejum, nem a consagração do sábado, nem qualquer outro ritual para converter ninguém. No entanto, Jesus reconheceu o trabalho de João e, ao mesmo tempo, anunciou, conforme lemos em Mateus, cap. 11, versículos 12 a 15:

Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é adquirido pela força e são os violentos que o arrebatam. Todos os profetas e a lei profetizaram até João”. E para esclarecer quem era, de fato, João Batista, Jesus complementou: “E se vós quereis compreender, ele mesmo (referindo-se a João) é o Elias que há de vir ( ou seja, cuja vinda fora profetizada). E para dar ênfase ao que acabara de revelar, acrescentou: “Os que têm ouvido para ouvir ouçam.”

O fato de se deixar batizar por João mostrou seu elevado gesto de solidariedade àquele que vinha abrir o caminho para a divulgação da BOA NOVA. Tanto assim que Jesus trouxe para o seu grupo alguns dos discípulos de João. E foi o próprio Jesus que afirmou que João era o profeta Elias, que vivera 9 séculos antes e cuja volta estava prevista. Com isso, Jesus deixou claro que João era a reencarnação de Elias, que voltara para dar andamento à sua missão. Desse modo, o trabalho de João fazia parte da missão de Jesus; dai o entrelaçamento entre eles.





sexta-feira, 11 de outubro de 2024

O MUNDO ESPIRITUAL ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

- “É preciso poder encarar a morte sob o seu verdadeiro ponto de vista, quer dizer, penetrar, pelo pensamento, no Mundo Espiritual, e dele fazer uma ideia tão exata quanto possível, o que denota, no Espírito encarnado, um certo desenvolvimento e uma certa aptidão para se desligar da matéria. Entre os que não estão suficientemente avançados, a vida material domina, ainda sobre a Vida Espiritual”. A afirmação é de Allan Kardec e das escolas religiosas existentes não há nenhuma que forneça maiores elementos para reflexão do que a derivada do Espiritismo. Na continuidade algumas contribuições para reflexões dos interessados. Estruturalmente, o que compõem as chamadas Esferas Espirituais reveladas no livro NOSSO LAR ? Sua área de abrangência se inicia no Centro do Planeta, a primeira, comportando o Umbral “Grosso” (Núcleo Interno ou Abismo), mais materializado, de regiões purgatoriais mais dolorosas e de cujas organizações comunitárias, conquanto estejam tão próximas, temos poucas notícias; a segunda abriga o Umbral mais ameno (Núcleo Externo ou Trevas), onde os Espíritos do Bem localizam, com mais amplitude, sua assistência, referida por André Luiz como Trevas ou regiões sub-Crostais; a terceira é nossa morada provisória, chamada Crosta Terrestre; a quarta começa na Crosta, constituindo-se em zona obscura chamada Umbral destinada ao esgotamento dos resíduos mentais. Aí se agitam milhões de Espíritos imperfeitos que partilham com as criaturas terrenas as condições de habitabilidade da Crosta do Mundo; a quinta é habitada por Espíritos que têm como escopo unicamente o Bem, as Artes e as Ciências, após várias existências sacrificiais na Crosta; a sexta; destaca-se pelos que já vivem o Amor Fraterno Universal, sendo região das mais elevadas da Zona Espiritual da Terra, muito acima de nossas noções de forma, em condições inapreciáveis à nossa atual conceituação de vida, habitada por comunidades redimidas dos Planos Espirituais; e, por fim, a sétima é de onde emanam as Diretrizes do Planeta.. Essas Esferas coexistem integradas? As camadas espirituais não tem fronteiras, sendo seus limites regulados pelo teor vibratório dos seus habitantes, indo das mais grosseiras às mais sutis, liberando os Espíritos a migrarem de uma para outra conforme sua ascensão moral. Cada uma dessas divisões compreende outras, conforme asseguram os Espíritos, distinguindo-se por vibrações distintas que se apuram à medida que se afastam do núcleo. Os que estão acima podem transitar pelas Esferas que lhe estão abaixo; os que estão nas Esferas Inferiores não podem sozinhos passar para as Esferas Superiores. Há vastas Colônias representativas de Civilizações há muito tempo extintas para a observação terrestre. Costumes, artes e fenômenos linguísticos podem ser estudados, com admiráveis minudências nas raízes que os produziram no Tempo. Cada individualidade vive no mundo que lhe é peculiar, isto é, cada mente vive o tipo de vida compatível com seu estado, avançado ou atrasado, na marcha evolutivaAs inteligências se agrupam segundo os impositivos da afinidade consoante à onda ou frequência vibratória em que se encontram. Espacialmente como se organizaria, por exemplo, a Esfera compreendida pela Crosta e seu Plano Espiritual? Um Espírito chamado Efigênio Victor que conviveu e exerceu a mediunidade na encarnação concluída em 1953, retornou através de Chico Xavier para repassar para os que, como ele, demonstram curiosidade sobre essa realidade ainda não percebida queacima da Crosta terrestre comum, temos uma cinta atmosférica que classificamos por cinta densa, com a profundidade aproximada de 50 quilômetros, e, além dela, possuímos a cinta leve, com a profundidade aproximada de 950 quilômetros, somando 1000 quilômetros acima da Esfera em que respiramos. Nesse grande mundo aéreo, encontramos múltiplos exemplares de almas desencarnadas, junto de variadas espécies de criaturas sub-humanas, em desenvolvimento mental rumo à Humanidade.



Uma ouvinte pediu que tratássemos este caso com muita discrição. Ela disse o seguinte: “Tenho dois casos extremos na minha família e dos dois de pessoas idosas. Ainda bem que elas não moram na mesma casa. Uma delas pessoa só vive se lamentando com pena de si mesma; para ela nada está bom. A outra que vive revoltada dizendo que não merecia viver, que Deus bem poderia tirá-la deste mundo. Difícil conviver com pessoas assim, porque elas transmitem muita angustia pra gente.” (Anônima)

Você tem razão; é muito difícil, conviver com pessoas que se rejeitam e com pessoas que sentem piedade de si mesmas. Mas é preciso entender, prezada ouvinte, que elas não estão na sua família por acaso: alguma coisa você tem de fazer por elas. É claro que as duas são doentes, doentes da alma. Se elas forem examinadas por um psiquiatra, com certeza, serão consideradas como portadoras de transtornos emocionais, que requerem tratamento.

A autorrejeição – que é o fato de a pessoa rejeitar a si mesma - é um problema grave, que tira o prazer de viver e, às vezes, pode levá-la a desistir da vida. É uma dor amarga e desconfortável, própria de quem atingiu uma idade avançada e teve muitas decepções na vida. As enfermidades da alma costumam se instalar com o passar dos anos, decorrentes de vícios de comportamento. Muitas vezes, ela decorre de uma série de situações, em que a pessoa deveria ter tomado uma atitude e não tomou; e agora ela se sente culpada por isso.

Por outro lado, a família – que hoje atura sua revolta – o que faz para ajudá-la? Na mais das vezes, só critica seu comportamento e a também a rejeita, o que complica mais ainda esse quadro. Você sabe que não é assim que ajudamos uma pessoa a recuperar sua autoestima. É bem provável que a família também não esteja preparada. Mas é por isso que precisamos procurar ajuda.

Não queremos dizer que toda a culpa está na família. Não é isso. Estamos afirmando, apenas, que a família sempre pode fazer algo para ajudar, como buscar o amparo da religião ou mesmo de um profissional. Todos nós precisamos de ajuda para preservar nossa saúde espiritual. É o que Espiritismo oferece, quando a família busca suas orientações. Uma coisa é certa: quando um doente dessa natureza surge e a família procura ajuda, todo mundo aprende.

Autopiedade, cara ouvinte, também é um sintoma de enfermidade da alma. Há Espíritos que se sentem derrotados, porque não sabem ou nunca souberam reagir às situações desconfortáveis. Acham que são fracos e impotentes, que estão abandonados por Deus, nada lhes restando senão entregar-se à própria sorte, como se nada restasse a fazer senão lamentar. Elas precisam saber que nada acontece por acaso e que não injustiça na Lei de Deus. A sua situação, na maioria das vezes, decorre sua acomodação, de sua inoperância, aliadas às culpas do passado.

Nesses casos, os membros da família deveriam mudar a postura diante dessas pessoas enfermas. Se continuarem mantendo a mesma atitude de rejeitar o doente, não ajudarão, mas complicarão mais ainda a sua situação Podem buscar orientação na Doutrina Espírita que tem para elas algumas recomendações muito oportunas, até porque essas pessoas não estão nessa família por acaso e, se elas estão dando trabalho, é porque a família deve ter um compromisso muito sério com elas e precisa ajudá-las.



quinta-feira, 10 de outubro de 2024

PORQUE NÃO ACREDITAR EM TODOS OS ESPÍRITOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Na atualidade observa-se grande número de pessoas fiando-se quase cegamente na opinião de Espíritos que se ocultam em nomes de personagens conhecidos da História da Humanidade. Fato relevante, foi analisado por Allan Kardec no numero de abril de 1864 da REVISTA ESPÍRITA. Suas considerações servem para formarmos nossa própria opinião. Diz, entre outras coisas: -“Não sendo os Espíritos senão as almas dos homens, comunicando-nos com eles não saíamos fora da Humanidade, circunstância capital a considerar-se. Os homens de gênio, que foram fachos da Humanidade, vieram do Mundo dos Espíritos e para lá voltaram, ao deixarem a Terra. Desde que os Espíritos podem comunicar-se com os homens, esses mesmos gênios podem dar-lhes instruções sob a forma espiritual, como o fizeram sob a forma corpórea. Podem instruir-nos, depois de terem morrido, tal qual faziam quando vivos; apenas, são invisíveis, ao invés de serem visíveis; essa a única diferença. Não devem ser menores do que eram a experiência e o saber que possuem e, se a palavra deles, como homens, tinha autoridade, não na pode ter menos, somente por estarem no Mundo dos Espíritos. Mas, nem só os Espíritos superiores se manifestam; fazem-no igualmente os de todas as categorias, e preciso era que assim acontecesse, para nos iniciarmos no que respeita ao verdadeiro caráter do Mundo Espiritual, apresentando-se-nos este por todas as suas faces. Daí resulta serem mais íntimas as relações entre o Mundo Visível e o Mundo Invisível e mais evidente a conexidade entre os dois. Vemos assim mais claramente donde procedemos e para onde iremos. Esse o objetivo essencial das manifestações. Todos os Espíritos, pois, qualquer que seja o grau de elevação em que se encontrem, alguma coisa nos ensinam; cabe-nos, porém, a nós, visto que eles são mais ou menos esclarecidos, discernir o que há de bom ou de mau no que nos digam e tirar, do ensino que nos deem, o proveito possível. Ora, todos, quaisquer que sejam, nos podem ensinar ou revelar coisas que ignoramos e que sem eles não saberíamos. Os grandes Espíritos encarnados são, sem duvida, individualidades poderosas, mas de ação restrita e lenta propagação. Viesse um só dentre eles, embora fosse Elias ou Moisés, revelar, nos tempos modernos, aos homens, as condições do Mundo Espiritual, quem provaria a veracidade das suas asserções, nesta época de cepticismo? Não o tomariam por sonhador ou utopista? Mesmo que fosse verdade absoluta o que dissesse, séculos se escoariam antes que as massas humanas lhe aceitassem as ideias. Deus, em sua sabedoria, não quis que assim acontecesse; quis que o ensino fosse dado pelos próprios Espíritos, não por encarnados, a fim de que aqueles convencessem da sua existência a estes últimos e quis que isso ocorresse por toda a Terra simultaneamente, quer para que o ensino se propagasse com maior rapidez, quer para que, coincidindo em toda parte, constituísse uma prova da verdade, tendo assim cada um o meio de convencer-se a si próprio. Tais o objetivo e o caráter da revelação moderna. Os Espíritos não se manifestam para libertar do estudo e das pesquisas o homem, nem para lhe transmitir, inteiramente pronta, nenhuma ciência. Com relação ao que o homem pode achar por si mesmo, eles o deixam entregue às suas próprias forças. Isso sabem-no hoje perfeitamente os espíritas. De há muito, a experiência há demonstrado ser errôneo atribuir-se aos Espíritos todo o saber e toda a sabedoria e supor-se que baste a quem quer que seja dirigir-se ao primeiro Espírito que se apresente para conhecer todas as coisas. Saídos da Humanidade, eles constituem uma de suas faces. Assim como na Terra, no Plano Invisível também os há superiores e vulgares; muitos deles, pois, científica e filosoficamente, sabem menos do que certos homens; eles dizem o que sabem, nem mais, nem menos. Do mesmo modo que os homens, os Espíritos mais adiantados podem instruir-nos sobre maior porção de coisas, dar-nos opiniões mais judiciosas, do que os atrasados.



Uma coisa que eu não entendo na Bíblia, é como os primeiros homens viviam tanto tempo. Lá consta que Matusalém viveu 969 anos, que Adão viveu 960 anos e outros, ainda, viveram quase tanto ou até mais. Será que para eles o ano tinha uma duração diferente ou realmente eles viveram tanto tempo?

Não temos dúvida, caro ouvinte, de essas idades foram calculadas segundo um critério desconhecido. No mínimo, seguiram uma fórmula totalmente diferente do nosso calendário. No passado muito distante da humanidade, não havia tanta preocupação com o tempo como hoje, e cada povo podia adotar a própria maneira de medi-lo. Consta que o primeiro calendário surgiu na Suméria, séculos antes de Cristo.

Devemos considerar ainda que, entre os hebreus, havia uma crença de que os anos vividos na Terra eram uma concessão divina, conforme podemos ler nos textos dos primeiros livros da Bíblia. Tanto assim que, entre os mandamentos entregues a Moisés, havia um que dizia: “Honrai vosso pai e vossa mãe para que os vossos dias sejam longos sobre a Terra”. Disso decorria que a pena de morte era o maior castigo e havia no código de conduta daquele povo várias ordenações de morte para os desobedientes, para os rebeldes e para os profanadores.

Um outro aspecto que convém ressaltar na história hebraica é que os primeiros livros da Bíblia não foram escritos na época dos fatos, mas muito séculos depois dos acontecimentos a que eles se referem. Entre os historiadores, prevalece um entendimento que esses textos começaram a ser escritos somente no século 8 A.C.. É claro que, depois de tanto tempo, muitas informações chegavam completamente deturpadas, pois, até então, elas eram passadas oralmente (de boca em boca, de geração em geração) e cada vez mais ganhavam nova roupagem, dependendo das crenças do povo.

Por outro lado, se você observar com atenção, vai verificar que todos os personagens a quem se atribui essas idades extraordinárias – como o próprio Matusalém, Adão, Enoque, Lamek e outros – teriam vivido antes do dilúvio, numa época muito remota. Só para você fazer uma idéia, o povo sumério, que também relata o episódio do dilúvio, possui textos ainda mais antigos que os dos hebreus. Nesses textos aparecem reis sumérios que teriam vivido mais de 240 mil anos. Logo, os estudos nesse sentido podem comprovar que essa forma exagerada de apresentar a idade de personagens de destaque era muito comum no Oriente Médio.

Além do mais, analisando cientificamente a questão, podemos deduzir que, ao pesquisar a História, quanto mais recuamos no tempo, menor é a expectativa de vida das pessoas. No início do século 20, a duração média da vida humana era praticamente a metade do que era no final desse século e, neste século 21, ainda teremos um avanço mais significativo em termos de longevidade humana. Isso significa que, nenhuma época como hoje, o homem está vivendo tanto, devido à qualidade de vida que foi sendo conquistada aos poucos com o desenvolvimento dos conhecimentos científicos, da tecnologia, da própria medicina e do saneamento básico das cidades.

A Ter