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terça-feira, 8 de outubro de 2024

ALLAN KARDEC E O CRITERIO PARA IDENTIFICAR BONS ESPÍRITOS E MÉDIUNS; EOM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Observa-se nesses tempos de comunicação rápida e fácil, grande quantidade de mensagens ditas espirituais tratando de posicionamentos diante das turbulências sociais típicas de uma fase de transição, aliás, como previstas no capítulo 18 do livro A GÊNESE, de Allan Kardec. Muitos se empolgam com seus conteúdos geralmente óbvios para os que estudam as crises da Humanidade da Terra sob o ponto de vista do Espiritismo. Fatos desse tipo, não eram incomuns ao tempo do surgimento da Doutrina Espírita. No número de julho de 1860 da REVISTA ESPÍRITA, Kardec analisa um caso, apresentando orientações sobre critérios que ele julga validos e dos quais extraímos algumas orientações sobre os ‘falsos profetas’ e os médiuns que os servem. Diz o Mestre: -“O que ainda é próprio desses Espíritos orgulhosos é a espécie de fascinação que exercem sobre seus médiuns, por meio da qual algumas vezes os fazem compartilhar dos mesmos sentimentos. Dizemos de propósito seus médiuns, porque deles se apoderam e neles querem ter instrumentos que agem de olhos fechados. De maneira alguma se acomodariam a um médium perscrutador ou que visse bem claro. Não se dá também o mesmo entre os homens? Quando o encontram, temendo que lhes escape, lhe inspiram o afastamento de quem quer que o possa esclarecer. Isolam-no de certo modo, a fim de poderem agir com inteira liberdade, ou só o aproximam daqueles de quem nada têm a temer. E, para melhor lhes captar a confiança, se fazem de bons apóstolos, usurpando os nomes de Espíritos venerados, cuja linguagem procuram imitar. Mas, por mais que façam, jamais a ignorância poderá simular o verdadeiro saber, nem uma natureza má a verdadeira virtude. O orgulho sempre se mostrará sob o manto de uma falsa humildade; e porque temem ser desmascarados, evitam a discussão e afastam seus médiuns. Entre os numerosos escritos publicados sobre o Espiritismo, sem dúvida alguns poderiam ensejar uma crítica fundada; mas não os pomos todos na mesma linha; indicamos um meio de os apreciar e cada um fará como entender. (...) A base de nossa apreciação: esta base será a lógica, da qual cada um poderá fazer seu próprio uso, pois não alimentamos a tola pretensão de lhe ter o privilégio. A lógica, com efeito, é o grande critério de toda comunicação espírita, como o é de todos os trabalhos humanos. Sabemos perfeitamente que aquele que raciocina de maneira errada julga ser lógico. Ele o é à sua maneira, mas apenas para si e não para os outros. Quando uma lógica é rigorosa como dois e dois são quatro, e as consequências são deduzidas de axiomas evidentes, o bom-senso geral cedo ou tarde faz justiça a todos esses sofismas. Acreditamos que as proposições seguintes têm este caráter: 1- Os Espíritos bons não podem ensinar e inspirar senão o bem; assim, tudo que não é rigorosamente bem não pode vir de um Espírito bom; 2- Os Espíritos esclarecidos e verdadeiramente superiores não podem ensinar coisas absurdas; assim, toda comunicação eivada de erros manifestos ou contrários aos dados mais vulgares da ciência e da observação, só por isso atesta a inferioridade de sua origem.



Amor e Caridade. Mais uma vez este tema vem ao programa, agora estimulado pelo Mário Jorge Gianoti, de Marília, que pergunta: “No Evangelho Segundo o Espiritismo temos uma citação do Apóstolo Paulo, sobre caridade, no capítulo “Fora da Caridade não há salvação”. Eu já vi essa mesma citação em outros livros, inclusive numa tradução da Bíblia, mas que no lugar da palavra caridade vinha a palavra amor. Não me parece que é a mesma coisa. Vocês explicaram no programa que amor é sentimento e caridade é ação. Com que finalidade, então, alguns autores usam a palavra amor no lugar de caridade e vice-versa? Isso não seria uma distorção?

Não é uma coisa tão simples de se tratar, Mário. Mas, ao que tudo indica, as religiões que valorizam a fé e não as obras – ou melhor dizendo, aquelas que proclamam a salvação exclusivamente pela fé - tendem a fazer esse ajuste da palavra amor, porque não suportam a palavra caridade. Não é o caso, por exemplo, da famosa tradução de João Ferreira de Almeida, da Sociedade Bíblica do Brasil, que coloca a palavra “caridade” na boca do apóstolo Paulo.

No entanto, quanto à tradução, é possível empregar a palavra “amor”, sim, quando essa palavra “Amor” significa fazer o bem, auxiliar, ajudar, solidarizar-se, colocar-se ao lado daquele que precisa, seja ele quem for – sem exigir condições e sem esperar recompensa – porque foi o que Jesus quis ensinar, quando contou a Parábola do Bom Samaritano e quando proferiu o maior dos mandamentos: “Um grande mandamento vos dou, que vos ameis uns aos outros como eu vos amo “

Aliás, a palavra amor pode ter diversas conotações – como, por exemplo, o amor ente o homem e a mulher, o amor entre os familiares, o amor correspondido, etc. Contudo, o amor ágape, aquele que Jesus ensinou, não é apenas um sentimento que deve permanecer vivo no coração, mas é a expressão desse sentimento nas prática de nossa vida diária, em nossas relações uns com os outros, sem esperança de retribuição - ou seja, aquilo que o Espiritismo chama de caridade.

Repare que Kardec não afirmou que fora do Espiritismo não há salvação, mas deixou bem claro que “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO”. Logo a caridade está acima de qualquer religião, pode ser exercida até por uma pessoa que nem religião tem. Porém, muita gente, quando ouve a palavra “caridade”, ainda pensa em esmola, em gestos casuais de benevolência para quem está passando por necessidade. Todavia, para o Espiritismo – como para Jesus o Amor Ágape – caridade é um modo de vida, é a forma como convivemos e nos relacionamentos com toda e qualquer pessoa que esteja ao nosso lado, e que Jesus chamou de amor próximo.

A caridade material é mais fácil, a caridade moral é mais difícil. É fácil prestar um auxílio financeiro a alguém, num momento de necessidade Difícil, porém, é tolerar injúrias, perdoar ofensas, compreender os que erram contra nós, viver no dia a dia exercitando atos de compreensão e de bondade para aqueles que erram contra nós, caminhar ao lado de quem precisa de nossa palavra, de nosso apoio e de nossa colaboração.

A máxima de Jesus, “a cada um segundo as suas obras”, diz tudo. Jesus só estava interessado na melhoria moral do homem, pois é assim que o homem tende a se aproximar de sua perfeição – quer dizer, de sua felicidade. Amar, portanto, no sentido que ele nos ensinou, não é uma mera situação contemplativa, de adoração, rituais e louvores (porque isso tudo é fácil e não contribui para o nosso crescimento espiritual). Amar é amar-se, buscar a felicidade no próprio coração, independente do que possa estar acontecendo ao redor.

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