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sábado, 12 de outubro de 2024

ESPIRITISMO O GRANDE DESCONHECIDO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “- O LIVRO DOS ESPÍRITOS não é um tratado completo de Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação”. A afirmação de Allan Kardec é ignorada pela maioria dos seguidores do Espiritismo. Felizmente porque o que se observa em incontáveis Centros Espíritas é a Doutrina praticada “a moda de”. Falta estudo e conhecimento sobre o assunto nas denominadas, OBRAS BÁSICAS. Como inspirada e sugestivamente o inesquecível Professor Herculano Pires intitulou um dos seus livros O ESPIRITISMO O GRANDE DESCONHECIDO. Analisando a realidade sugerida pelo comentário, Allan Kardec com a sobriedade habitual escreveu na educação de dezembro de 1868 da sua REVISTA ESPÍRITA: - “Para assegurar-se, no futuro, a unidade, uma condição se faz indispensável: que todas as partes do conjunto da Doutrina sejam determinadas com precisão e clareza, sem que coisa alguma fique imprecisa. Para isso, procedemos de maneira que os nossos escritos não se prestem a interpretações contraditórias e cuidaremos de que assim aconteça sempre. Quando for dito peremptoriamente e sem ambiguidade que dois e dois são quatro, ninguém pode pretender que se quis dizer que dois e dois fazem cinco. Conseguintemente, seitas poderão formar-se ao lado da Doutrina, seitas que não lhe adotem os princípios ou todos os princípios, porém não dentro da Doutrina, por efeito de interpretação dos textos, como tantas se formaram sobre o sentido das próprias palavras do Evangelho. É este um primeiro ponto de capital importância. O segundo ponto está em não se sair do âmbito das ideias práticas. Se é certo que a utopia da véspera se torna muitas vezes a verdade do dia seguinte, deixemos que o dia seguinte realize a utopia da véspera, porém não atravanquemos a Doutrina de princípios que possam ser considerados quiméricos e fazer que a repilam os homens positivos. O terceiro ponto, enfim, é inerente ao caráter essencialmente progressivo da Doutrina. Pelo fato de ela não se embalar com sonhos irrealizáveis, não se segue que se imobilize no presente. Apoiada tão-só nas leis da Natureza, não pode variar mais do que estas leis; mas, se uma nova lei for descoberta, tem ela que se pôr de acordo com essa lei. Não lhe cabe fechar a porta a nenhum progresso, sob pena de se suicidar. Assimilando todas as ideias reconhecidamente justas, de qualquer ordem que sejam, físicas ou metafísicas, ela jamais será ultrapassada, constituindo isso uma das principais garantias de sua perpetuidade. Se, portanto, uma seita se formar à ilharga do Espiritismo, fundada ou não em seus princípios, de duas uma: ou essa seita estará com a verdade, ou não estará; se não estiver, cairá por si mesma, sob o ascendente da razão e do senso comum, como já sucedeu a tantas outras, através dos séculos; se suas ideias forem acertadas, mesmo que com relação a um único ponto, a Doutrina, que apenas procura o Bem e o verdadeiro onde quer que se encontrem, as assimilará, de sorte que, em vez de ser absorvida, absorverá. Se alguns de seus adeptos vierem a afastar-se, é que se acreditarão capazes de fazer coisa melhor; se realmente fizerem algo melhor, ela os imitará; se fizerem maior bem, ela se esforçará por fazer outro tanto ou mais, se possível; se fizerem mais mal, ela os deixará fazer, certa de que, mais cedo ou mais tarde, o bem sobrepuja o mal e o verdadeiro predominará sobre o que é falso. Esta a única luta em que se empenhará”.



Antonia Maria, da Rua José Rosário (Bairro Labienópolis) pede que falemos sobre o batismo de Jesus.

Obrigado, Antonia, pela sua participação. Trata-se de um episódio citado por Mateus, Marcos e Lucas, em que Jesus teria se submetido ao ritual de João, que batizava no Rio Jordão. O batismo consistia na imersão da cabeça na água e era uma forma ritualística de representar a limpeza da alma e o início de nova vida. Era a isso que se propunha João – que, por sinal, era parente de Jesus – diante do quadro de corrupção da sociedade, contra o qual se revoltava. João, naturalmente, se inspirou na prática de outros povos, que utilizavam cerimoniais de conversão, onde a pessoa assumia um compromisso com novo estilo de vida.

Quando Jesus se aproximou e pediu para ser batizado, João – que o conhecia – a princípio recusou, dizendo que não era digno sequer de amarrar- suas sandálias. É claro que o batismo, como João pretendia, não se aplicava a Jesus, mas sim às pessoas que haviam se desviado do bom caminho e tinham a pretensão de se regenerar. Mas Jesus insistiu, afirmando que era necessário que assim fosse para que se cumprisse a lei. Conta-se que naquele momento apareceu uma pomba branca e radiante, e ouviu-se uma voz que afirmava que Jesus era o filho dileto e que por ele se manifestava. Atribuiu-se essa voz a Deus ou ao Espírito Santo.

João já havia falado aos seus discípulos sobre Jesus e até previu que Jesus o procuraria para ser batizado. Mas adiantou que ele, João Batista, batizava com água, enquanto Jesus o faria com o fogo. Não há dúvida de que se trata de uma linguagem simbólica, pois o fogo, para aquele povo, significava expiação, sofrimento. Com certeza, Jesus, muito sutilmente, queria dizer que se regenerar pelo batismo da água é uma coisa, mas que a verdadeira regeneração acontece com o batismo do fogo – ou seja, com o o esforço, a luta e o sacrifício de cada um, na busca de sua regeneração moral.

Infelizmente, ainda hoje, há quem se satisfaça apenas e tão somente com o batismo da água, achando que com isso já conquistaram o Reino dos Céus e obtiveram a própria salvação. Sabemos, no entanto, que o batismo de Jesus é diferente do de João, pois o de Jesus implica na regeneração moral de cada um de nós, e isso só vamos conseguir melhorando nossa conduta, uns diante dos outros, para seguirmos as instruções a que Jesus se referiu quando pronunciou o sermão da montanha.

O fato de Jesus ter-se deixado batizar mostra que ele aderiu aos elevados propósitos de João Batista, embora – é claro – não concordasse com os métodos que João utilizava para alcançar seu intento. João, ao contrário de Jesus, era um homem rude e impetuoso, falava e agia com autoritarismo, tanto assim que acabou se indispondo com Herodes e, por último, teve a cabeça decepada a mando da filha do rei, interrompendo assim sua missão.

Enquanto João se apoio na prática iniciática do batismo para chamar a atenção sobre sua doutrina, Jesus dispensava toda e qualquer espécie de cerimonial de caráter místico; preferia que as pessoas despertassem seu bom senso e seus sentimentos pelo uso da razão, tanto assim que nunca utilizou o batismo, nem jejum, nem a consagração do sábado, nem qualquer outro ritual para converter ninguém. No entanto, Jesus reconheceu o trabalho de João e, ao mesmo tempo, anunciou, conforme lemos em Mateus, cap. 11, versículos 12 a 15:

Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é adquirido pela força e são os violentos que o arrebatam. Todos os profetas e a lei profetizaram até João”. E para esclarecer quem era, de fato, João Batista, Jesus complementou: “E se vós quereis compreender, ele mesmo (referindo-se a João) é o Elias que há de vir ( ou seja, cuja vinda fora profetizada). E para dar ênfase ao que acabara de revelar, acrescentou: “Os que têm ouvido para ouvir ouçam.”

O fato de se deixar batizar por João mostrou seu elevado gesto de solidariedade àquele que vinha abrir o caminho para a divulgação da BOA NOVA. Tanto assim que Jesus trouxe para o seu grupo alguns dos discípulos de João. E foi o próprio Jesus que afirmou que João era o profeta Elias, que vivera 9 séculos antes e cuja volta estava prevista. Com isso, Jesus deixou claro que João era a reencarnação de Elias, que voltara para dar andamento à sua missão. Desse modo, o trabalho de João fazia parte da missão de Jesus; dai o entrelaçamento entre eles.





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