Quando Allan Kardec trata da questão do sexo nos Espíritos nas questões 200 a 202 d’O LIVRO DOS ESPIRITOS, ouve que as inversões na morfologia do corpo humano - ou seja, renascer como homem, outras vezes como mulher - é ocorrência natural e necessária no processo evolutivo. Uma visão nova era oferecida para a análise da situação que intrigou vários estudiosos ao longo do tempo. Quando o Espírito conhecido como André Luiz escreveu a série de livros conhecida como NOSSO LAR, através do médium Chico Xavier, outros ângulos puderam ser apreciados. Vasculhando essas obras, destacamos alguns desses pontos para reflexão: 1- O Espírito reencarna em regime de inversão sexual, como pode renascer em condições transitórias de mutilação ou cegueira. Isso não quer dizer que homossexuais ou intersexos estejam em posição, endereçados ao escândalo ou à viciação, como aleijados e cegos não se encontram na inibição ou na sombra para serem delinquentes. O conceito de normalidade ou anormalidade são relativos. Se a cegueira fosse a condição da maioria dos Espíritos reencarnados na Terra, o homem que pudesse enxergar seria positivamente minoria e exceção. 2- Masculinidade ou feminilidade totais são inexistentes na personalidade humana, do ponto de vista psicológico, visto que homens e mulheres, em Espírito, apresentam certa percentagem de característicos viris ou feminis em cada indivíduo, o que não assegura possibilidades de comportamento íntimo normal para todos, segundo a conceituação de normalidade que a maioria dos homens estabeleceu para o meio social. Ações praticadas contra pessoas do sexo oposto na busca de prazer a qualquer preço impõem além da morte a desorganização mental do causador manifestada através da alienação mental exigindo para seu reequilíbrio muitas vezes pela intervenção os Agentes da Lei Divina, reencarnações compulsórias renascendo em corpo inversos às suas características momentâneas de masculinidades ou feminilidade, para que no corpo inverso, no extremo desconforto íntimo, aprenda a respeitar o semelhante lesado. A inversão também ocorre por iniciativa daqueles que, valendo-se da renúncia construtiva para acelerar o passo no entendimento da vida e do progresso espiritual no intuito de operarem com mais segurança e valor o acrisolamento moral de si mesmos ou na execução de tarefas especializadas, através de estágio perigosos de solidão, em favor do campo social da Terra 3 - Homens e mulheres podem nascer homossexuais ou intersexos, seja como expiação ou em obediência a tarefas específicas –, como são suscetíveis de tomar o veículo físico na condição de mutilados ou inibidos em certos campos de manifestação para melhorar-se e nunca sob a destinação do mal. A Terra, pouco a pouco, renovará princípios e conceitos, diretriz e legislação, em matéria de sexo, sob a inspiração da ciência, que situará o problema das relações sexuais no lugar que lhe é próprio .(sd) 4- É vulgar a fixação do sexo no equipamento genital do homem e da mulher (...) Freud definiu o objetivo do impulso sexual como procura de prazer (...). É indispensável dilatar a definição para arredá-la do campo erótico em que foi circunscrita. Pela energia criadora do amor, a alma, em se aperfeiçoando, busca sempre os prazeres mais nobres. Temos assim, o prazer de ajudar, de descobrir, de purificar, de redimir, de iluminar, de estudar, de aprender, de elevar, de construir e toda uma infinidade de prazeres, condizentes com os mais santificantes estágios do Espírito. Encontramos, desse modo, almas que se amam profundamente, produzindo inestimáveis valores para o engrandecimento do mundo, sem jamais se tocarem umas nas outras, do ponto de vista fisiológico, embora permutem constantemente os raios quintessenciados do amor para a edificação das obras a que se afeiçoam (AR)
Uma ouvinte nos passou a seguinte questão, sem querer identificar-se. “Gostaria que vocês falassem um pouco de “culpa”. Por que a gente tem tanta dificuldade de se livrar de uma culpa? Confesso que já passei por psicoterapias e nada resolveu e, embora eu saiba que já paguei o que devia, porque ainda me sinto culpada?”
Queremos esclarecer que não temos a pretensão de estar com a verdade plena. Por isso, o que dizemos é aqui provém de nosso conhecimento espírita, das próprias experiências de vida e de algumas luzes que ciência psicológica vem nos oferecendo há algum tempo. Logo, as nossas respostas não têm o condão da verdade absoluta, razão pela qual convidamos a ouvinte a refletir conosco e anos questionar, se necessário.
Primeiramente, não sabemos de que você se sente culpada, prezada ouvinte. Mas não é difícil presumir que se trata de algum vínculo em seus círculos de relações, notadamente na família. Logo, a nossa apreciação será de forma generalizada, para você perceber se se trata do problema que você vem enfrentando e, neste caso, se esta reflexão pode ajudá-la a se reconciliar consigo mesma, alcançando, por fim, o que conhecemos como auto perdão.
Partimos do seguinte pressuposto. Numa relação conflituosa entre duas pessoas podem existir o ofensor ou autor do prejuízo de um lado e o ofendido, prejudicado ou vítima, de outro. O ofendido herda a mágoa, que se instala quase que instantaneamente na sua mente. Seja qual for a espécie de dano causado, se o ofendido fica indignado ou revoltado, ele passa a carregar na alma essa carga negativa de aflição, enquanto não perdoar.
Do outro lado, o autor do prejuízo moral não precisa necessariamente se sentir culpado logo após o cometimento da ofensa. Geralmente, o sentimento de culpa vem depois – depois que ele refletiu, analisou e teve condições de se colocar no lugar de sua vítima. Esse processo de culpa, quase sempre, demora – pode ocorrer nos seus últimos momentos de vida e até na vida espiritual. Felizes dos que se sentem culpados desde agora!... Mas quando a culpa se instala na alma a carga de aflição ainda é maior do que a mágoa que acomete a vítima.
No cômputo geral é melhor ser ofendido que ofender, nesse sentido; no sentido de que a culpa tem uma ação mais devastadora que a mágoa. Só existe um remédio para curar a mágoa: o perdão. No entanto, o perdão do magoado pode aliviar, mas não elimina a culpa do ofensor que, muitas vezes, até se sente mal com o perdão, passando a se sentir mais culpado ainda.
Em Doutrina Espírita – conforme está em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec – aprendemos que o processo para eliminar a culpa tende a ser mais longo do que o processo que procura eliminar a mágoa. O culpado precisa, em primeiro lugar, arrepender-se. Mas só se arrepender não basta: ele tem necessidade de reparar o mal que causou. De que forma? Cada caso é um caso, mas enquanto ele não sentir que pagou tudo o que devia, não se livrará da acusação implacável de sua própria consciência.
Podemos errar de suas grandes maneiras: fazendo o mal ou deixando de fazer o bem que está ao nosso alcance. Qualquer uma destas situações, mais cedo ou mais tarde, nos levará ao banco dos réus no tribunal de nossa consciência moral. É a ela que devemos prestar contas. Mas não é a Deus? – você perguntaria. Os Espíritos respondem: as Leis de Deus estão em nossa consciência.
Sofrer a condenação da consciência é pior do que sofrer a condenação do ofendido. Às vezes, preferimos que ele nos acuse e nos condene – sem nos perdoar – do que deixar para a nossa consciência moral resolver esse problema. E como nos livrar dele?
Buscando Deus no próprio coração, aprendendo as leis de Deus. E não só isso: redirecionando o próprio caminho, tendo em mãos esses princípios morais que nos ajudam a praticar o bem. Se possível, diretamente àquele a quem prejudicamos. Se não for possível, fazê-lo indiretamente, a outros que precisem de nós. Aqui lembramos da afirmação do apóstolo Paulo: “O amor cobre a multidão de pecados.”
Amar não é apenas e tão somente desejar o bem, amar é sobretudo praticar o bem, mas fazer isso, não por obrigação, mas empregando toda carga de amor possível, para que o amor que trazemos no coração seja dado àqueles que dele precisam. Assim, o exercício do bem ao próximo é o remédio mais eficaz para alcançarmos o auto perdão – isto é, a libertação da culpa que nos corrói por dentro.
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