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sexta-feira, 25 de outubro de 2024

O QUE AS ESTATISTICAS NÃO MOSTRAM; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Estudo conduzido pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz através dos médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira, no mês de julho de 1965, em Nova Iorque, reproduzido no livro ENTRE IRMÃOS DE OUTRAS TERRAS (feb) – organizado com mensagens psicografadas por ambos em meio ao roteiro cumprido por eles no Exterior, naquele ano -, revelava que a média de desencarnações por suicídio em dez países, era tão grave e significativamente alta, quanto a do câncer e da arteriosclerose. Quase meio século depois, a Organização Mundial de Saúde (OMS), demonstra que as mortes por suicídio superam atualmente as causadas por guerras e homicídios, são mais elevadas em países do leste da Europa, perfazendo no mundo, um milhão de pessoas por ano. Estima que a cada quarenta segundos uma pessoa morra por suicídio, ocorrendo anualmente, 20 milhões de tentativas, enquadrando o problema como de saúde publica, que se agravando continuamente. Diferentemente da maioria das escolas religiosas e filosóficas, O Espiritismo tem algo importante a dizer sobre o problema. Indagados sobre o desgosto pela vida que se apodera de alguns indivíduos sem motivos plausíveis, responderam: “–Efeito da ociosidade, da falta de fé e geralmente da saciedade. Para aqueles que exercem suas faculdades com um fim útil e segundo suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente”. Acrescentam que “o louco que se mata não sabe o que faz”. A sociedade materialista do final do século 20, em sua maioria alheia e desinteressada, acomodada e indiferente às questões espirituais – não necessariamente religiosas -, expõe-se a outro fator por ela ignorado: a influência perturbadora dos desencarnados oriundos de experiências fracassadas do passado ou invejosos, despeitados e frustrados, para os quais a felicidade do próximo é insuportável. Nesse caso, aqueles que são arrastados para tal prática, imaginando ou não terminar com tudo, experimentam o abandono dos que a influenciaram. Foi o que disse a jovem Renata Zaccaro Queiroz, que, aos 18 anos, atirou-se do oitavo andar do prédio em que residia com os pais, na região dos Jardins, em São Paulo, no dia 5 de setembro de 1979, reaparecendo viva em carta psicografada pelo médium Chico Xavier, seis meses depois em reunião pública em Uberaba (MG). Explica à mãe presente naquela noite/madrugada: “- Ainda não sei que força me tomou naquela quarta-feira. Tive a ideia de que uma ventania me abraçava e me atirava fora pela janela. Certamente de via mobilizar minha vontade e impedir que o absurdo daquele momento me enlouquecesse. Obedecia maquinalmente aquela voz que me ordenava projetar-me no vácuo. Quis recuar, mudar o sentido da situação, não consegui. Nunca imaginaria que tanto sofrimento se seguiria ao meu gesto. Não desejo fugir às responsabilidades e inventar desculpas que não tinham razão de ser. O que sei é que agi na condição de uma rã que uma serpente atraísse”. Noutros pontos de sua carta, Renata tranquiliza a mãe, dizendo: “- Não senti qualquer dor quando meu corpo registrou o impacto do encontro com o piso do prédio. Não me achava em condições de ver ou ouvir. Tudo em mim era um redemoinho qual se tivesse arrancada de casa, assim como a tempestade desloca para longe uma árvore forte com suas próprias raízes” e “estou melhorando, se bem que me veja na posição de alguém com necessidade de socorro ortopédico”. Essa duas observações da mensagem, confirmam revelação da Espiritualidade de que: 1- o suicídio por indução de processos obsessivos, contam com o pronto socorro daqueles que nos acompanham e assistem nos bastidores, interessados no nosso êxito na experiência reencarnatória, o que, é claro, não isenta o praticante das lesões e traumas consequentes da forma a que sucumbiu; 2- O corpo espiritual ou períspirito é tratável na outra Dimensão através de procedimentos – cirúrgicos, ortopédicos até hemodiálises -, muito parecidos com aqueles a que submetemos o corpo físico que utilizamos aqui. De qualquer forma, a pior das constatações daquele que imagina acabar com os sofrimentos, é que, além de não deixar de existir, experimenta de forma contínua as impressões ou sensações derivadas do gesto radical. Finalizando, Kardec pondera no capítulo cinco d’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO: “- A calma e a resignação hauridas na maneira de encarar a vida terrestre, e na fé no futuro, dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra o suicídio”.



A Antonia Rodrigues, da Rua José Rosário, pediu que comentássemos a passagem, relata por Lucas, quando Jesus afirmou: “Deixa que os mortos enterrem seus mortos”.

Esta citação evangélica é uma das que Kardec comenta no capítulo de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, que ele denominou “Estranha Moral”. Neste capítulo, Kardec reuniu algumas frases de impacto (por isso, estranhas) atribuídas a Jesus, e que – à primeira vista – deixam a impressão de que ele estaria se contradizendo – ou seja, ele estaria desdizendo aquilo que, até então, havia ensinado.

Vamos fazer, aqui, a citação do texto de Lucas. Enquanto caminhavam, alguém disse a Jesus: “Eu te seguirei aonde fores”. Disse Jesus: “As raposas têm tocas e as aves do céu tem ninhos; mas o filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”. Disse a outro: Segue-me! Ele, porém, disse: Senhor, permite-me ir primeiro enterrar meu pai. Disse Jesus: Deixa que os mortos enterrem seus próprios mortos. Tu, porém, vai e anuncia o Reino de Deus”. (Evangelho de Lucas, 9: 57,60.

A Doutrina Espírita lê os evangelhos sob a ótica do amor e da razão, que constitui a base dos ensinamentos de Jesus. A partir daí é que vai interpretar toda fala a ele atribuída, e não o contrário. Diante de tudo quanto Jesus ensinou (e todos sabemos que a base de seus ensinos é o amor ao próximo e o amor a Deus), não podemos ficar presos a interpretações de citações isoladas, que nem sabemos se elas realmente expressam o que Jesus disse ou quis dizer.

Por que? Primeiramente, porque esses textos foram escritos muitos anos depois dos fatos que procuram relatar; Lucas, por exemplo, não conheceu Jesus. Em segundo lugar, porque os evangelistas não eram versados em escrever – não eram escritores, muito menos historiadores e, portanto, não se preocupavam o bastante com a precisão das palavras. Em terceiro lugar, porque Jesus falava uma língua e os textos foram elaborados em outra.

Em quarto lugar, porque não existem originais desses textos; na época, eram gravados em pergaminhos (couro de animais); quem se interessasse devia contratar copistas que, muitas vezes, desfiguravam o texto original ( alterando, acrescentando ou intercalando anotações). E, por último, a inúmeras traduções por que já passaram até chegar a nós.

Não é possível que Jesus, com a grandeza de seu amor, estivesse desprezando ou minimizando o sentimento de uma pessoa por seu pai. Evidentemente, enterrar o cadáver de um pai é também um ato de respeito, que sensibiliza qualquer pessoa, quanto mais Jesus!... E por que, então, lhe foi atribuída essa fala. Talvez porque o evangelista quisesse enfatizar ou reforçar o valor do compromisso que o seguidor de Jesus deveria ter para com a propagação de sua doutrina. Do mesmo modo que não pode se atribuir a Jesus a frase que manda odiar o pai e a mãe, também não seria cabível aceitar esta que manda desprezar o cadáver de um familiar querido.

Deixa que os mortos enterrem seus mortos” é uma frase de impacto, uma linguagem figurada que, no fundo, quer dizer que não devemos valorizar mais as coisas materiais que as coisas espirituais. A figura do cadáver, neste caso, serviu para estabelecer o contraste entre o material e o espiritual, entre o morto e o vivo. Se o corpo não tem mais o espírito, qual seria seu valor? No entanto, ela só é adequada se interpretarmos seu sentido essencialmente moral.

As pessoas, que se propunham a seguir Jesus, precisavam ter consciência de que, a partir de então, deveriam assumir uma vida de renúncia, até porque “pregar o evangelho”, ensinar o amor aos inimigos, passava a ser uma missão muito arriscada e até perigosa, uma vez que a doutrina de Jesus se confrontava com idéias e valores que vinham sendo cultivados durante séculos. Logo, Jesus deixava muito claro que segui-lo não era para qualquer um, mas somente para aqueles que estivessem dispostos a deixar de lado os interesses materiais, arriscando, se necessário, a própria vida.

Contudo, isso não quer dizer que Jesus teria se manifestado exatamente como está no texto, com as palavras que lhe foram atribuídas. Aliás, nenhum admirador Jesus chegaria a tanto, Mas o que está no texto foi, sem dúvida, - salvo as possibilidades de ter havido alguma adulteração ao longo do tempo - a melhor forma que os evangelistas encontraram para expressar o sentido que Jesus dava à elevada missão daqueles que pretendiam ser seus verdadeiros apóstolos e que, evidentemente, eram poucos.


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