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segunda-feira, 28 de outubro de 2024

POSSÍVEL EXPLICAÇÃO PARA O INCOMPREENSÍVEL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Embora o turbilhão de notícias sobre a violência tenha ocultado os fatos, a verdade é que a memória recente de quem se sentiu estarrecido diante dos acontecimentos ainda não apagou a suposta eliminação da própria família por um menino de 13 anos num dos bairros da capital paulista em 2013, ou a daquele outro de 10 anos que em São Caetano do Sul (SP), em 2011, após retornar do banheiro da escola, atirou na professora perante 25 colegas, saiu da sala e, numa escada próxima, suicidou. Como entender que duas criaturas nem bem saídas da infância sejam capazes de ações tão violentas contra pessoas que deveriam no mínimo respeitar? Teria sido a personalidade de sua existência atual tão mal formada a ponto de não revelarem sentimentos ou se perturbarem irracionalmente diante de situações que consideravam injustas e insuportáveis? Perguntas de resposta difícil até pela falta de dados realmente confiáveis do histórico recente dos personagens envolvidos. Admitida a reencarnação como um fato, teria o passado remoto algo a ver com desdobramentos tão surreais? Perpassando um dos volumes da coleção da REVISTA ESPÍRITA publicada por iniciativa e com recursos do próprio Allan Kardec no período 1858/1869, especificamente no numero de dezembro de 1859, encontra-se o Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas referente à sessão geral de 30 de setembro daquele ano, uma sexta feira. Entre os assuntos que ocuparam a pauta cumprida pelos presentes, informações a respeito de uma notícia veiculada por vários jornais de Paris, sobre o assassínio cometido por um menino de sete anos e meio, com premeditação e todas as circunstâncias agravantes. Segundo comentário de Allan Kardec, o fato provava que nesse menino o instinto assassino inato não pode ser desenvolvido nem pela educação, nem pelo meio em que se encontrava. Considera ele que isto não pode explicar-se senão por um estado anterior à existência atual. Buscou então ouvir o Espírito São Luiz, responsável pelas reuniões levadas a efeito naquele grupo que explicou o seguinte: -“O Espírito do menino está quase no início do período humano; não tem mais que duas encarnações na Terra; antes de sua existência atual pertencia às tribos mais atrasadas de ilhas espalhadas pelo Planeta. Quis nascer num mundo mais adiantado, na esperança de progresso”. A observação suscita uma reflexão interessante: vivia-se o décimo nono século da chamada Era Cristã e, pelo que revela a questão 1019 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS e o 18 da obra A GÊNESE, a Terra passava desde um século e meio antes por um ciclo de ajuste no tocante à população a ela ligada tendo em vista a elevação do orbe terreno na classificação explicada nas análises incluídas no capítulo 3 d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Nelas, o Codificador dedica-se a interpretar o HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI, afirmação atribuída a Jesus por João no capítulo XIV, versículo 1, do seu Evangelho, arriscando uma classificação dos Mundos, situando a Terra na categoria dos de Expiações e Provas, aqueles em que o mal predomina pela condição evolutiva dos seres que nela habitam. E no caso do autor do crime, ele não tinha mais que duas encarnações no planeta terreno. Mais à frente, mensagem psicografada por Santo Agostinho afirma que “não são todos os Espíritos encarnados na Terra que se encontram em expiação, constituindo-se as raças que chamamos selvagens de Espíritos apenas saídos da infância, que estão, por assim dizer, educando-se e desenvolvendo-se ao contato de Espíritos mais avançados”. Quanto a esse enfoque num de seus esclarecedores textos, Kardec estabelece interessante comparação lembrando que aquele que renasce em nossa Dimensão em apenas dois dias de existência não tem noção clara da realidade que o cerca, percepção que somente alcançará após mais de uma década de desenvolvimento no corpo a que se ligou na nova reencarnação com que trabalha pelo seu progresso espiritual. Os Espíritos recém elevados à condição humana consomem em tese o mesmo tempo ou número de encarnações para começar a ter consciência de suas responsabilidades perante a Criação. Finalizando a consulta, Allan Kardec perguntou à São Luiz se a educação poderia modificar essa natureza, obtendo a seguinte resposta: -“É difícil, mas possível. Seria preciso tomar grandes precauções, cerca-lo de boas influências, desenvolver a sua razão, mas é de temer que se fizesse exatamente o contrário”.


Esta é uma questão com que sempre deparamos e que todos nós, mais cedo ou mais tarde, teremos que enfrentar. Muitos nos têm perguntado o seguinte: “O que uma pessoa, que já foi desenganada pela medicina e vê a morte se aproximar, pode fazer? O que nós, que somos seus familiares ou seus amigos, podemos fazer por ela? “

Com certeza, o bom senso e o espírito de solidariedade nos convidam a envolvê-la com todo o nosso carinho. Não como uma espécie de compensação pelo fato de ela estar partindo e não ter mais perspectiva para esta vida. Coloquemo-nos no seu lugar. O carinho, de que falamos, é o sentimento tranquilo, sereno, de quem verdadeiramente ama, a fim de que se convença de que sempre foi amada, e se veja amparada pela presença de entes queridos.

O segundo ponto é alimentar sua espiritualidade. Seja ela de que religião for, o importante é que, acreditando em Deus e na continuidade da vida, firme-se na convicção de que a vida na Terra valeu a pena, mas não é sua única oportunidade de viver. Que se cientifique, nesses momentos, que todos vão passar pela mesma situação que ela. Lembrar Jesus, que nos seus últimos momentos, não se entregou ao desânimo ou ao desespero, mas mostrou-se mais confiante para demonstrar, depois, que a vida continua e que o Pai nos ama.

Muitas vezes, o paciente quer dizer alguma coisa, quer revelar algo que o incomoda lá no fundo da consciência, e que nunca confessou a ninguém. Nestas circunstâncias, é de suma importância que ele deposite a confiança em alguém para contar o que vem guardando há tanto tempo e que lhe tem sido causa de angústia. Ódio, mágoa, culpa são sentimentos nocivos, verdadeiros venenos para a alma, que precisam ser trabalhados e, muitas vezes, o são nos últimos momentos da vida, deixando que o Espírito parta mais leve e mais tranquilo.

Os Espíritos Orientadores – como Emmanuel e André Luiz – sempre chamaram a atenção para esse ponto. Muitas vezes, o desconforto dos últimos momentos de vida ou a doença prolongada significam a grande oportunidade de a pessoa se reconciliar consigo mesma e encontrar paz. Falamos do perdão e do auto perdão, ou dessa capacidade de podermos compreender os limites dos outros, tanto quanto nossos próprios limites e necessidades.

Se a morte não significa o rompimento definitivo com aqueles com quem não nos demos bem nesta vida, ela pode ser, por outro lado, a porta pela qual vamos recompor nossos sentimentos para com eles, e pedir a Deus nos dê outra oportunidade para estarmos novamente juntos. Esta condição propiciará a quem parte mais serenidade e paz. Daí a importância dos últimos momentos, que tão bem foram ressaltados pelos estudos e dos trabalhos da Dra. Elizabeth Kübler Ross, que tem várias obra publicadas sobre esse tema, especialmente no livro “MORTE, ETAPA FINAL DA EVOLUÇÃO”.


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