Na atualidade, multiplicam-se em toda sociedade humana casos de transtornos comportamentais, surgidos, por vezes, na experiência de indivíduos de vida aparentemente normal. Resgatando e adequando ao entendimento possível de muitas pessoas aspectos da Lei de Causa e Efeito, o Espiritismo vai colecionando exemplos capazes de explicar dramas inimaginados e inesperados na vida dos nele envolvidos. Apesar disso, profissionais da saúde mental, os maiores interessados no assunto, ignoram ou desdenham as possíveis possibilidades para entender as origens dos quadros por eles analisados. Naturalmente, quando a visão da interpretação espírita desses fenômenos, tiverem sido dissipadas pela força do raciocínio lógico, a comunidade científica contará com poderoso para terapias ou práticas que conduzam à solução definitiva das enfermidades. Para sua avaliação, destacamos quatro, exemplos do que falamos. CASO 1 - EFEITO - Mulher, casada, quatro filhos. Toda sua vida foi inimiga acirrada do pai, pessoa socialmente considerada simples, humilde e que sempre a tratou com carinho e bondade, tendo ele tudo feito para reverter tal situação. Ante a aproximação dos dois, notava-se o olhar carregado de ódio da mulher, transtornada pela repulsa e desprezo, com palavras incisivas e duras para o pai, comprazendo-se visivelmente com os tormentos morais estampados no rosto do mesmo. CAUSA - Ações praticadas 120 anos antes, em pequena vila de nome Pedra Grande, em Portugal. Na época, a senhora de hoje, estava encarnada na condição masculina, negociava vinhos, era casado e tinha filhos. Aventureiro, precipitou em quedas morais várias mulheres e jovens, chegando a ser pai de muitos filhos naturais não reconhecidos. Entretendo relações comerciais com um negociante, veio a seduzir a filha deste, a induzindo à prostituição e levando-a ao suicídio. Seu sogro que o auxiliava bastante, tendo sido quem o criara, sabedor dessa aventura, não desejando mais que sua filha suportasse os contínuos escândalos e sofresse mais desgostos, expulsou-o de casa. Fugiu, para nunca mais voltar. Agora, reencarnou como mulher. Seu pai atual era o antigo sogro. Seu marido, o noivo da moça que seduzira e levara ao suicídio e, esta, por sua vez, renasceu como uma de suas filhas. (NRM) CASO 2 - EFEITO - Jovem, treze anos, diagnosticado como portador de idiotia, caracterizada pela nulidade de faculdades intelectuais, alimentado com dificuldade pelos pais que não reconhecia, apresentando desenvolvimento físico reduzido. CAUSA - Encarnação duzentos anos antes, em que fez da “devassidão” seu estilo de vida, gerando desarmonias de toda ordem à sua essência espiritual, impondo-lhe as restrições observadas na existência presente, de curta duração para que alcance o equilíbrio de que se distanciou. Afirmou ver e sentir de forma lúcida o que se passa a seu redor, apesar dos impedimentos de se comunicar pelo corpo limitado a que se acha preso “como uma ave por uma pata”. (CI) CASO 3 – EFEITO - Mulher que, 15 dias após o casamento, passou a sonhar com um vulto masculino que a amarrava totalmente, enrolando-a fortemente em cordas, dos ombros aos tornozelos. Impressionada pela repetência de tais sonhos, passou a experimentar terríveis angústias e crises de medo e, embora medicada por profissional especializado, o mal evoluir, passando a viver retesada, braços colados ao corpo endurecidos, como se cordas invisíveis lhe tolhessem os movimentos. Afirmava estar enrolada pelas ditas cordas; dificilmente se sentando; arrastando os pés ao caminhar, como se tivesse os tornozelos atados; necessitando que alguém lhe colocasse os alimentos à boca e três ou mais pessoas para higienizá-la. CAUSA - Obsessão exercida pela sugestão hipnótica por Espírito visto como jovem elegantemente trajado à moda do século 19, a ela ligada por vingança causada por ter sido vitima de adultério por ela praticado em existência anterior, o qual não soubera perdoar, interpretando o casamento atual como nova traição, submetendo-a à sua obstinada e dominadora influência que a levou a terminar seus dias em estabelecimento espírita dedicado à Saúde Mental. CASO 4 – EFEITO - Homem idade avançada, morador de rua, renitente em aceitar ou buscar acomodação que o poupasse do desconforto da friagem da noite ou a dureza dos pisos duros em que acomodava ao relento, em calçadas, bancos de jardim ou alpendres de construções que lhe permitisse se ajeitar. CAUSA - Ações em existência anterior em que na condição de cruel fazendeiro expulsara impiedosamente muitas famílias de suas terras, deixando-as ao relento, sem rumo, levando-o a enfrentar, após seu desencarne, perturbador complexo de culpa que não lhe permite alojar-se em lugar nenhum. (ICX)
Gostaria que comentassem duas passagens do evangelho. A primeira é aquela da viúva, que deixou uma moeda na vaso do templo e foi elogiada por Jesus, quando disse que muitos davam do que lhes sobrava, mas ela deu do que lhe faltava. A outra passagem é a parábola dos talentos, quando Jesus conclui que “a quem foi muito foi dado muito será pedido”. Acho que existe uma relação muito próximo entre essas duas passagens do evangelho.
Você tem razão. Essas duas passagens se referem ao ato de dar. No primeiro caso, Jesus chamou a atenção dos discípulos para o fato de que geralmente as pessoas contribuíam com o que lhes sobrava – ou seja, elas não precisavam fazer nenhum sacrifício para dar. A viúva, entretanto, era muito pobre, passava necessidade, e mesmo assim, fez questão de contribuir com pouco que tinha. No entanto, esse mínimo lhe exigira um sacrifício, porque lhe faria falta.
Já a parábola dos talentos conta de um rico senhor que, antes de viajar, chamou três de seus servidores e lhes entregou algum dinheiro. Ao primeiro, deu 5 talentos, ao segundo deu dois e ao terceiro apenas um. Quando voltou, pediu que prestassem contas do dinheiro recebido. O que recebeu 5, devolveu-lhe 10; o que recebeu 2, devolveu-lhe 4, mas o que recebeu apenas um devolveu tão somente aquilo que recebeu. Fazendo um balanço, o patrão concluiu que os dois primeiros souberam utilizar bem o dinheiro e multiplicá-lo, enquanto o terceiro não produziu nada.
Talento era uma moeda de expressivo valor correspondente a alguns mil reais de hoje. Nessa história Jesus compara com a capacidade de produção de cada um. Deus nos confia certas condições para sermos úteis ao próximo e à sociedade. A maioria, talvez, não está atenta ao tesouro que Deus lhe confiou e, portanto, não está preocupada em ser útil ao bem comum. Poucos têm consciência de que vivemos em sociedade porque a sociedade nos dá proteção e segurança e que, portanto, todos nós devemos contribuir para o bem estar de todos.
Se todos dessem a sua parcela de contribuição – o mínimo que fosse – mas houve interesse e empenho de cada um, a vida seria melhor para todos. É claro que os que têm mais devem dar mais e os que tem menos devem dar o quanto podem. O valor da contribuição não está propriamente no valor econômico da doação, mas no que ela significa para aquele que deu.
Como ainda somos espíritos atrasados, para que a sociedade possa se manter, com todos os serviços que deve prestar à população, ela precisa instituir impostos. O nome já está dizendo: imposto é uma contribuição imposta, obrigatória, forçada. Se fosse esperar pelo interesse e pela vontade de cada um, será que a sociedade teria condições de se sustentar? Acreditamos que não, pois mesmo com os impostos há os sonegadores, os que procuram se safar dessa obrigação, onerando os outros que pagam regularmente.
se dão conta de que tem por dever moral fazer algo pelo próximo e pela sociedade. Mas, desses poucos, a maioria, talvez, não precisa se sacrificar para fazer o bem, porque leva uma vida relativamente fácil. Somente uma minoria sacrificada é capaz de se sacrificar para dividir o seu pão.
Quem tem maior mérito? perguntamos. Evidentemente, todo ato bom é um bem, que beneficia tanto quem recebe quanto quem dá. Mas, o mérito da realização é proporcional ao tamanho do esforço e do sacrifício empregados. É aí que se aplica a parábola do óbolo da viúva.
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