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terça-feira, 3 de dezembro de 2024

O MUNDO INVISÍVEL E A GUERRA SEGUNDO O ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

-“O Mundo Invisível é composto dos que deixaram seu envoltório corporal ou, por outras palavras, das almas que viveram na Terra. Estas almas ou Espíritos, o que é a mesma coisa, povoam o Espaço, estão em toda parte, ao nosso lado, como nas regiões mais afastadas”. O comentário pode ser lido na edição de dezembro de 1859 da REVISTA ESPÍRITA, publicação mensal financiada pelo próprio Allan Kardec para manter atualizados os seguidores do Espiritismo em várias partes da Europa. Quando do lançamento do livro A GÊNESE, no ultimo capítulo, encontra-se reproduzida uma mensagem assinada por um Espírito identificado como Dr Barry em que, entre outras coisas, diz: -“Uma coisa que vos parecerá estranhável, mas que por isso não deixa de ser rigorosa verdade, é que o Mundo dos Espíritos, mundo que vos rodeia, experimenta o contrachoque de todas as comoções que abalam o mundo dos encarnados. Digo mesmo que aquele toma parte ativa nessas comoções. Nada tem isto de surpreendente, para quem sabe que os Espíritos fazem corpo com a Humanidade; que eles saem dela e a ela têm de voltar, sendo, pois, natural se interessem pelos movimentos que se operam entre os homens. Ficai, portanto, certos de que, quando uma revolução social se produz na Terra, abala igualmente o mundo invisível, onde todas as paixões, boas e más, se exacerbam, como entre vós. Indizível efervescência entra a reinar na coletividade dos Espíritos que ainda pertencem ao vosso mundo e que aguardam o momento de a ele volver”. Em meados do século 20, o Orientador Espiritual Emmanuel através do médium Chico Xavier, transmitiu um interessante livro intitulado ROTEIRO (feb, 1951) em que revela: - Mais de vinte bilhões de almas conscientes, desencarnadas, sem nos reportarmos aos bilhões de inteligências sub-humanas que são aproveitadas nos múltiplos serviços do progresso planetário, cercam o domicílio terrestre, demorando-se noutras faixas de evolução. Tal dado até então inédito permite-nos avaliar a discrepante população invisível em relação à visível. No que tange às guerras, um série de questões merecem consideração. E, elas surgem das páginas d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, onde Allan Kardec obtem os seguintes esclarecimentos: 1 Durante uma batalha, há Espíritos assistindo e amparando cada um dos exércitos? Sim, e que lhes estimulam a coragem.” Os antigos figuravam os deuses tomando o partido deste ou daquele povo. Esses deuses eram simplesmente Espíritos representados por alegorias. 2- Estando, numa guerra, a justiça sempre de um dos lados, como pode haver Espíritos que tomem o partido dos que se batem por uma causa injusta? “Bem sabeis haver Espíritos que só se comprazem na discórdia e na destruição. Para esses, a guerra é a guerra. A justiça da causa pouco os preocupa.” 3- Podem alguns Espíritos influenciar o general na concepção de seus planos de campanha? “Sem dúvida alguma. Podem influenciá-lo nesse sentido, como com relação a todas as concepções.” 4- Poderiam maus Espíritos suscitar-lhe planos errôneos com o fim de levá-lo à derrota? “Podem; mas, não tem ele o livre-arbítrio? Se não tiver critério bastante para distinguir uma ideia falsa, sofrerá as consequências e melhor faria se obedecesse, em vez de comandar.” 5- Pode, alguma vez, o general ser guiado por uma espécie de dupla vista, por uma visão intuitiva, que lhe mostre de antemão o resultado de seus planos? “Isso se dá amiúde com o homem de gênio. É o que ele chama inspiração e o que faz que obre com uma espécie de certeza. Essa inspiração lhe vem dos Espíritos que o dirigem, os quais se aproveitam das faculdades de que o veem dotado.” 6- No tumulto dos combates, que se passa com os Espíritos dos que sucumbem? Continuam, após a morte, a interessar-se pela batalha? “Alguns continuam a interessar-se, outros se afastam.” Dá-se, nos combates, o que ocorre em todos os casos de morte violenta: no primeiro momento, o Espírito fica surpreendido e como que atordoado. Julga não estar morto. Parece-lhe que ainda toma parte na ação. Só pouco a pouco a realidade lhe surge. 7- Após a morte, os Espíritos, que como vivos se guerreavam, continuam a considerar-se inimigos e se conservam encarniçados uns contra os outros? “Nessas ocasiões, o Espírito nunca está calmo. Pode acontecer que nos primeiros instantes depois da morte ainda odeie o seu inimigo e mesmo o persiga. Quando, porém, se lhe restabelece a serenidade nas ideias, vê que nenhum fundamento há mais para sua animosidade. Contudo, não é impossível que dela guarde vestígios mais ou menos fortes, conforme o seu caráter.” 8-Continua a ouvir o rumor da batalha? “Perfeitamente.” 9- O Espírito que, como espectador, assiste calmamente a um combate observa o ato de separar-se a alma dom corpo? Como é que esse fenômeno se lhe apresenta à observação? “Raras são as mortes verdadeiramente instantâneas. Na maioria dos casos, o Espírito, cujo corpo acaba de ser mortalmente ferido, não tem consciência imediata desse fato. Somente quando ele começa a reconhecer a nova condição em que se acha, é que os assistentes podem distingui- lo, a mover-se ao lado do cadáver. Parece isso tão natural, que nenhum efeito desagradável lhe causa a vista do corpo morto. Tendo a vida toda se concentrado no Espírito, só ele prende a atenção dos outros. É com ele que estes conversam, ou a ele é que fazem determinações.”



A pergunta que eu faço é simples e lógica. Se Deus é Pai e ama seus filhos, é claro que Ele só pode querer o bem dos filhos, como os pais aqui da Terra. A grande diferença é que Deus é um Pai Perfeito e ama seus filhos muito mais que os pais humanos. Ora, um Pai Perfeito sabe de todas as necessidades de seus filhos, caso contrário não seria perfeito. Então, vem a minha pergunta: se Deus já sabe de todas as nossas necessidades, por que precisamos fazer orações e pedir que nos ajude? (J.R.F.)

Quando Jesus ensinou o “Pai Nosso”, ele disse que, para falarmos com Deus, não precisamos de quase nada. Basta que nos recolhemos ao quarto ( ou seja, no mais íntimo de nossa alma) para expor nossos problemas e necessidades. E disse mais, que fizéssemos isso no maior segredo (quer dizer, em silêncio, sem que ninguém precisasse saber). E mais ainda: que não precisamos ficar repetindo orações, porque – disse ele – o Pai sabe de nossas necessidades, muito antes de lhe fazermos o pedido.

Quando lemos esse episódio nos evangelhos, caro ouvinte, precisamos buscar o sentido mais profundo das palavras de Jesus e não ficarmos apenas na superfície. Jesus, como um Espírito Superior, tinha dificuldade de expor, através da pobre linguagem humana, o significado mais profundo de seu pensamento. Por isso, ele usava imagens e comparações, como fez nessa oportunidade. A prece é o sentimento, o quarto é a nossa intimidade.

Desse modo, a oração – ou seja, a conversa com Deus, é algo tão sutil, tão espiritual, que não precisa de nada material, nem mesmo de palavras, a não ser de nossa disposição interior. Não existe hora, nem lugar. Não há necessidade de rituais, nem de lugar ou vestes especiais. Não precisamos de intermediários: cada um faz a sua prece, porque, no fundo, precisamos entender que Deus está em tudo e em todos nós, sempre presente em nosso coração.

Na Doutrina Espírita a prece não tem a finalidade de mudar as determinações de Deus, até porque elas nunca mudam, porque são perfeitas. Só muda o que é imperfeito. A prece serve, portanto, para nos elevar a uma condição superior de espiritualmente. É a oportunidade desse recolhimento interior, quando procuramos nos afastar de tudo para nos concentrar única e exclusivamente naquilo que trazemos de mais divino em nosso coração. No momento da prece, existem apenas você e Deus.

Sendo assim, o Espiritismo nos mostra que a prece, como um exercício do pensamento, tem por finalidade primeira nos modificar por dentro e, em segundo lugar, atrair para junto de nós as forças divinas que regulam as leis do universo, inclusive nossos amigos espirituais. Logo, não se trata apenas de pedir para Deus como pedimos para um pai, mas de criar condições íntimas de aproveitar os recursos que a Providência Divina já preparou para nós e que, pela dureza de nosso coração, ainda não conseguimos aproveitar. Tudo que Deus tinha a nos dar, já nos deu. Basta sabermos aproveitar.

Prece é mentalização, é pensamento no bem, é amor no coração. Prece é compreensão, perdão, reconciliação com os outros e consigo mesmo. Na verdade, quando pedimos a Deus, quem procura nos atender são Espíritos amigos, aqueles que raramente encontram condições de se aproximar de nós. Apenas em dois momentos, esses Anjos da Guarda conseguem nos ajudar: primeiro, quando estamos praticando o bem (qualquer que seja, inclusive em nosso trabalho e nas relações com as pessoas); e um segundo momento, em que conseguem estar conosco, é justamente durante a prece, caso saibamos fazê-la com o coração, oferecendo todo amor e a toda bondade de que somos capazes.

Portanto, caro amigo, a prece é uma atividade mental, uma forma de trabalho, através do qual abrimos as portas do coração para todas as influências superiores da vida. Se essa prece for bem feita – mesmo que ela seja de um minuto, pois não precisa ser longa – seu efeito logo se faz sentir, pois a prece sincera irradia luz no sentido espiritual da palavra, e é capaz de produzir verdadeiros milagres de paz e alegria em nosso coração, principalmente nos momentos mais difíceis, quando precisamos de conforto e de discernimento para vencermos nossas provas.




segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

O ESPIRITISMO E SEUS PRINCIPIOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Longe de ser mera forma de explicar manifestações físicas que fogem ao habitual, o Espiritismo oferece explicações da mais alta significação para que entendamos a nós e ao Mundo que pertencemos. No número de abril de 1867 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec apresenta argumentos que demonstram a significação do que estamos dizendo. Escreve ele:-“O Espiritismo baseia-se na existência do princípio espiritual, como elemento constitutivo do Universo; repousa sobre a universalidade e a perpetuidade dos seres inteligentes, sobre seu progresso indefinido, através dos mundos e das gerações; sobre a pluralidade das existências corporais, necessárias ao seu progresso individual; sobre sua cooperação relativa, como encarnados ou desencarnados, na obra geral, na medida do progresso realizado; sobre a solidariedade que une todos os seres de um mesmo mundo e dos mundos entre si. Nesse vasto conjunto, encarnados e desencarnados, cada um tem sua missão, seu papel, deveres a cumprir, desde o mais ínfimo até os anjos, que nada mais são que Espíritos humanos chegados ao estado de Espíritos puros, e aos quais são confiadas as grandes missões, o governo dos mundos, como a generais experimentados. Em vez das solidões desertas do espaço sem limites, por toda parte a vida e a atividade, em parte alguma a ociosidade inútil; por toda parte o emprego dos conhecimentos adquiridos; em toda parte o desejo de progredir ainda e de aumentar a soma de felicidades, pelo emprego útil das faculdades da inteligência. Em vez de uma existência efêmera e única, passada num cantinho da Terra, que decide para sempre de sua sorte futura, impõe limite ao seu progresso e torna estéril, para o futuro, o trabalho a que se entrega para instruir-se, o homem tem por domínio o Universo; nada do que sabe ou do que faz fica perdido: o futuro lhe pertence; em vez do isolamento egoísta, a solidariedade universal; em lugar do nada, segundo alguns, a Vida Eterna; em lugar da beatitude contemplativa perpétua, segundo outros, que a tornaria de uma inutilidade perpétua, um papel ativo, proporcionado ao mérito adquirido; em vez de castigos irremissíveis por faltas temporárias, a posição que cada um conquista por sua perseverança no bem ou no mal; em vez de uma mancha original, que o torna passível de faltas que não cometeu, a consequência natural de suas próprias imperfeições nativas; em vez das chamas do inferno, a obrigação de reparar o mal que se fez e recomeçar o que se fez mal; em vez de um Deus colérico e vingativo, um Deus justo e bom, que leva em conta todo arrependimento e toda boa vontade. Tal é, em resumo, o quadro que apresenta o Espiritismo, e que ressalta da situação mesma dos Espíritos que se manifestam; não é mais uma simples teoria, mas resultado da observação. O homem que encara as coisas deste ponto de vista, sente-se crescer; ergue-se aos seus próprios olhos; é estimulado em seus instintos progressivos ao ver um objetivo para os seus trabalhos, para os seus esforços em se melhorar. Mas, para compreender o Espiritismo em sua essência, na imensidade das coisas que ele abarca, para compreender o objetivo e o destino do homem, não era preciso relegar a Humanidade a um pequeno Globo, limitar a existência a alguns anos, rebaixar o Criador e a criatura. Para que o homem pudesse fazer uma ideia justa de seu papel no Universo, era preciso que compreendesse, pela pluralidade dos mundos, o campo aberto às suas explorações futuras e a atividade de seu espírito; para recuar indefinidamente os limites da Criação, para destruir os preconceitos sobre os lugares especiais de recompensa e de punição, sobre os diferentes estágios dos céus, era preciso que penetrasse as profundezas do espaço; que em lugar do cristalino e do empíreo, aí visse circular, em majestosa e perpétua harmonia, os Mundos inumeráveis, semelhantes ao seu; que em toda parte seu pensamento encontrasse a criatura inteligente”.



Este foi um comentário que uma ouvinte nos trouxe esta semana, pedindo falássemos a respeito. “Quanto mais próximo o dia da eleição mais os políticos se agridem, mais feia fica a briga. A gente percebe na fisionomia de cada um aquela vontade incontida de vencer o outro. Percebo que muita gente vê esses debates, como vê uma luta, onde um quer dominar o outro. Acho que isso é próprio da natureza humana: todos querem demonstrar poder e vencer. Ainda, se fosse pra fazer coisas boas, tudo bem!... mas, a gente vê tanta corrupção daqueles que falam bonito, que acaba por não acreditar mais na honestidade dessas pessoas.”

Seja qual for a situação em que nos encontrarmos nesta vida, cara ouvinte, a Doutrina Espírita nos pede serenidade. Serenidade é uma forma de encarar a vida com fé e bons propósitos, jamais esquecendo que vivemos num mundo de provas e expiações, onde todos temos limitações e defeitos. Não devemos pedir para uma pessoa aquilo que ela não têm. Não estamos justificando erros, apenas explicando por que as coisas não caminham como gostaríamos.

Pelo fato de o orgulho e o egoísmo ainda mandarem no homem é que lutamos com dificuldade para nos entender, e vivemos num mundo em que um desconfia do outro. É um estado de espírito da humanidade. Ainda não conseguimos alcançar uma condição melhor, principalmente porque são o orgulho e o egoísmo que mais estimulam o poder e mais estimulam a corrupção. Mas o poder não existe apenas no mundo político; poder existe na vida de todos nós. Todos ainda alimentamos a pretensão de ser mais do que o outro.

Não estamos dizendo que o poder é mau; o poder é um instrumento neutro que pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal. Deus é o poder supremo. Mas, o ser humano, desde o alvorecer da humanidade, precisou viver em grupos sociais – em tribos, em comunidades, em nações – e, desse modo, precisou existir organização, administração e poder de decisão que, ao longo da história, veio passando por diversas fases de evolução.

No livro intitulado “OBRAS PÓSTUMAS”, Allan Kardec fala, num capítulo especial, sobre as aristocracias – ou seja, sobre aqueles que vieram exercendo o poder, desde as tribos primitivas até o homem civilizado. É claro que no passado foi pior que hoje, mas hoje ainda não nos ajustamos bem a uma vida social sadia, porque vivemos mais competindo que cooperando, mais em função dos interesses próprios do que do bem comum. Este tem sido o nosso problema e o maior problema dos políticos.

Este também é o panorama do mundo que vivemos e onde devemos fazer o melhor ao nosso alcance, sem desistir de participar, porque, se nos afastarmos das obrigações sociais, estaremos colaborando para que os problemas não sejam resolvidos e, portanto, para que o mundo não mude e o mal se perpetue. Desse modo, cara ouvinte, seria contraproducente espalhar o pessimismo e a descrença no ser humano ou na classe política, até porque não podemos viver sem ela. De uma forma ou de outra, precisamos ter gente no poder.

Nossa conduta deveria ser a de quem tem consciência das limitações das pessoas, mas, ao mesmo tempo, está fazendo a sua parte bem feita, colaborando que os erros sejam menores e as conquistas, que ainda temos a alcançar, sejam mais significativas. Não compactuar com a desonestidade, com a corrupção – não só nas questões maiores, mas na vida do dia a dia - é um dever de todos nós. Mas seria muita pretensão de nossa parte - para não dizer um absurdo - pretender que um determinado candidato ou um determinado governo resolveria todos esses problemas.

A disputa do poder político ainda não atingiu aquela conotação a que aspiramos, pois permanece impregnada de conveniências, interesses e ressentimentos, mas é a realidade do nosso estágio evolutivo, que precisamos compreender. Devemos lembrar que, num passado remoto da humanidade, a chefia de uma tribo era disputada na arena e vencia aquele que conseguia matar o adversário. Evidentemente, não vemos mais esse quadro à nossa frente, pois hoje as disputas permanecem quase sempre em nível de discurso.

O problema ainda são os interesses envolvidos. Por isso, entendemos bem a afirmação de Jesus, quando lhe atribuíram o qualificativo de rei, ao dizer “meu reino não é deste mundo” . Jesus, que viveu numa época bem mais complicada e violenta que a nossa, falava de um reino moral e duradouro ( de valores como respeito, dignidade, amor, fraternidade) e não do reino passageiro e ilusório de valores exclusivamente materiais. E, apesar de tudo por que passou, ele continuou a acreditar no homem.

domingo, 1 de dezembro de 2024

SERÁ A SOLUÇÃO NO FUTURO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Intelectual expressando-se sobre as mudanças pretendidas na legislação brasileira sobre o aborto comentou que pesquisa recente efetuada com jovens indica o crescimento expressivo dos que afirmam não pretender ter filhos. Confirmando-se a tendência, surge a pergunta: o que será da espécie humana no futuro? Considerando, segundo o Espiritismo, a importância do corpo físico no processo evolutivo e que na nossa Dimensão seguimos a direção induzida pela Espiritualidade de onde muitos dos avanços observados ao longo do século 20 nada mais são que a materialização do já existente nas realidades vibratórias adjacentes ao chamado Plano Material. Aí uma nova possibilidade: não será a reprodução assistida um prenúncio do amanhã no que se refere à disponibilização de corpos para a continuidade da vida física? O médium Chico Xavier, deixou-nos algumas pistas. A primeira registrada pelo Advogado e escritor Rafael Ranieri, amigos desde o final dos anos 40, que em 1969, após longo tempo, em visita a Chico em Uberaba, participando de bate-papo na casa do médium, ante a pergunta de alguém sobre pesquisas objetivando a replicação humana em laboratório, ouviu-o dizer: -“ A Ciência vai desenvolver o Ser humano em laboratório. Os cientistas vão fabricar um enorme útero e aí dentro vão gerar o Ser. Levarão talvez de duzentos a quatrocentos anos até conseguirem realizar. Aí libertarão a mulher do parto. E tem outra coisa: nesse útero, os Espíritos vão reencarnar, tudo direitinho, sem problema. Esse fato não vai alterar coisa alguma, a ciência vai conseguir isso. O avanço da Ciência é obra da Espiritualidade”. No ano seguinte, em entrevista a jornal uberabense, voltaria ao assunto esclarecendo: - O Espirito Emmanuel diz que o nosso respeito à Ciência deve ser inconteste e que o progresso da ciência é infinito, porque a solução do problema do tubo de ensaio, para o descanso do claustro materno é viável. Mas, restará à Ciência um grande problema, o problema do amor com que o Espírito reencarnante é envolvido no lar pelas vibrações de carinho, de esperança, ternura, confiança de pai e mãe, no período também da infância, em que a criança é rodeada de amor, muito mais alimentada de amor do que de recursos nutrientes da terra! Vamos ver como é que a Ciência poderá resolver este problema para que não venhamos a cair em monstruosidades do ponto de vista mental. Dias depois em conversa após o encerramento das atividades publicas com a mediunidade, disse que ‘no futuro, o Ciência libertará a mulher de gerar o filho no claustro materno. Teremos bancos de sêmem com doadores selecionados. O controle será de acordo com os óbitos e os homens de laboratório serão responsáveis pelos tubos de ensaio’. Ante o espanto causado, acrescentou: -‘Como é que nós nascemos? Nascemos como grama. Isso não vai continuar assim. No futuro haverá organização mais controlada. Mas tudo isso só acontecerá quando tivermos governos magnânimos. Quem sabe daqui uns bons tempos... Vamos aguardar. Os aparelhos poderão ser instalados no reduto do lar para receber as vibrações de amor dos pais, haverá mais fecundação espiritual do que material’. Como a história registra, 8 anos depois, em 1978, as experiências desenvolvidas resultaram no sucesso da primeira criança criada como se diz através do tubo de ensaio, naturalmente se servindo de outro corpo humano para promover a gestação após a implantação de óvulos fecundados através do processo conhecido como reprodução assistida. Os avanços não ficaram por aí, resultando na progressiva evolução. Talvez no tempo presumível apontado por Chico décadas atrás, consiga-se consumar-se renascimentos fora dos mecanismos que impõe à mulher tantos sacrificios.



O LIVRO DOS ESPÍRITOS diz que Deus não criou nem a pobreza e nem a riqueza, e que isso tudo é obra dos homens, que pobreza e riqueza são provas para o Espírito. Mas há três pontos que eu gostaria de entender. Corrijam-me se estiver errado. Primeiro: sempre existem mais pobres do que ricos no mundo. Segundo: todo mundo quer ser rico, ninguém quer ser pobre; logo, ninguém quer seguir o Cristo, quando disse que é muito difícil um rico ir para céu. Terceiro: parece que ser pobre não condiz com a natureza humana. Não é contraditório isso? (Basílio Fernandes)

É um tema complexo este. Vamos tentar esclarecer como o Espiritismo trata esta questão. Existem duas espécies de bens: os bens materiais e os bens espirituais. Os primeiros estão representados pelas coisas, objetos, patrimônios e condições materiais, ou seja, por tudo aquilo que tem um valor econômico ou social. Os bens espirituais são os valores que não podem ser vistos, os conhecimentos, os sentimentos, as idéias e os ideais das pessoas.

Até hoje, são os bens materiais que prevalecem e é o poder econômico que governa o mundo. Como os bens patrimoniais são limitados, poucos estão de posse da maior parte e à maioria resta a parte menor desse patrimônio; daí os ricos serem uma minoria e os pobres a maioria. Esta ordem de coisas é feita pelo homem, pois sua finalidade sobre a Terra é o progresso – tanto o material, intelectual, quanto o espiritual.

Deus não determina nada. Ele criou suas leis que são perfeitas, deixando aos Espíritos a missão de cuidar de seu próprio destino, tanto o individual quanto o coletivo. No atual estágio evolutivo, ainda somos demasiados apegados à matéria, vivemos a maior parte do tempo envolvidos com necessidades materiais e damos muito pouco valor ao espírito. Por isso, essa condição do planeta. Como crianças, que ainda não cresceram, ainda vivemos naquela ilusão de que a felicidade está na posse das coisas, no poder, na fama.

Além do mais, quem comanda a sociedade são os poderosos. Eles têm interesse em proclamar as vantagens da riqueza, deixando os pobres frustrados. Quem é pobre sonha em ser rico, acreditando que com isso será feliz, posto que na verdade, acredita mais na vida material do que na vida espiritual. Mas é uma ilusão, pois a riqueza precisa ser mantida e, com certeza, tem um custo muito alto para aquele que a tem, pois ele se sente compelido a esforçar cada vez mais para manter seu patrimônio.

Quando Jesus afirma que é difícil o rico entrar no Reino dos Céus, ele está se referindo, primeiramente, à vida conturbada daqueles que têm muito e que vivem em função de seus bens. Isto não é novidade para ninguém: que o digam aquelas pessoas pobres que, de repente, ganham um alto prêmio na loteria. Elas nos podem afirmar com conhecimento de causa qual a diferença entre ser pobre e ser rico. A riqueza material sempre foi um peso muito grande para seus administradores, que se vêm diante de uma grande responsabilidade.

No Espiritismo aprendemos que tanto a pobreza quanto à riqueza servem de prova para o Espirito, pois ambas as situações representam um desafio para o ser humano, seja ele quem for. A prova do rico é saber administrar bem seu patrimônio, contribuindo para os interesses do bem comum. A prova do pobre é a resignação diante das adversidades, para viver uma vida sem revolta, sem inveja e sem a pretensão de se enriquecer por meios ilícitos. Seja qual for a situação, portanto, a vida é um desafio.