Camille Flammarion tinha 18 anos quando conheceu Allan Kardec, em 1860. Menino precoce, começou aos 16 de idade, a trabalhar no Observatório de Paris, aos 20 teve publicado A PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS, o primeiro de mais de três dezenas de livros de sua autoria entre os abordando Astronomia e os sobre Espiritismo. Participante das reuniões da Sociedade Espírita de Paris, entre os anos de 1862 e 1863, psicografou nelas uma série de mensagens intituladas ESTUDOS URANOGRÁFICOS, assinados pelo Espírito Galileu, incluídos pelo Codificador na obra A GÊNESE sob o título URANOGRAFIA GERAL. Há quem diga que ele seria a reencarnação de Galileu e se ocultado no pseudônimo Lucius, com que prefacia através de Chico Xavier, a obra IMAGENS DO ALÉM (ide), de Heigorina Cunha. Na REVISTA ESPÍRITA de março de 1867, a seção NOTÍCIAS BIBLIOGRÁFICA comenta um artigo de Camille, publicado na REVISTA DO SÉCULO 19, edição de fevereiro, que, segundo a apreciação, “poderia se constituir um livro interessante, e sobretudo, instrutivo, porque seus dados são fornecidos pela ciência positiva e tratados com a clareza e elegância que o jovem sábio põe em todos os seus escritos”. No trabalho, o autor supõe uma dialogo entre um indivíduo encarnado, chamado Sitiens, e o Espírito de um de seus amigos, chamado Lumen, que lhe descreveu seus últimos pensamentos terrenos, as primeiras sensações da Vida Espiritual e as que acompanham o fenômeno da separação. Esse quadro avalia Kardec, está perfeitamente de acordo com o que os Espíritos ensinam a respeito; é o mais exato Espiritismo, menos a palavra, que não é pronunciada. Alguns trechos destacados demonstram isso: 1- A primeira sensação de identidade que se experimenta depois da morte, assemelha-se à que se sente ao despertar durante a vida, quando, voltando pouco a pouco à consciência da manhã, ainda se é atravessado por visões da noite”. Observa Kardec que “nesta situação do Espírito, nada há de admirável que alguns não se julguem mortos”. 2- Não há morte. O fato que designais sob tal nome, a separação entre corpo e alma, a bem dizer, não se efetua sob uma forma material comparável às separações químicas dos elementos dissociados, observadas no mundo físico. Quase não se percebe esta separação definitiva, que nos aparece tão cruel, quando o recém-nascido não percebe o seu nascimento.; nascemos para a vida futura como nascemos para a vida terrena. Apenas a alma, não mais adquire prontamente a noção de seu estado e de sua personalidade. Contudo, essa faculdade de percepção varia essencialmente de alma para alma. Umas há que, durante a vida do corpo, jamais se elevaram para o céu e jamais se sentiram ansiosas por penetrar as Leis da Criação. Estas, ainda dominadas pelos apetites corporais, ficam muito tempo num estado de perturbação inconsciente”. Flammarion relata que “logo depois da libertação o Espírito Lumen transportou-se com a velocidade do pensamento para o grupo de Mundos componentes do sistema da estrela designada em Astronomia sob o nome de Capella ou Cabra”. Dando-nos uma ideia da ampliação de suas percepções após ter abandonado o corpo físico, Lumen diz que “a visão de minha alma tinha um poder incomparavelmente superior ao dos olhos do organismo terrestre, que acabava de deixar; e, observação surpreendente, seu poder me parecia submetido à vontade”. Mais à frente, revela que “no mundo à margem do qual eu acabava de chegar, os seres, não encarnados num invólucro grosseiro como aqui - refere-se à Terra -, mas livres e dotados de faculdades de percepção elevadas a eminente grau de poder, podem perceber distintamente detalhes que, a essa distância, seriam absolutamente subtraídos aos olhos das organizações terrestres”. Explicando melhor acrescenta que tal capacidade “não é exterior a esses seres, pertencem ao próprio organismo de sua vista. Tal construção ótica e poder de visão são naturais nesses mundos e não sobrenaturais. Pensai um pouco nos insetos que gozam da propriedade de contrair ou alongar os olhos, como tubos de uma luneta, encher ou achatar o cristalino para dele fazer uma lente em diferentes graus, ou ainda concentrar no mesmo foco uma porção de olhos assestados como outros tantos microscópios, para captar o infinitamente pequeno, e podeis mais legitimamente admitir a faculdade desses seres extraterrenos”. Enaltecendo o valor do artigo, Kardec considera que “é a primeira vez que o Espiritismo verdadeiro e sério é associado à ciência positiva, e isto por um homem capaz de apreciar uma e outra, e de captar o traço de união que um dia os deverá ligar”.
Por que os criminosos patológicos são mais frequentes hoje? (Anônimo)
Todos os crimes todos são mais freqüentes hoje. Primeiramente, porque a população têm aumentado muito e o ritmo de vida é cada vez mais acelerado, principalmente nas grandes cidades, onde o espaço é menor para cada um. Convém ressaltar que sempre houve muitos crimes na humanidade e no passado, em geral, eles eram mais cruéis do que hoje; a própria Bíblia começa relatando o assassinato de Caim pelo irmão Abel. É bem verdade que se trata de uma alegoria à tendência criminosa do homem, mas mostra que, desde as épocas mais remotas, a criminalidade é um problema social e, no passado, talvez com maior prejuízo.
Nós temos falado, aqui, que a mídia ( a imprensa falada, escrita e televisada) acaba dando uma dimensão maior ao problema, à medida em que os crimes ocupam um grande espaço nos noticiários e acabam sendo supervalorizados, pois atrai grande audiência. Mas, independente disso, sabemos também que as tensões criadas pela vida moderna constituem fator que estimula a violência, mas não justifica. Se o homem estivesse mais consciente de seu papel e de sua responsabilidade diante da sociedade em que vive, estaria mais preparado para suportar os impactos da vida e, com certeza, cometeria menos violência.
Nenhum Espírito reencarna para cometer delitos. O objetivo da reencarnação é abrir caminho para o progresso espiritual, mas nem todos estão bem seguros do que fazem e, não cultivando um ideal espiritualista, é difícil para algumas pessoas, que vivem em condições muito difíceis de competição e sobrevivência, vencerem seus instintos de rebeldia e violência. Felizmente, a grande maioria da população consegue seu intento e é capaz de terminar seus dias na Terra com um saldo espiritual positivo, o que faz com que a humanidade caminhe para a frente.
Os casos patológicos, a que você se refere, são aqueles de pessoas acometidas de algum transtorno psíquico, que a torna perigosa para os outros e para si mesmas. Casos como dos “serial killers” (homens que matam insistente e compulsivamente, tirando a vida de muitos), de sociopatas e tarados sexuais, que vivem o prazer de matar, sempre existiram. Hoje eles aparecem com mais freqüência, devido ao aumento da população, e também aos meios de comunicação, que acabam divulgando com muita insistência crimes dessa gravidade, causando profunda comoção popular.
Devem ser Espíritos profundamente doentes, que vêm ao mundo na expectativa de recuperação e acabam reincidindo nos mesmos erros. Quando a sociedade tiver capacidade de acolher bem a toda a população, proporcionando condições dignas de vida e quando os homens aprenderem a se respeitarem e a se amarem de verdade, com certeza, mudaremos esse quadro.
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