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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

NÃO EXISTE OUTRO CAMINHO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -Quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem freios, entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato? Quando essa arte (educação moral) for conhecida, compreendida e praticada, o homem seguirá no mundo os hábitos de ordem e previdência para si mesmo e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar de maneira menos penosa os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que somente uma educação bem compreendida pode curar. Nisto está o ponto de partida, o elemento real do bem estar, a garantia da segurança de todos”. A analise feita por Allan Kardec em meados do século 19, continua sendo atual no século 21. No século 20, o Espírito Emmanuel, através do médium Chico Xavier, manifestou-se ao final do primeiro livro escrito por ele dentro do programa a ser cumprido com o médium mineiro, enfatizando o ponto que, segundo ele é realmente o caminho para a construção de uma sociedade melhor. Diz ele: -“Todas as reformas sociais, necessárias em vossos tempos de indecisão espiritual, têm de processar-se sobre a base do Evangelho. Como? – podereis objetar-nos. Pela educação, replicaremos. O plano pedagógico que implica esse grandioso problema tem de partir ainda do simples para o complexo. Ele abrange atividades multiformes e imensas, mas não é impossível. Primeiramente, o trabalho de vulgarização deverá intensificar-se, lançando, através da palavra falada ou escrita do ensinamento, as diminutas raízes do futuro. Toda essa demagogia filosófico-doutrinária, que vedes nas fileiras do Espiritismo, tem sua razão de ser. As almas humanas se preparam para o bom caminho. A missão do Cristianismo na Terra não era a de mancomunar-se com as forças políticas que lhe desviassem a profunda significação espiritual para os homens. O Cristo não teria vindo ao mundo para instituir castas sacerdotais e nem impor dogmatismos absurdos. Sua ação dirigiu-se, justamente, para a necessidade de se remodelar a sociedade humana, eliminando-se os preconceitos religiosos, constituindo isso a causa da sua cruz e do seu martírio, sem se desviar, contudo, do terreno das profecias que o anunciavam. Todas essas atividades bélicas, todas as lutas antifraternas no seio dos povos irmãos, quase a totalidade dos absurdos, que complicam a vida do homem, vieram da escravização da consciência ao conglomerado de preceitos dogmáticos das Igrejas que se levantaram sobre a doutrina do Divino Mestre, contrariando as suas bases, digladiando-se mutuamente, condenando-se umas às outras em nome de Deus. Aliado ao Estado, o Cristianismo deturpou-se, perdendo as suas características divinas. Sabemos todos que a Humanidade terrena atinge, atualmente, as cumeadas de um dos mais importantes ciclos evolutivos. Nessas transformações, há sempre necessidade do pensamento religioso para manter-se a espiritualidade das criaturas em momentos tão críticos. A ideia cristã se encontrava afeto o trabalho de sustentar essa coesão dos sentimentos de confiança e de fé das criaturas humanas nos seus elevados destinos; todavia, encarcerada nas grades dos dogmas, a doutrina de Jesus não poderia, de modo algum, amparar o espírito humano nessas dolorosas transições. Todas as exterioridades da Igreja deixam nas almas atuais, sedentas de progresso, um vazio muito amargo. (...) As atividades pedagógicas do presente e do futuro terão de se caracterizar pela sua feição evangélica e espiritista, se quiserem colaborar no grandioso edifício do progresso humano. Os estudiosos do materialismo não sabem que todos os seus estudos se baseiam na transição e na morte. Todas as realidades da vida se conservam inapreensíveis às suas faculdades sensoriais. Suas análises objetivam somente a carne perecível. O corpo que estudam, a célula que examinam, o corpo químico submetido à sua crítica minuciosa, são acidentais e passageiros. Os materiais humanos postos sob os seus olhos pertencem ao domínio das transformações, através do suposto aniquilamento. Como poderá, pois, esse movimento de extravagância do espírito humano presidir à formação da mentalidade geral que o futuro requer, para a consecução dos seus projetos grandiosos de fraternidade e de paz? A intelectualidade acadêmica está fechada no circulo da opinião dos catedráticos, como a ideia religiosa está presa no cárcere dos dogmas absurdos. Os continuadores do Cristo, nos tempos modernos, terão de marchar contra esses gigantes, com a liberdade dos seus atos e das suas ideias. Por enquanto, todo o nosso trabalho objetiva a formação da mentalidade cristã, por excelência, mentalidade purificada, livre dos preceitos e preconceitos que impedem a marcha da Humanidade. (...) Toda a tarefa, no momento, é formar o espírito genuinamente cristão; terminado esse trabalho, os homens terão atingido o dia luminoso da paz universal e da concórdia de todos os corações.




Gostaria de saber se a depressão pode acontecer com uma pessoa que sente culpada de algum mal que fez. (Alcinéia Maria dos Santos)


Parece que ninguém tem mais dúvida sobre isso, cara ouvinte. Mas, efetivamente, o quadro depressivo depende de vários fatores, inclusive os de ordem emocional: e a culpa pode ser um desses fatores emocionais. É claro que toda pessoa, consciente de sua responsabilidade perante as leis da vida (como o amor e solidariedade), deve cuidar-se o suficiente para não ser vitima desse sentimento, que pode ser danoso ao atingir uma dimensão perturbadora. Assim, os erros do passado, próximo ou distante, podem aflorar à mente em forma de culpa.


Todos nós, invariavelmente, temos esse sentimento no dia a dia de nossa vida. Quem não tem? A maioria desses sentimentos são conscientes. Isso porque cometemos erros que causam prejuízos aos outros. Dizemos “conscientes”, porque, às vezes, prejudicamos sem querer e, de outras, queremos prejudicar. É claro que, no primeiro caso, o sentimento de culpa é menos perturbador, mas pode também prejudicar, se não temos segurança, se não acreditamos em nós mesmos e nem temos uma fé, uma confiança em Deus.


O sentimento de culpa ocorre sempre que há conflito de consciência. Todos nós aprendemos valores morais com nossos pais. No entanto, mesmo sabendo que um ato prejudica alguém, assim mesmo, não hesitamos em praticá-lo, ainda que a culpa venha depois. Na verdade, essa culpa está ligada ao nosso nível de compreensão da vida e ao nível de desenvolvimento moral que alcançamos. Em geral, não sentimos culpa quando não temos consciência do erro. Mas, desde que adquiramos essa consciência, mesmo que seja bem depois do erro praticado, podemos desenvolver esse sentimento. O tribunal da consciência costuma ser implacável.


Desse modo, a culpa pode ser consciente ou inconsciente. Consciente quando sabemos o peso moral daquilo que fizemos; inconsciente quando nem sabemos avaliar o mal que fizemos. Entretanto, um ato prejudicial ao próximo, cometido num momento de raiva ou de desespero, pode ter repercussões mentais no futuro. É que essas situações criam o que podemos chamar de “pacotes de emoções negativas” em nosso mundo inconsciente, que podem permanecer muito tempo em nível inconsciente e, no futuro, aflorar em forma de auto-rejeição.


Nossos atos podem ter um efeito até imediato em nós mesmos, mas podem, às vezes, demorar para se manifestar. Assim, dificuldade de ajustamento emocional podem surgir por atos que cometemos nesta vida ou por outros que praticamos em vidas anteriores. De qualquer forma, a culpa pode contribuir para a depressão emocional, mas não devemos nos esquecer que podemos desenvolver culpa também por atos que praticamos contra nós mesmos.


A única forma de combater esse sentimento negativo, que muitas vezes nos assalta, é nos esforçarmos para estar bem conosco mesmos. E isso pode ser obtido mediante leituras apropriadas e a prática de boas ações.

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