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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

PORQUE NÃO ACREDITAR EM TODOS OS ESPÍRITOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Na atualidade observa-se grande número de pessoas fiando-se quase cegamente na opinião de Espíritos que se ocultam em nomes de personagens conhecidos da História da Humanidade. Fato relevante, foi analisado por Allan Kardec no numero de abril de 1864 da REVISTA ESPÍRITA. Suas considerações servem para formarmos nossa própria opinião. Diz, entre outras coisas: -“Não sendo os Espíritos senão as almas dos homens, comunicando-nos com eles não saíamos fora da Humanidade, circunstância capital a considerar-se. Os homens de gênio, que foram fachos da Humanidade, vieram do Mundo dos Espíritos e para lá voltaram, ao deixarem a Terra. Desde que os Espíritos podem comunicar-se com os homens, esses mesmos gênios podem dar-lhes instruções sob a forma espiritual, como o fizeram sob a forma corpórea. Podem instruir-nos, depois de terem morrido, tal qual faziam quando vivos; apenas, são invisíveis, ao invés de serem visíveis; essa a única diferença. Não devem ser menores do que eram a experiência e o saber que possuem e, se a palavra deles, como homens, tinha autoridade, não na pode ter menos, somente por estarem no Mundo dos Espíritos. Mas, nem só os Espíritos superiores se manifestam; fazem-no igualmente os de todas as categorias, e preciso era que assim acontecesse, para nos iniciarmos no que respeita ao verdadeiro caráter do Mundo Espiritual, apresentando-se-nos este por todas as suas faces. Daí resulta serem mais íntimas as relações entre o Mundo Visível e o Mundo Invisível e mais evidente a conexidade entre os dois. Vemos assim mais claramente donde procedemos e para onde iremos. Esse o objetivo essencial das manifestações. Todos os Espíritos, pois, qualquer que seja o grau de elevação em que se encontrem, alguma coisa nos ensinam; cabe-nos, porém, a nós, visto que eles são mais ou menos esclarecidos, discernir o que há de bom ou de mau no que nos digam e tirar, do ensino que nos deem, o proveito possível. Ora, todos, quaisquer que sejam, nos podem ensinar ou revelar coisas que ignoramos e que sem eles não saberíamos. Os grandes Espíritos encarnados são, sem duvida, individualidades poderosas, mas de ação restrita e lenta propagação. Viesse um só dentre eles, embora fosse Elias ou Moisés, revelar, nos tempos modernos, aos homens, as condições do Mundo Espiritual, quem provaria a veracidade das suas asserções, nesta época de cepticismo? Não o tomariam por sonhador ou utopista? Mesmo que fosse verdade absoluta o que dissesse, séculos se escoariam antes que as massas humanas lhe aceitassem as ideias. Deus, em sua sabedoria, não quis que assim acontecesse; quis que o ensino fosse dado pelos próprios Espíritos, não por encarnados, a fim de que aqueles convencessem da sua existência a estes últimos e quis que isso ocorresse por toda a Terra simultaneamente, quer para que o ensino se propagasse com maior rapidez, quer para que, coincidindo em toda parte, constituísse uma prova da verdade, tendo assim cada um o meio de convencer-se a si próprio. Tais o objetivo e o caráter da revelação moderna. Os Espíritos não se manifestam para libertar do estudo e das pesquisas o homem, nem para lhe transmitir, inteiramente pronta, nenhuma ciência. Com relação ao que o homem pode achar por si mesmo, eles o deixam entregue às suas próprias forças. Isso sabem-no hoje perfeitamente os espíritas. De há muito, a experiência há demonstrado ser errôneo atribuir-se aos Espíritos todo o saber e toda a sabedoria e supor-se que baste a quem quer que seja dirigir-se ao primeiro Espírito que se apresente para conhecer todas as coisas. Saídos da Humanidade, eles constituem uma de suas faces. Assim como na Terra, no Plano Invisível também os há superiores e vulgares; muitos deles, pois, científica e filosoficamente, sabem menos do que certos homens; eles dizem o que sabem, nem mais, nem menos. Do mesmo modo que os homens, os Espíritos mais adiantados podem instruir-nos sobre maior porção de coisas, dar-nos opiniões mais judiciosas, do que os atrasados.



- O Eduardo Rodrigues, que mora na Rua 7 de Setembro, telefonou domingo passado para perguntar o que é o umbral. A pergunta é interessante e acreditamos que ela pode esclarecer muitos outros.

Primeiro, Eduardo, vamos dizer o que a palavra “umbral” significa. Umbral quer dizer “limiar, entrada”. Por que André Luiz chamou de umbral à região onde permaneceu vários anos depois de sua desencarnação? Porque ele entendeu que essa região é uma das entradas para o mundo espiritual, embora uma entrada sombria, pois, trata-se de uma região que reúne Espíritos atormentados.

No livro NOSSA VIDA NO ALÉM, citado um autor espiritual, a Dra. Marlene Nobre informa que o umbral é uma região espiritual, que circunda nosso planeta. Ela está situada, portanto, sobre a crosta terrestre, sobre a superfície da Terra; quer dizer, onde nós, os encarnados, nos encontramos. Só que nós, na condição de encarnados, não percebemos esta ou qualquer outra dimensão da vida espiritual. O umbral se estende por cerca de mil quilômetros acima. Como dissemos, nele acham Espíritos atormentados.

Não é para menos, Eduardo. O Umbral é uma região de turbulência mental, projeção dos pensamentos de milhões de Espíritos, tanto os encarnados (que somos nós) como os desencarnados; logo, uma região onde o egoísmo e o orgulho se misturam num transbordamento de sensações de culpa, de revolta, de desconforto e outras dores e desconfortos morais, uma vez que ainda nos achamos mais ligados aos maus do que aos bons pensamentos. É a humanidade que projeta essa região de turbulência mental.

Devemos entender que o mundo espiritual é uma continuidade do nosso mundo material. Contudo, o mundo espiritual é formado de um outro tipo de matéria, muito sensível ao pensamento dos Espíritos encarnados e desencarnados, criando uma paisagem desolada e sombria. Dessa maneira, trata-se de uma paisagem nada convidativa, projeção de estado mental perturbador. Mesmo assim, Eduardo, nem todos os Espíritos passam pelo umbral, quando desencarnam e isso depende da condição íntima de cada um.

André Luiz passou pelo umbral, conforme lemos no livro NOSSO LAR. Contudo, Evelina Serpa e Ernesto Fantini – personagens do livro E A VIDA CONTINUA – não passaram. Além do mais, nenhuma condição espiritual é permanente. Espíritos, que vão para o umbral, não permanecem lá; mais cedo ou mais tarde, eles acabam se libertando dessa condição e alcançando outra melhor.

O umbral não é muito diferente da condição espiritual que muitos de nós passamos aqui na Terra, vivendo e sofrendo com a consciência perturbada pelo desconforto de sentimentos destrutivos contra os outros ou contra nós mesmos. Como dissemos, Eduardo, o umbral é uma criação mental, projeção do mundo íntimo de Espíritos que se sentem atraídos por sentimentos semelhantes, formando um grupo de almas atormentadas. A diferença está no fato de que lá os Espíritos estão desencarnados e, por isso, vivem com mais intensidade seu mundo interior, mas essa condição não é permanente, pois Deus não desampara nenhum de seus filhos.



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