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segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

POSSÍVEL EXPLICAÇÃO PARA O INCOMPREENSÍVEL ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Embora o turbilhão de notícias sobre a violência tenha ocultado os fatos, a verdade é que a memória recente de quem se sentiu estarrecido diante dos acontecimentos ainda não apagou a suposta eliminação da própria família por um menino de 13 anos num dos bairros da capital paulista em 2013, ou a daquele outro de 10 anos que em São Caetano do Sul (SP), em 2011, após retornar do banheiro da escola, atirou na professora perante 25 colegas, saiu da sala e, numa escada próxima, suicidou. Como entender que duas criaturas nem bem saídas da infância sejam capazes de ações tão violentas contra pessoas que deveriam no mínimo respeitar? Teria sido a personalidade de sua existência atual tão mal formada a ponto de não revelarem sentimentos ou se perturbarem irracionalmente diante de situações que consideravam injustas e insuportáveis? Perguntas de resposta difícil até pela falta de dados realmente confiáveis do histórico recente dos personagens envolvidos. Admitida a reencarnação como um fato, teria o passado remoto algo a ver com desdobramentos tão surreais? Perpassando um dos volumes da coleção da REVISTA ESPÍRITA publicada por iniciativa e com recursos do próprio Allan Kardec no período 1858/1869, especificamente no numero de dezembro de 1859, encontra-se o Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas referente à sessão geral de 30 de setembro daquele ano, uma sexta feira. Entre os assuntos que ocuparam a pauta cumprida pelos presentes, informações a respeito de uma notícia veiculada por vários jornais de Paris, sobre o assassínio cometido por um menino de sete anos e meio, com premeditação e todas as circunstâncias agravantes. Segundo comentário de Allan Kardec, o fato provava que nesse menino o instinto assassino inato não pode ser desenvolvido nem pela educação, nem pelo meio em que se encontrava. Considera ele que isto não pode explicar-se senão por um estado anterior à existência atual. Buscou então ouvir o Espírito São Luiz, responsável pelas reuniões levadas a efeito naquele grupo que explicou o seguinte: -“O Espírito do menino está quase no início do período humano; não tem mais que duas encarnações na Terra; antes de sua existência atual pertencia às tribos mais atrasadas de ilhas espalhadas pelo Planeta. Quis nascer num mundo mais adiantado, na esperança de progresso”. A observação suscita uma reflexão interessante: vivia-se o décimo nono século da chamada Era Cristã e, pelo que revela a questão 1019 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS e o 18 da obra A GÊNESE, a Terra passava desde um século e meio antes por um ciclo de ajuste no tocante à população a ela ligada tendo em vista a elevação do orbe terreno na classificação explicada nas análises incluídas no capítulo 3 d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Nelas, o Codificador dedica-se a interpretar o HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI, afirmação atribuída a Jesus por João no capítulo XIV, versículo 1, do seu Evangelho, arriscando uma classificação dos Mundos, situando a Terra na categoria dos de Expiações e Provas, aqueles em que o mal predomina pela condição evolutiva dos seres que nela habitam. E no caso do autor do crime, ele não tinha mais que duas encarnações no planeta terreno. Mais à frente, mensagem psicografada por Santo Agostinho afirma que “não são todos os Espíritos encarnados na Terra que se encontram em expiação, constituindo-se as raças que chamamos selvagens de Espíritos apenas saídos da infância, que estão, por assim dizer, educando-se e desenvolvendo-se ao contato de Espíritos mais avançados”. Quanto a esse enfoque num de seus esclarecedores textos, Kardec estabelece interessante comparação lembrando que aquele que renasce em nossa Dimensão em apenas dois dias de existência não tem noção clara da realidade que o cerca, percepção que somente alcançará após mais de uma década de desenvolvimento no corpo a que se ligou na nova reencarnação com que trabalha pelo seu progresso espiritual. Os Espíritos recém elevados à condição humana consomem em tese o mesmo tempo ou número de encarnações para começar a ter consciência de suas responsabilidades perante a Criação. Finalizando a consulta, Allan Kardec perguntou à São Luiz se a educação poderia modificar essa natureza, obtendo a seguinte resposta: -“É difícil, mas possível. Seria preciso tomar grandes precauções, cerca-lo de boas influências, desenvolver a sua razão, mas é de temer que se fizesse exatamente o contrário”.



Percebo que há várias imagens/estátuas ligadas ao catolicismo, inclusive em Roma, que mostram anjos segurando armas - espadas, por exemplo. Minha interpretação - as pessoas querem proteção da espiritualidade, mas entendem essa proteção de forma física - tipo anjo da guarda como um "segurança particular". Até entendo algumas imagens de santos que foram guerreiros - mas há outras estátuas que, pelo que entendi, não tem ligação com a guerra. São "protetores" armados. Também gostaria de um comentário seu, já que no Centro já mencionei várias vezes sobre a necessidade de mudarmos a forma como vemos nossos espíritos protetores.

Todas essas formas de conceber a espiritualidade vêm do passado do humanidade, como se estivessem encrustadas nas entranhas do espírito humano. É o que chamamos de atavismo. No passado remoto, a vida entre as tribos e os povos giravam em torno de guerras e conquistas, cada qual pretendendo ter domínio sobre os outros. Na Grécia e em Roma, por exemplo, os deuses eram convocados a participar desses conflitos e, segundo a crença, estavam sempre presentes nas batalhas, dando força aos seus protegidos.

Mesmo na vida comunitária, o que prevalecia era a força física. Os mais fortes sempre constrangiam os mais fracos. Em Esparta, por exemplo, as crianças que nasciam com alguma deficiência ou limitação física, eram sacrificadas, porque se acreditava que elas não teriam condições de enfrentar a vida e tampouco contribuir para os interesses da coletividade. Geralmente, eram vistas como castigo divino. Como imperava a crença na força física, esse mesmo valor era atribuído aos poderes divinos, que se manifestavam ao homem de forma violenta e avassaladora.

A espada, inventada na antiguidade, era a principal e a mais comum arma de guerra, símbolo da força e do poder. Entre os hebreus – povo ao qual pertenceu Jesus - acreditava-se que, se pela força física os homens se impunham uns aos outros, Deus - conhecido como o Senhor dos Exércitos - também fazia o mesmo. Na Bíblia encontramos vários episódios, envolvendo guerra, em que os anjos de manifestam empunhando espadas. Isso era natural para o povo da época e atendia às suas necessidades de manter uma crença no poder de Deus.

Jesus não concordou com esse quadro assustador, nem mesmo com a forma agressiva – e quase impositiva – com que João Batista queria converter as pessoas para suas idéias, usando de ameaças. Jesus, pelo contrário, investia tudo na Lei do Amor, pois, para ele, Deus é Amor e só o amor é poder. Tanto assim que ele mesmo afirmou: “Nos tempos de João Batista o Reino de Deus era conquistado pela força, mas hoje o é pela brandura”. Isso sem considerar o episódio em que Pedro, para defende-lo, feriu um soldado com a espada, mas recebeu em seguida sua advertência,

Em Doutrina Espírita também concebemos a proteção espiritual, que é feita por Espíritos que não têm a aparência de anjos, como no passado da humanidade. Sua atuação é no sentido de nos encaminhar na vida, como fazem nossos pais, através de conselhos e orientação, que chegam a cada um de nós pela intuição. A ação dos protetores, conforme podemos ler nas questões de a em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, se faz de uma forma velada e tranquila. Velada porque, via de regra, não percebemos; tranquila, porque não nos agride mas, pelo contrário, respeita-nos as idéias e as decisões pessoais.

Os Espíritos protetores agem através do pensamento, entrando em contato com a nossa mente, quando lhes damos chance para isso, ou seja, quando estamos com o pensamento voltado para o bem. Muitas vezes, eles se esforçam para nos auxiliar, mas não conseguem, porque não damos abertura e os rejeitamos por sentimentos contrários, como o egoísmo e o orgulho. Logo, eles não nos impõem nada, mas nos auxiliam a pensar (apenas auxiliam) e a buscar nossas próprias alternativas de solução, pois são como professores, querem que aprendamos. Se eles fizerem por nós aquilo que nós devemos fazer, evidentemente, não aprenderemos a viver e nos tornaremos seus eternos dependentes.


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