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sábado, 12 de abril de 2025

APENAS PARA CONSUMO IMEDIATO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

O dia 30 de junho lembra o termino a 13 anos das atividades em nossa Dimensão de Chico Xavier, provavelmente, o maior fenômeno de mediunidade na produção de livros sob a inspiração de Espíritos desencarnados. Mais de quatro centenas de obras publicadas contendo revelações de cunho histórico (HÁ DOIS MIL ANOS, CINQUENTA ANOS DEPOIS, AVE CRISTO, RENÚNCIA), cientifico (SÉRIE NOSSO LAR) e consolador (obras do tipo JOVENS NO ALÉM). Não fosse pelas lembranças ou imagem conservada por aqueles que cresceram ou foram atraídos para o Espiritismo sob a influência do vigoroso exemplo do determinado trabalhador da causa espírita ou daqueles que através dos cursos oferecidos em Centros Espíritas, provavelmente tela acervo já estaria esquecido. Exemplo disso se observa no que se refere a centenas de títulos contendo as mensagens dos Benfeitores Espirituais que se sucediam nas atividades regulares de Chico, seja em Pedro Leopoldo, seja em Uberaba. Uma visita às livrarias espíritas instaladas em inúmeras Casas, inclusive nas grades cidades, exceção feita aos títulos romanceados dos Espíritos Emmanuel e André Luiz, raros exemplares com as referidas mensagens recebidas em sua maioria, publicamente, são encontradas. Séries importantes como a em que o gestor das atividades do médium procurou celebrar o primeiro centenário das chamadas OBRAS BÁSICAS, organizadas por Allan Kardec, não são vistas nas prateleiras ou bancadas. Nas FEIRAS DO LIVRO ESPÍRITA, predominam os romances da época. Até por que poucos sabem que RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS deriva d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS; SEARA DOS MÉDIUNS d’O LIVRO DOS MÉDIUNS; LIVRO DA ESPERANÇA d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO; JUSTIÇA DIVINA d’O CEU E O INFERNO, podendo relacionar A CAMINHO DA LUZ com A GÊNESE. O extraordinário O CONSOLADOR, com centenas de respostas a dúvidas naturais ocorridas a qualquer estudioso do Espiritismo, geralmente somente é conseguido por encomenda. Valiosas fontes de pesquisa sobre a real situação dos que desencarnam com grandes comprometimentos com as Leis da Consciência como INSTRUÇÕES PSICOFÔNICAS e VOZES DO GRANDE ALÉM, idem. Obras compostas – mais de 17 - com os riquíssimos e tocantes textos de Humberto de Campos que após o processo judicial enfrentado por Chico Xavier nos anos 40 passou a se identificar com o pseudônimo Irmão X - alusão e redução do mordaz e irônico Conselheiro XX adotado em coluna mantida enquanto encarnado na imprensa profana – também por encomenda. Os mais de 50 títulos preservando os verdadeiros documentos produzidos depois dos programas PINGA FOGO que transformaram Uberaba no ponto de convergência de milhares de desesperados pela perda inesperada de entes queridos, também “sob encomenda”, quando se tiver a sorte de estarem ainda sendo publicados pela alegação de que não vendem. No que se refere então aos títulos contendo mensagens de apoio moral e esclarecimentos espirituais como O ESPÍRITO DA VERDADE; ENCONTRO MARCADO; RUMO CERTO; ENCONTRO DE PAZ; ESCRÍNIO DE LUZ; A LUZ DA ORAÇÃO; MÃE; entre outras, inexistem. As gerações que ficaram marcadas ou estiveram envolvidas com essa fase do Movimento literário espírita no Brasil, estão retornando gradualmente para a prestação de contas do uso feito dos “talentos” recebidos para investir no trabalho de espiritualização humana. E as gerações que chegam saberão que tais livros existiram. Será que estava certo em seu prognóstico o dito particularmente certa vez por um líder e escritor espírita que no futuro somente restariam obras de André Luiz e os romances de Emmanuel? E falamos apenas dos que seguem o Espiritismo em alguns poucos Estado da grande nação brasileira, pois, existem até aqueles que não reconhecem muito valor ao trabalho do valoroso servidor mineiro. Nos próximos 13 anos, certamente, vagas lembranças evocarão sua figura e sua eloquente contribuição para a expansão do pensamento espírita, sufocada pela inundação de obras de conteúdo duvidoso, transfomadas em sucesso comercial por editores focados mais em resultados financeiros que na qualidade do que se propala em nome da Doutrina Espírita.




Eu acho a ideia de Deus um tanto confusa. Pensando bem, por que as pessoas rezam. Rezam para obter proteção, é claro. Mas, se Deus já sabe do que precisamos, por que precisamos pedir – este é um ponto. O outro: se só as pessoas que rezam tivessem O privilégio de Deus, e as outras como ficariam? Não vejo diferença na vida de quem reza e de quem não reza. Pra mim é uma coisa só: tanto sofre um quanto o outro, tanto morre um quanto o outro. (Anônimo)


Seu raciocínio tem lógica, mas, do ponto de vista espírita, ele parte de uma premissa errada. Na verdade, Deus sabe de nossas necessidades, mais do que nós mesmos. Jesus já falou sobre isso. Todavia, o problema não é esse. O problema está na necessidade que temos de nos ligar a Deus. Ligar a Deus quer dizer ligar ao bem, à verdade, à justiça, ao amor. Esses conceitos elevados são fundamentais em nossa vida, e a lembrança de Deus, com certeza, nos estimula esses bons sentimentos. Quando oramos, utilizamos pensamentos puros, acionamos recursos naturais que existem dentro e fora de nós, atraímos os bons Espíritos, tornamo-nos mais humildes, mais prontos a receber e, com isso, nos sentimos protegidos. Quer coisa melhor?


A prece ou oração é uma atitude intima de fé, que nos dá a certeza de que não estamos sozinhos, que a vida tem um sentido elevado e que todos estamos destinados ao bem. Estudos recentes de pesquisadores no campo da neurociência, perscrutando os mecanismos do cérebro através da ressonância magnética funcional, mostram que a prece e a meditação são altamente benéficos ao corpo humano, inclusive com relação ao tratamento de recuperação de pacientes hospitalizados. Essa contribuição da ciência vem demonstrar aquilo que o Espiritismo vem falando há 150 anos com relação aos benefícios da prece em nossa vida.


Além do mais, o fato de se obter ou não um benefício pretendido não depende apenas e tão somente da prece, embora a prece tenha um papel importante. Os Espíritos disseram a Kardec que “os atos valem mais que as palavras”. Logo, não é só pedir – é, principalmente, agir, melhorar-se, partir em busca dessas metas, consciente de que a bondade de Deus se manifesta através de nós. Assim, ninguém deve esperar milagre da vida, embora possa eventualmente ser surpreendido por um fato inusitado – que não é propriamente um milagre, mas que pode ser visto dessa forma, quando não entendemos as leis da natureza.


Seria absurdo pensar que há desprezados e privilegiados diante de Deus. Todos somos iguais. Mesmo o fato de a pessoa não acreditar em Deus, isso não a tira da condição de filho de Deus, pois todos nós, independente de nossa crença, colhemos o que semeamos, nesta e em outras encarnações; por isso, podemos sofrer mais ou sofrer menos. Entretanto, a prece surge como um recurso auxiliar poderoso, pois ela mexe com sentimentos muito profundos, capazes de levantar a confiança, fortalecer o ânimo, estimular o discernimento para a busca de nossas metas.


sexta-feira, 11 de abril de 2025

ESQUECIMENTO DO PASSADO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A dúvida é bastante comum: - Como pode o homem aproveitar da experiência adquirida em suas anteriores existências, quando não se lembra delas, pois que, desde que lhe falta essa reminiscência, cada existência é para ele qual se fora a primeira; deste modo, está sempre a recomeçar. Suponhamos que cada dia, ao despertar, perdemos a memória de tudo quanto fizemos no dia anterior; quando chegássemos aos 70 anos, não estaríamos mais adiantados do que aos 10; ao passo que recordando as nossas faltas, inaptidões e punições que disso nos provieram, esforçar-nos-emos por evitá-las. Allan Kardec questionado por argumentos semelhantes, com sua costumeira sensatez, explicou: -“Tudo se encadeia no Espiritismo, e, quando se toma o conjunto, vê-se que seus princípios emanam uns dos outros, servindo-se mutuamente de apoio; e, então, o que parecia uma anomalia contrária à justiça e à sabedoria de Deus, se torna natural e vem confirmar essa justiça e essa sabedoria. Tal é o problema do esquecimento do passado, que se prende a outras questões de não menor importância e, por isso, não farei aqui senão tocar levemente o assunto. Se em cada uma de suas existências um véu esconde o passado do Espírito, com isso nada perde ele das suas aquisições, apenas esquece o modo por que as conquistou. Servindo-me ainda da comparação com o aluno, direi que pouco importa saber onde, como, com que professores ele estudou as matérias de uma classe, uma vez que as saiba, quando passa para a classe seguinte. Se os castigos o tornaram laborioso e dócil, que lhe importa saber quando foi castigado por preguiçoso e insubordinado? É assim que, reencarnando, o homem traz por intuição e como ideias inatas, o que adquiriu em ciência e moralidade. Digo em moralidade porque se, no curso de uma existência, ele se melhorou, se soube tirar proveito das lições da experiência, se tornará melhor quando voltar; seu Espírito, amadurecido na escola do sofrimento e do trabalho, terá mais firmeza; longe de ter de recomeçar tudo, ele possui um fundo que vai sempre crescendo e sobre o qual se apoia para fazer maiores conquistas. A objeção relativa ao aniquilamento do pensamento, não tem base mais segura, porque esse olvido só se dá durante a vida corporal; uma vez terminada ela, o Espírito recobra a lembrança do seu passado; então poderá julgar do caminho que seguiu e do que lhe resta ainda fazer; de modo que não há essa solução de continuidade em sua vida espiritual, que é a vida normal do Espírito. Esse esquecimento temporário é um benefício da Providência; a experiência só se adquire, muitas vezes, por provas rudes e terríveis expiações, cuja recordação seria muito penosa e viria aumentar as angústias e tribulações da vida presente. Se os sofrimentos da vida parecem longos, que seria se a eles se juntasse a lembrança do passado? (...) Livre da reminiscência de um passado importuno, viveis com mais liberdade; é para vós um novo ponto de partida; vossas dívidas anteriores estão pagas, cumprindo-vos ter cuidado de não contrair outras. Quantos homens desejariam assim poder, durante a vida, lançar um véu sobre os seus primeiros anos! Quantos, ao chegar ao termo de sua carreira, não têm dito: “Se eu tivesse de recomeçar, não faria mais o que fiz!” Pois bem, o que eles não podem fazer nesta mesma vida, fá-lo-ão em outra; em uma nova existência, seu Espírito trará, em estado de intuição, as boas resoluções que tiver tomado. É assim que se efetua gradualmente o progresso da Humanidade.




Eu já li vários livros espíritas e todos eles falam que precisamos melhorar, precisamos amar o próximo, que só assim seremos felizes. É fácil falar em mudança , mas como é que a gente vai fazer para mudar o sentimento, para combater o orgulho e o egoísmo (por exemplo), se sempre a gente se surpreende pensando no mal ou fazendo coisas que a gente não gostaria de fazer e, depois, se arrepende? (Maria Eunice Mercon)


A vida é uma escola, onde todos somos alunos e estamos constantemente aprendendo. Aprender implica em superar dificuldades. Não existe mudança repentina em ninguém. De um dia para outro, não há quem possa acabar com seu orgulho ou com seu egoísmo. Qualquer mudança custa tempo e investimento: é um projeto para toda uma vida. Se fosse fácil mudar, não haveria necessidade de tantas encarnações: numa só vida a gente poderia resolver tudo e já conquistaria o céu de que falam as religiões. Mas não é assim.


Quando Jesus disse “sede perfeitos, como vosso Pai Celestial é perfeito”, ele estava se referindo à essa necessidade de mudança. Deus é a meta de todos nós; é claro que não vamos nos igualar a Deus, mas vamos caminhar sempre em sua direção: é o caminho do aperfeiçoamento, da evolução. Se considerarmos toda a trajetória evolutiva do Espírito como um livro, cada encarnação é uma lição desse livro e, em cada uma delas, sempre aprendemos alguma coisa. Todavia, há duas formas de aprender: uma consciente e outra, inconsciente.


Conscientemente, quando sabemos que estamos aprendendo ou melhorando e, inconscientemente, quando aprendemos sem perceber a mudança que está ocorrendo em nós. O aprender consciente tem uma vantagem sobre o outro: ele caminha bem mais depressa. É quando nos propomos a realizar em nós alguma mudança, a extirpar um vício e a adquirir uma virtude. Na escola da vida, aprendemos com as situações. Por exemplo: para combater o orgulho, precisamos praticar atos de humildade em relação às pessoas com quem convivemos. Se estamos acostumados a ser servidos, precisamos começar a servir; se queremos tudo para nós, devemos começar a agir em benefício do outro.


Foi o que Jesus ensinou. Leia o sermão das montanha ( Mateus, capítulos 5, 6 e 7 – e verifique). A teoria é fácil de entender. Difícil é aplicá-la em nossa vida, começar a fazer (hoje, agora...) , iniciando pelas relações familiares. André Luiz nos propõe um teste. Diz ele: “comece a tratar seus familiares, como você trata uma visita, e veja o que acontece”. Não é fácil; por isso é um teste. Ninguém vai se sair bem, logo de início. No começo pode ser até desastroso. Mas temos de ir tentando, insistindo, perseverando, todos os dias, e fazendo uma avaliação constante de nosso desempenho, para verificar as nossas dificuldades e também o nosso progresso.


Se o seu problema é orgulho, procure aproximar-se de pessoas simples. Comece a ter relações com elas. Aprenda a ver as qualidades dessas pessoas e submeta-se a situações que geralmente o incomoda. Mudar um comportamento nunca é fácil: exige vontade, esforço, dedicação e, por último, sacrifício. Veja como é difícil mudar um regime alimentar: quando estamos habituados com certos alimentos, criamos uma dependência ( não só física, mas também psíquica), e para vencê-la vamos ter de abrir mão de nossa comodidade; caso contrário, nada muda. O mesmo com a nossa vida moral.


Um pensador da Grécia Antiga afirmava que para a pessoa conseguir extirpar um vício, ela precisa substituí-lo por uma virtude correspondente. Por exemplo: quem tem o hábito de ver apenas os defeitos dos outros, precisa começar a apreciar suas virtudes. Isso funciona como alguém que vai passar a nadar contra a correnteza. Não vai ser fácil. Por isso Jesus disse: “aquele que perseverar até o fim, será salvo”. A perseverança é um precioso instrumento de sucesso na vida, e a maior vitória que podemos realizar na vida, sem dúvida – para a nossa paz e para a nossa felicidade – é a vitória sobre nós mesmos.

quinta-feira, 10 de abril de 2025

UM MANANCIAL DE INFORMAÇÕES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A contribuição do médium Chico Xavier para o aprofundamento das questões relacionadas à interação entre as diferentes vidas – a espiritual e a material – está longe de ser totalmente explorada. Especialmente no que tange ao pós-vida, onde as centenas de cartas psicografadas por ele desde os anos 70 de forma mais intensiva, revelam um conteúdo, por vezes, intrigante. É o caso, por exemplo, de Gilberto Teixeira Silva Junior, Sandra Regina Camargo e Luiz Paulo Alves Reis, todos desencarnados por leucemia e que afirmam em suas mensagens terem sido submetidos no Plano Espiritual a tratamentos de hemodiálise. Ou da senhora Maria das Graças Aires, a um mês de dar a luz ao terceiro filho, foi vitima fatal com seus familiares de trágico acidente de trânsito, e que, ao despertar em hospital da outra Dimensão, surpreendeu-se ao ver ao seu lado um recém-nascido, resultado da cesariana a que foi submetida na passagem desta para a outra vida, fato explicado pela familiar que a acompanhava na reentrada no Mundo Espiritual, como decisão motivada pelo intenso desejo acalentado durante toda a gestação de ter mais um filho e, pelo fato do mesmo estar de tal modo formado, que as autoridades que acompanhavam seu processo de resgate de outras vidas, julgaram seus méritos, optando pela consumação do processo de renascimento. Há um manancial de informações a serem estudados, confirmando o que se sabe por citações. Vamos a alguns desses dados: 1- HOSPITALIZAÇÃO Mauro Lira, 15 anos, atropelamento (“-acordei num hospital-escola”); Carlos Eduardo Frankenfeld de Mendonça, 15 anos, parada cardiaca (“-fui transportado para o lar-hospital do REGENERAÇÃO”). 2- CIRURGIAS Hilário Sestini, 54 anos, infarto do miocárdio ( “um médico que me disse ser companheiro do Dr. Marat Decartes Freire Gameiro, me cirurgiou o tórax); Gabriel Espejo Martinez, 25 anos, meningite fulminante (“um enfermeiro advertiu-me que fora cirurgiado por um médico, o Dr. Mario Gatti”). 3- ESCOLAS Andreia Lodi, 9 anos, acidente de trânsito (-“estou num grande colégio cercado de jardins”); José Roberto Pereira Cassiano “Shabi”, 23 anos, acidente de transito (achava-me em outra instituição, em outro local. Um hospital-escola, ou melhor, um educandário de recuperação espiritual”). 4- RECOMPOSIÇÃO DOPERISPIRITO ou CORPO ESPIRITUALWellington Ramos Monteiro Rodrigues, 21 anos, acidente de transito (-“posso dizer-lhes que o nosso corpo aqui não está isento dos resultados difíceis que remanescem dos acidentes”). Volquimar Carvalho dos Santos, 21 anos, durante o incêndio do Joelma ( “aqui, surpreendemos companheiros muitos que passam por minucioso tratamento de plásticas regenerativas”). Contudo, o material resultante do trabalho incansável do médium Chico Xavier, ignorado pela maioria dos espíritas, vai se perdendo, visto que as editoras detentoras dos direitos autorais dos livros em que se acham reunidas, entendem que tais obras não tem grande valor comercial por se aterem a mensagens dirigidas a familiares dos desencarnados comunicantes. Ignoram o conteúdo valioso para a confirmação da continuidade da vida, até porque, são assinadas tais mensagens por pessoas conhecidas, cujos endereços encontram-se registrados nos próprios livros em que se acham inseridas. Os dirigentes fundadores das referidas editoras, esquecem-se que o tempo solicitará também deles, a volta ao Mundo Espiritual, deixando para trás um legado de valor incalculável para os que se interessam pela sobrevivência além da morte. Chico Xavier e os responsáveis espirituais dessa produção, certamente devem lamentar os desdobramentos das responsabilidades entregues a esses, outrora leais, cooperadores.

Já ouvi dizer que o diabo também opera milagres e que, por isso, podemos ser enganados. Como saber, então, de um milagre provém de Deus ou do diabo?


Complicado, caro !... Os pregadores religiosos, de uma maneira geral, exploram muito esse tema, pois, cada um quer ter a exclusividade do bem, que ter Deus só para si, afirmando que o diabo sempre está do outro lado, o lado que não é o dele. Se a cura ocorreu no âmbito de sua religião, eles garantem que a cura é de Deus; mas, se ela ocorreu na religião do outro, então, eles dizem que é do diabo. Esse comportamento ingênuo, quase infantil, revela uma das maiores fraquezas do ser humano: a vaidade.


Nos evangelhos também há um episódio em que os fariseus dizem que Jesus, ao afastar um mau espírito de uma pessoa, fizera aquilo em nome de Satanás. Jesus tenta se defender dizendo: “se satanás expulsa satanás, está dividido contra si mesmo e o seu reino não subsistirá”. Este é um raciocínio lógico, de que Jesus lança mão. Se bem que não convenceu os fariseus, pois eles estavam interessados em depreciar em Jesus e não propriamente na verdade, que não queriam aceitar. Quando a gente quer desautorizar uma pessoa, porque ela tem uma crença diferente da nossa, diz que essa pessoa está do lado do demônio.


Mas a verdade não pode servir aos interesses pessoais. Jesus já havia expressado este princípio: “conhece-se a árvore pelo fruto; se bom for o fruto, boa será árvore, mas se o fruto é mau, a árvore também é má.” Jesus não considerava o rótulo como credencial da verdade. Ele valorizava no homem a conduta, o caráter, o sentimento. Assim, para Jesus, todo aquele que, realmente, cultiva os ideais do bem e da verdade, do amor e da justiça, tem Deus em seu coração, não importa sua religião. Logo, prezado ouvinte, para discernir o que é do bem e o que é do mal, basta examinar o sentimento.


Certa vez, os discípulos viram um homem – que não era discípulo de Jesus – e que, no entanto, atendia caridosamente as pessoas, fazendo o que Jesus ensinava. João, chegou para Jesus e deu a notícia: “Mestre, nós vimos um homem que expulsa demônios em teu nome e, então, o proibimos”. Jesus percebeu o ciúme dos discípulos para com uma pessoa que não pertencia ao seu grupo, e respondeu taxativamente: “Não o proibais, porque quem não é contra nós, é por nós”. O que ele quis dizer com isso? Certamente, que o bem é sempre o bem, não importa quem o faça, pois todos somos filhos de um só Pai.


quarta-feira, 9 de abril de 2025

O QUE MAIS GEORGE VIU E SENTIU; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESOR

 Quatro sessões foram necessárias para que o Psiquiatra George Ritchie contasse ao seu paciente a incrível experiência que teve aos 21 anos. Segue sua narrativa lembrando que “ao constatar que o corpo coberto com os braços pendendo ao lado do leito em que se encontrava era igual ao seu, confuso e assustado, entregou-se a raciocínios sobre como conciliar as duas coisas: estar morto e acordado. Preso ao conceito de que a morte era o “nada”, desesperado, afundou na cama, literalmente, pois o corpo ali acomodado, não conseguiu contatar sua própria substância, aumentando-lhe o receio. Sem ter qualquer certeza, percebeu uma mudança na luminosidade do quarto em que estava. Uma luz cada vez mais intensamente brilhante, que não poderia ser produzida pela lâmpada de 15 watts acesa sobre a mesinha de cabeceira, claridade vinda de parte nenhuma, definiu-se numa forma humana, um homem feito de luz. A partir daí sua intensa e perturbadora vivência tornou-se mais impressionante. Alguns dos aspectos mostrando uma face da vida nunca antes cogitada foram os seguintes: 1- Telepaticamente, como se as ideias e conceitos estruturarem-se dentro dele, o Ser iluminado, que, a princípio pensou fosse Jesus, ordenou que levantasse, após o que, ocorreu como que uma recapitulação de toda sua vida, desde a infância, revendo em frações de tempo, detalhes perdidos na memória. 2- Cada pormenor dos 20 anos até ali vividos por ele foi recuperado nos seus pontos positivos, negativos, no habitual e comum, surgindo um questionamento, pensou, originado, como o efeito anterior, do Ser iluminado que tinha diante de si: -“Que fez Você da sua vida?”, pergunta que parecia dizer respeito a valores, e, não a fatos, seguida de outra ante seu silêncio: -“Que tem você para me mostrar daquilo que fez com sua vida?”. 3- Em determinado momento, sentiu-se voar bem alto, sobre a Terra, junto ao Ser iluminado, em direção a um longínquo ponto de luz, impressão diferente da viagem em desdobramento que fizera anos antes, ponto que ganhou as dimensões de uma grande cidade, em que se sentiu descer, em meio à noite. 4- Testemunhou uma população invisível interagindo com outra visível a qual influenciava ou usava, na ânsia, muitas vezes, desesperada de ter acesso àquilo que a ausência do corpo não possibilitava. 5- Com a rapidez do pensamento, viajou com o Ser iluminado de cidade a cidade, por lugares aparentemente familiares, dos Estados Unidos e, possivelmente, do Canadá, regiões que conhecidas, exceto pelos milhares de seres não físicos que, agora, observava ocupando também aquele espaço “normal”. 6- Viu um moço dentro de uma casa, seguindo homem mais velho, repetindo “desculpe, pai! Eu não sabia o que aquilo ia causar à mamãe. Eu não compreendia”; um rapaz que pelos corredores de um colégio, dizendo a uma adolescente “desculpe, Nancy!”; uma mulher de meia idade dirigindo a um homem de cabelos grisalhos, súplicas de perdão; fatos explicados mentalmente pelo Ser iluminado como sendo, “suicidas agrilhoados a cada consequência do ato cometido”. 7- Aos poucos, começou a reparar que todas as pessoas vivas que observava, traziam em torno de si mesmas uma pálida luminescência, semelhante a um campo elétrico que sobrepairava à superfície de seus corpos, acompanhando-as em seus movimentos, como se fosse uma segunda pele, uma luz pálida, quase imperceptível. 8- Num bar-churrascaria sujo para o qual foi conduzido, observou que uma parte dos homens que estavam de pé, eram incapazes de levar os drinques até os lábios, seguidamente, tentando agarrar as doses ao alcance da mão que passava através das canecas, do balcão de madeira e, até dos braços e corpos dos beberrões à volta deles. As descrições do registrado por George na Dimensão em que se via se sucedem compondo uma singular história, surpreendendo a cada linha o leitor da obra VOLTAR DO AMANHÃ (nórdica,1980), escrito em 1978. Por fim, deslocando-se velozmente - sempre acompanhado da Presença luminosa -, se viu de volta ao quarto onde localizara seu corpo, com o anel semelhante ao que carregava num dos dedos da mão. A muito custo, moveu os braços, o que lhe pareceu semelhante a tentar içar barras de chumbo, entrelaçando os dedos, de forma que conseguiu com os da mão direita, tocar o aro com a pedra oval, que estava no anular da mão esquerda, girando-o devagar várias vezes. Descobriu mais tarde que na manhã do dia 21, teve sua morte clinicamente confirmada, após diagnóstico de pneumonia dupla, retornando à vida quando já se iniciavam os preparativos para envio do corpo ao necrotério do Hospital. Para surpresa de todos, nove minutos haviam se passado.




Pergunta formulada pela Marina, do Bairro José Ribeiro: “A propósito da novela “Desejo Proibido”, ela quer saber o seguinte: “O Espiritismo reconhece os milagres de cura que acontece em outras religiões, como nessa novela, por exemplo?”


O Espiritismo, Marina, jamais se proclamou dono exclusivo do bem e da verdade. Muito pelo contrário: para o Espiritismo, o bem e a verdade se encontram em toda parte, em todos lugares e em todas as religiões. Por isso, os espíritas acreditam que as curas espirituais, geralmente chamadas de milagres, realmente podem ocorrer, embora elas mereçam um estudo mais cuidadoso e aprofundado para se verificar os que são realmente autênticos. Esse campo de atividade, muitas vezes, serve de meio de exploração da boa fé das pessoas. Os conflitos religiosos, por outro lado, só ocorrem quando cada um quer ter exclusividade ou privilégio diante de Deus, achando que só a sua religião é verdadeira e que só a sua fé é capaz de curar. Quando os homens entenderem que Deus está acima de todas as nossas diferenças e é o ponto de encontro de todos nós, então não haverá mais motivos para essa discriminação e todos poderão praticar livremente sua religião.

As chamadas “curas espirituais” ou milagres, para a Doutrina Espírita, são fenômenos que podem ocorrer em todo lugar ou em qualquer momento, mas que acontecem com mais facilidade nos meios religiosos onde reina a sinceridade de coração, porque o sentimento sincero da pessoa que crê (seja qual for a sua religião) é uma das maiores forças transformadoras do mundo. Jesus proclamou isso com muita propriedade; ele foi muito bem claro e objetivo quando proclamou a fraternidade entre os homens, reconhecendo e demonstrando que é a fé, aliada ao amor, o nosso maior poder.


Há um episódio singular no evangelho (que merece ser analisado). É aquele em que uma mulher – que há muitos anos sofria de hemorragia – procurou Jesus na multidão, na certeza de que ele a curaria. Ela não chegou a falar diretamente com Jesus, pois ele estava rodeado de muita gente e, naquele momento, era impossível estabelecer um diálogo. Então, o que ela fez? Com muito esforço, apenas conseguiu tocar de leve suas vestes e imediatamente se sentiu revigorada. Ao mesmo tempo, contam os evangelho, Jesus (sem ver a mulher e no meio daquela multidão), sentiu que alguma coisa dele saiu (uma espécie de energia!) e perguntou aos discípulos quem o havia tocado. Os discípulos estranharam a pergunta, uma vez que Jesus estava sendo tocado por muita gente ao mesmo tempo.


Entretanto, Jesus não falava dos muitos, que o rodeavam, mas de uma só pessoa (que ele não viu) mas que, no meio da multidão, foi capaz de tocá-lo ( não propriamente com as mãos, mas com o sentimento, com o espírito) e pôde criar entre ele e ela um laço vibratório de amor puro. Foi por aí que se deu a cura: com certeza, diz Kardec, no anseio de buscar socorro, essa mulher aspirou para si recursos curativos de que Jesus dispunha, na sua constituição perispiritual; esses fluidos curativos vieram suprir suas necessidades orgânicas de imediato. Em seguida, Jesus se aproximou da mulher e falou com ela. Mas suas palavras mais significativas foram estas: “a tua fé te curou”. O Espiritismo procura compreender esse mecanismo, acionado pela fé, que é capaz até de provocar alterações extraordinárias, até em nossa constituição orgânica.


Esse episódio deixa uma grande lição. Jesus é a maior expressão do amor e da fé sobre a Terra. Mas não basta procurá-lo. Aliás, ele está sempre rodeado de multidões de pessoas, que se acotovelam para tê-lo perto de si. O que realmente nos traz Jesus é o sentimento que nos une aos seus ideais. Tanto assim que aquele, que parece estar mais distante, como aquela mulher que não podia alcançá-lo, na verdade, é o que está mais perto dele, é o que pode recebê-lo no coração, pela sinceridade e pela pureza de seus sentimentos. A vida é assim: muitas vezes, quem julga estar perto, na verdade, está distante, e quem acha que está longe pode estar mais perto do que imagina. A força da fé realmente existe e ela pode se manifestar em qualquer lugar: basta criarmos as condições.


terça-feira, 8 de abril de 2025

AS REVELAÇÕES DE EMMMANUEL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Desde que se fez visível pela primeira vez a Chico Xavier, numa tarde de domingo, nas cercanias de Pedro Leopoldo (MG), o Espírito Emmanuel, assumiu, de forma ostensiva, a orientação das atividades mediúnicas do médium. Começava a se cumprir a tarefa assumida por ambos no Plano Espiritual de trabalharem na produção de livros objetivando a divulgação do Espiritismo. Foram décadas de convivência quase diária, exceção, segundo Chico, durante a Segunda Guerra, pouco antes da França ser invadida, quando o Benfeitor se ausentou durante dois anos, a pedido de Estevão ( do livro PAULO E ESTEVÃO), para auxiliar alguns amigos dele que viviam na Grécia, sendo substituído por uma entidade de nome Nathanael). Foi a partir de 1937 que Emmanuel começou sua produção pessoal. Primeiro, com o crítico EMMANUEL (feb), que quase não foi publicado. Na sequência, em 1938, o excelente A CAMINHO DA LUZ (feb), revelando detalhes sobre a história da Terra, seu surgimento no Sistema Solar e, parte de suas Civilizações. Em 1939, começa a escrever sobre sua fieira de encarnações com HÁ DOIS MIL ANOS, seguido, no mesmo ano, por 50 ANOS DEPOIS e, mais tarde, RENÚNCIA (1942) e AVE CRISTO (1953). Entre estes, em 1940, organiza O CONSOLADOR, compreendendo 411 perguntas e respostas formuladas a partir de sugestão de amigo do Plano Espiritual aos participantes das reuniões de estudo do Grupo Espírita Luiz Gonzaga. Em 1941, transmitiu PAULO E ESTEVÃO, narrando lances da historia do Apóstolo dos Gentios. Detalhe curioso, , seria revelado em mensagem de 16/3/1941, em que Emmanuel diz que “a biografia de Paulo trouxe muitas lembranças amáveis e preciosas de antigos companheiros de lutas”, de modo que, “se fosse registrar todos os pedidos de amigos do grande apóstolo, o livro custaria a chegar ao término”. Eram “negociantes de Colossos, proprietários de Laudiceia, antigos trabalhadores de Tessalonica, figuras de toda a Ásia, antigos filhos do cativeiro e do patriciado de Roma, trazendo subsídios para iluminar o quadro em que viveu o inesquecível Apóstolo, tornando impraticável o aproveitamento de todos”. No ano de 1952, entre os quatro trabalhos publicados naquele ano, encontrava-se ROTEIRO, em que Emmanuel discorrendo sobre a Terra, revela que “mais de 20 bilhões de almas conscientes, desencarnadas, sem nos reportarmos aos bilhões de inteligências sub-humanas que são aproveitadas nos múltiplos serviços do progresso planetário, cercam o domicílio terrestre, demorando-se noutras faixas de evolução”. Anos depois, na edição de janeiro de 1956 da revista ALIANÇA PARA O TERCEIRO MILÊNIO, o Instrutor Espiritual, entre outras informações, diz que “a Terra, em sua constituição física, propriamente considerada, possui grandes repousos e atividades, em períodos determinados. Cada período pode ser calculado em 260 mil anos. Os Grandes Instrutores da Humanidade, nos Planos Superiores, consideram que, desses 260 mil anos, 60 a 64 mil, são empregados na reorganização dos pródomos da vida organizada.Depois temos sempre grandes transformações, de 28 em 28 mil anos. De modo que, no período de atividade que estamos atravessando, tivemos duas grandes raças na Terra, cujos traços se perderam, pelo primitivismo delas mesmo. Logo em seguida, podemos considerar a grande raça Lemuriana, como portadora de uma inteligência mais avançada, como detentora de valores mais altos, nos domínios do Espírito. Em seguida, possuímos o grande período da raça Atlante, em outros 28 mil anos de grande trabalho, no qual a inteligência do mundo se elevou de modo considerável”. Confirma que “as últimas ilhas que guardavam os remanescentes da Civilização Atlante, submergiram, mais ou menos, 9 a 10 mil anos antes da Grécia de Sócrates”, acrescentando ‘acharmo-nos nos últimos períodos da grande raça Atlantica .Dentre as milhares de revelações, particulares e de interesse coletivo, feitas em décadas de trabalho com Chico Xavier, há uma, publicada no livro PLANTÃO DE RESPOSTAS (ceu), prefaciado por ele em setembro de 1994, merecedora de nossas reflexões: “A Terra será um mundo regenerado por volta de 2057. Cabe, a cada um, longa e árdua tarefa de ascensão. Trabalho e amor ao próximo com Jesus, este o caminho”.



O que diz o Espiritismo sobre magia? Os magos existem de fato?


A crença em poderes mágicos é tão antiga quanto a humanidade. Ela surgiu nas eras mais remotas, centenas de séculos antes da civilização, devido ao fato de o homem, ainda não entender como se davam os fenômenos da natureza. Como não sabiam como lidar com a chuva, com os raios, com as doenças, com a morte – por exemplo - ele acreditava em forças mágicas que comandavam a natureza. Para conjurar os males, que o afligiam, ele criou ritos, fórmulas mágicas, que eram seus instrumentos de poder. Foi da magia que surgiram os rituais religiosos, que existem até hoje. Primeiramente, eles acreditavam os rituais agiam sobre as forças anímicas da natureza, depois sobre os deuses e, depois, sobre os Espíritos.


Os magos eram pessoas dotadas de uma sensibilidade psíquica apurada, que impressionavam principalmente pela capacidade de prever certos acontecimentos, o que hoje chamamos de premonição. Com isso, eles adquiriam poder, pois passavam a ser respeitados e temidos por todos como seres especiais, capazes de fazer o bem e de fazer o mal. Mas sabemos que isso era apenas mediunidade, ou seja, uma faculdade psíquica e natural do homem, que lhe permite, às vezes, uma percepção mais ampla da realidade e que, no passado, era vista como um poder sobrenatural.


Os bruxos e as bruxas da Idade Média, perseguidos e executados no período negro da Inquisição Religiosa, na verdade, eram médiuns, pessoas que tinham uma sensibilidade incomum e que, por isso mesmo, eram levadas a conta de seres com poderes especiais ou demoníacos. Os religiosos entendiam que a presença dessas pessoas representava um perigo e, por isso, resolveram exterminá-las, provocando uma das maiores chacinas da História, episódio que ficou conhecido como “caça às bruxas”.


Em se tratando de Espiritismo, a base do conhecimento são as leis da natureza, que são leis de Deus. Para a doutrina, nada acontece fora dessas leis. Entretanto, se algo acontecer, sem que saibamos explicar – mesmo assim, não contraria a lei natural: é que a ciência humana não conhece todas as leis. Contudo, a magia não leva em conta essas leis, porque a magia surgiu antes do conhecimento das leis naturais, quando não havia nem filosofia, nem ciência. À medida que o homem foi descobrindo essas leis, ele foi automaticamente se afastando da magia, e dando uma explicação racional aos fenômenos da natureza. Neste particular, a Doutrina Espírita se aproxima mais da ciência.


A magia pressupõe poderes mágicos, mas o poder mágico (se assim podemos chamar) está na própria lei. Por exemplo: a vida é um poder da natureza. Uma sementinha, que você deposita no solo, em breve tempo germina e se transforma numa planta que vai produzir novas sementes. O homem não precisa fazer o que a natureza faz – a natureza tem seus próprios meios de ação; é um tipo de magia, que até hoje estamos estudando para compreender como a natureza cria e sustenta a vida. Este é um poder que segue as leis da natureza, as leis de Deus, que são precisas, maravilhosas e perfeitas.


Para o Espiritismo, só Deus está acima da natureza, só Deus é sobrenatural; o resto é tudo criação dele, portanto, tudo natural. As extraordinárias leis da natureza funcionam ininterruptamente e, porque não as conhecemos todas, achamos que existe a magia ou o milagre, quando não sabemos explicá-los. Devem existir outras dimensões no mundo natural, que estão fora de nossa capacidade de perceber e muitas que nem sequer sabemos que existem. Isto porque nossos sentidos e nossa inteligência são limitados e, portanto, só vamos conhecendo as coisas à medida que evoluímos. O homem de hoje é mais evoluído que o homem da antiguidade e que o homem da Idade Média; por isso, sabe mais.


Os Espíritos não são seres sobrenaturais e nem pertencem a um mundo mágico, como muita gente pensa. Os Espíritos somos nós mesmos. Quando estamos aqui na Terra, utilizando um corpo, somos Espíritos encarnados; quando deixamos o corpo, passamos à condição de desencarnados. Para onde vamos? Para uma dimensão do espaço que a ciência ainda não conseguiu determinar; mas não deixamos de existir. Nessa dimensão, que está aqui mesmo (mas não a percebemos), também existem leis, como aqui. Não há magia. É disso que o Espiritismo trata – das leis que regem o mundo espiritual e as relações entre esse mundo e o mundo material no qual presentemente nos encontramos.



segunda-feira, 7 de abril de 2025

O JUIZ/POETA E A LEI DE CAUSA E EFEITO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Sobre ele pouco se tem sabe, a não ser que era do Ceará, onde, em diferentes localidades, teria exercido o cargo de Juiz; publicado, em 1924, um livro com suas criações poéticas, intitulado ESCADA DE JACÓ, não se tendo notícia que tenha conhecido o Espiritismo enquanto encarnado. De volta ao Plano Espiritual, nos processos de aprendizado possíveis ao seu nível evolutivo, aprofundou-se no estudo da Justiça Divina, mais especificamente a Lei de Causa e Efeito. Nas décadas de 60 e 70, serviu-se do médium Chico Xavier para oferecer-nos em doze poesias, os resultados de suas pesquisas, revelando em versos belíssimos a situação de muitos Espíritos com os quais se envolveu em múltiplas encarnações anteriores à terminada no século 20. Seu nome Epiphanio Leite e, atendendo às limitações de espaço, exporemos parte de seu trabalho apresentando os Efeitos de agora, seguido da Causa determinante de outrora. O primeiro deles, por sinal, sobre um Espírito que lhe fora filho em vida passada. CASO 1 – Efeito: homem cego e surdo vivendo de esmolas obtidas na mendicância Causa: Existência em que, embora exortado a amar, construir e ensinar, armou-se de ouro e lança, transformando o mando em presença assassina, deixando uma trilha de fogo nas vidas e regiões por onde passou (Meu Filho) CASO 2Efeito: mulher, vivendo em extrema penúria entre humildes choupanas, trazendo nos braços um filhinho sem fala, mutilado ao nascer Causa: Existência em que, mulher ligada à nobreza, induz jovem por ela apaixonado ao suicídio durante festa que promovia em sala de seu castelo (Santa Maternidade) CASO 3Efeito: Homem confinado a hospício em função da insanidade mental Causa: Soberano que, em excursões bizarras, ordena invasões, ferindo, vencendo, dominando e deixando um rastro de dor, castelos em ruínas, agonia e pavor (Renascença da Alma) CASO 4 - Efeito: Mulher insana mentalmente vivendo na mendicância, carregando um boneco nos braços, o que lhe valeu a alcunha de Maria Boneca Causa: Dama da nobreza que na ânsia de continuar a desfrutar dos prazeres da vida, três séculos antes, livra-se do filho consanguíneo, atira-o à fossa do castelo em que vivia (Maria Boneca) CASO 5 Efeito: Mulher, anônima e solitária, presa à prova da hanseníase, confinada em Hospital/Colônia para Leprosos Causa: Existência em que na condição de conhecida rainha europeia, quatrocentos anos antes, cria dominações, ordena, expandindo penúria e lágrimas, enquanto suas arcas repletavam-se. ( Fim de Prova) CASO 6Efeito: menino morador de aldeia remota, em corpo limitado pela idiotia e a mudez. Causa: intelectual que, pela palavra falada e escrita, na última década do século 18, espalhou ateísmo e violência, suscitando rebeldia e delinquência (Gênio Enfermo) CASO 7Efeito: Morador de rua, vivendo da caridade alheia, preso ao estigma da hanseníase Causa: Existência há quatro séculos, em que, à custa de mortes, destruição, violência, conquista o poder, tornando-se, por fim, chefe e Rei, pouco antes de morrer (Dor Bendita) CASO 8Efeito: Mulher carregando a dura prova da cegueira, obcecada por encontrar a origem de sua limitação nos estudos reencarnacionistas. Causa: Soberana feudal que, seiscentos anos antes, através de hordas assassinas espalhou fogo e lama, oprimindo o povo dominado (Cegueira) CASO 9Efeito: Mulher cumprindo o papel da maternidade, triste, entre penúria e pó, chagas, sombras, ruínas Causa: Existência em que, há quatro séculos, exercendo o poder, amada e desumana, destrói lares, gasta a vida insana, humilhando os homens que avassalava (Prova e Libertação) CASO 10Efeito: Homem, morador de rua, enfermo, relegado à via pública, sobrevivendo da caridade alheia Causa: Existência seiscentos anos antes em que, de conquista em conquista, abusa do amor, arrastando filhas, esposas, mães, seduzidas egoisticamente (Mendigo) CASO 11Efeito: Mulher enferma, vivendo da mendicância em praça pública Causa: Existência no século 19, em que exibindo riqueza e beleza perturbadora, por ciúmes de alguém, mata a própria filha preservando os domínios do prazer em que se comprazia. Os livros em que podem ser consultados os documentos aqui citados, são respectivamente LUZ NO LAR (feb,1968); POETAS REDIVIVOS (feb,1969); CAMINHOS DE VOLTA (geem, 1975) e ALGO MAIS (ideal, 1979).



O mesmo ouvinte, ainda pergunta o seguinte: “ Já ouvi dizer de pessoas que se lembram do que foram em outra encarnação. É possível a gente saber” ?


O esquecimento não é uma opção nossa; é um mecanismo da natureza que impede tenhamos acesso ao passado. Na verdade, ele nos serve de proteção, pois o passado, quase sempre, não nos ajudaria em nada; ao contrário – seria prejudicial e até desastroso se o lembrássemos. O que acontece, às vezes, é o fato de certas pessoas terem alguns lances de memória de vidas passadas. Não sabemos porque isso acontece, mas deve ter sua razão de ser. Na maioria das vezes, são crianças, até 7 anos de idade(*). Mas esses lances são também passageiros. Impossível lembrarmos com detalhes o que se passou numa existência de 100, 200 anos atrás. Nós não lembramos, nem mesmo, da grande maioria dos fatos que se passaram nesta vida.


A lembrança de vidas passadas constitui num dos lances mais curiosos das pesquisas psíquicas. Há estudiosos especialistas nesse campo, que procuram confrontar as informações fornecidas pelas pessoas que dizem lembrar do passado. Na maioria das vezes, essas informações não ajudam em nada e não provam nada. Mas, em alguns poucos casos, já foi possível verificar com precisão certas informações que sugerem a reencarnação. De um modo geral, o Espiritismo nos mostra que não devemos nos preocupar com quem fomos no passado e nem querer vislumbrar o que seremos no futuro. O importante e fundamental é sabermos o que somos agora e o que devemos fazer para melhorar nosso caminho em busca da paz e da felicidade.


(*) CRIANÇAS QUE SE LEMBRAM DE VIDAS PASSADAS, Ian Stevenson, Editora Vida & Consciência Ltda., S. Paulo.


domingo, 6 de abril de 2025

TENTANDO ENTENDER; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Em famoso programa de televisão dos anos 70, Chico Xavier confirmou a um de seus entrevistadores que, segundo o Orientador Espiritual Emmanuel, “o Mundo Espiritual era dividido em muitos Planos e Sub-Planos. A informação não apenas torna, de certo modo, mais concreta a resposta à questão 35 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS – “o vazio absoluto não existe, nada é vazio, estando ocupado por uma matéria que nos escapa aos sentidos”, bem como, a 85 quando diz que “Mundo Espiritual preexiste e sobrevive a tudo”, hoje, mais de século e meio depois admitida por estudiosos da Física Quântica - a partir da Teoria das Supercordas-, quando afirmam que, “mesmo que as dimensões do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”. Anos depois da resposta do médium mineiro, ele mesmo haveria de induzir-nos a mais amplas reflexões ao dizer que “as observações humanas, mesmo ampliadas por instrumentação de alta potência, apenas atingem a faixa de matéria em que nos situamos no Plano Terrestre”. A lente humana é o olho humano ampliado. Os que leram o livro OS MENSAGEIROS, devem se lembrar que o Instrutor Espiritual Aniceto em certo diálogo mantido com André Luiz e Vicente, ponderara: “-Há, porém André, outros mundos sutis, dentro dos mundos grosseiros, maravilhosas esferas que se interpenetram. O olho humano sofre variadas limitações e todas as lentes físicas reunidas não conseguiriam surpreender o campo da alma. Já nos anos 60, o Espírito André Luiz, ofereceria outros elementos merecedores de nossa atenção”. 1 - “-Será lícito calcular a população de criaturas desencarnadas em idade racional, nos círculos de trabalho, em torno da Terra, para mais de vinte bilhões”. 2 - As esferas de trabalho e evolução que rodeiam a Terra estão muito longe de quaisquer perspectivas de saturação, em matéria de povoamento”. 3 - “-Companheiros de evolução retardada, principalmente os que se fizeram necessitados de corretivo doloroso por delitos conscientemente praticados, em muitos casos, sofrem segregação em planos regenerativos”. 4 – “-Espíritos originários de outras plagas costumam estagiar na Terra com frequência, a fim de colaborarem na educação da Humanidade 5 – “Os Espíritos, em seu desenvolvimento evolutivo, ligam-se, necessariamente, a determinados orbes. 6 – “-Na imensidão dos espaços que separam dois ou mais corpos celestes vivem, também, inteligências individuais. 7 – “-Os processos de locomoção utilizados nas migrações interplanetárias, no Plano Espiritual, são numerosos. A técnica não se relaciona a moral. Os maiores criminosos do mundo podem viajar num jato sem que isso ofenda os preceitos científicos”. 8 – “-O Umbral, expressando região inferior da Espiritualidade, pelos vínculos que possui com a ignorância e com a delinquência, começa em nós mesmos”. Questões importantes da realidade espiritual de que fazemos parte, encontram-se implícitas nesses informes. Menos a resposta sobre os Planos e Sub-Planos Espirituais. Um eloquente exemplo – acreditamos -, de como funciona esse mecanismo deduzido e explicitado neste comentário, destacamos de farto documentário construído através de Chico Xavier, a história resumida de um Espírito identificado apenas como Josefina, constante do livro VOZES DO GRANDE ALÉM (feb). Conta ela: “-Jovem ainda, abandonada grávida pelo homem que lhe traíra a confiança, sem coragem de enfrentar a maternidade, entre o ódio e a desconfiança, soube guardar seu segredo até o nascimento de criança, que asfixiou com as próprias mãos, improvisando lhe o túmulo, vindo a desencarnar em seguida em consequência da inestancável hemorragia de que se viu acometida. Sem noção de quanto tempo se passara, desperta do torpor característico do processo de desencarne, descobrindo-se dentro da urna funerária, percebendo-se disforme, notando o sangue a fluir-lhe do baixo ventre. Reerguendo-se horrorizada, grita, aloucada, pelo socorro de parentes, clama por auxílio, até que uma voz igualmente chorosa lhe respondeu. Era outra mulher, que, aos seus olhos trazia uma criança nos braços ( imagem que, na verdade, era uma forma-pensamento plasmada pelo remorso da também mãe delinquente que a transportava, desolada e infeliz), visão que a fez começar a ouvir os gemidos do bebe assassinado. Gritando estentoricamente, fugiram encontrando uma terceira mulher, não muito longe, clamando por socorro. Mais alguns passos, uma quarta companheira e, pelas ruas a fora, dentro da noite, na cidade dormente, outras mulheres em iguais condições se juntaram a elas. Alucinadas, foram conduzidas por faunos desnudos a uma casa de meretrício, onde permaneceram aprisionadas. Não sabe quanto tempo depois, foi libertada do rebanho sinistro, sendo internada num manicômio, visto que o inferno interior em que se manteve, a levou à alienação mental”. A sintonia dessas entidades pela Lei da Afinidade reunidas pelo quadro mental em que se mantinham aprisionadas pela culpa que carregavam, cremos, compunha um Sub-Plano Espiritual, circunscrito num dos Planos maiores peculiares ao Planeta em que vivemos.



Se a salvação vem somente através de Jesus Cristo, como é que fica a situação das milhões de pessoas que não são cristãs ( como os mulçumanos, os budistas, os hinduístas, os xintoístas e muitos outros) e que não chegaram a conhecer o cristianismo – os que já morreram e os que ainda vão morrer nessa condição, sendo que eles são a maioria da população do mundo? Será que eles não são filhos de Deus ou será que Deus não calculou bem que esse pessoal todo não poderia conhecer Jesus?

Nos evangelhos, há uma importante afirmação de Jesus, quando diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai senão por mim”. Essa frase tem servido de base para certos setores radicais do cristianismo defenderem a tese de que só se salvam os que se declaram expressamente seguidores de Jesus ou que estejam filiados a alguma igreja que leva seu nome, e dessa forma ficariam de fora – como você fala – os bilhões de pessoas em todo o mundo, mais de 4 bilhões de pessoas, que sequer tiveram e nem terão contato com os evangelhos.


Como você vê, é uma idéia absurda. Trata-se de uma visão muito acanhada dos que pensam na exclusividade de sua religião, visão essa que acaba depreciando a grandeza moral e espiritual de Jesus e, portanto, não deve ser tomada ao pé da letra. Quando Jesus fala que é “o caminho, a verdade e a vida”, ele está falando do amor que ensinou e exemplificou. Sua doutrina, como todos sabem, prega o amor, a fraternidade entre os homens, sem separação, sem discriminação. Um dos pontos essenciais de seus ensinamentos é o combate a toda espécie de preconceito, de divisão, principalmente aquele que separa as pessoas por questões religiosas, condenando os que têm outras crenças e outros cultos.


Ninguém vai ao Pai senão por mim” significa que o homem não será feliz se não respeitar e amar o seu semelhante, porque amar o próximo é o que ele chamou de “vontade de Deus”. Este é um princípio universal – o principio do amor, que não foi ensinado somente por Jesus, mas veio sendo ensinado e relembrado por muitos mestres da antiguidade, antes e depois dele. Buda ensinou o amor, Sócrates ensinou o amor, Jesus ensinou o amor. Muitos mestres proclamaram a paz e o amor em todas as épocas. Há uma relação intima entre todas essas doutrinas, que não nasceram num único povo, que não vieram num único momento, mas em diferentes épocas e lugares do mundo.


Segundo a concepção espírita existe um plano evolutivo para toda a humanidade, comandado por Jesus e pelos grandes mestres que aqui estiveram. Jesus foi a mais fulgurante luz espiritual deste lado do mundo, do mundo ocidental; mas outras luzes espirituais também brilharam noutros povos e em outras regiões do nosso planeta, cada uma delas esparzindo claridades de ensinamentos para uma parcela da população, de acordo com as tradições, os usos e os costumes de cada povo e de cada época.


Se formos considerar o atual mapa das religiões no mundo, vamos perceber que existem as mais diferenças tendências religiosas, porque a religião é uma necessidade de todos os indivíduos e de todos os povos. Não importa se ela se chama A, B, C ou D: isso é o de menos. O que vale é se essas religiões estão contribuindo para a paz e o amor no mundo, e de que forma seus diferentes seguidores procuram adotá-las como norma de vida. Jesus, tanto quanto Buda, foi um crítico da religião: só não percebe isso, quem não estudou os evangelhos, porque nos evangelhos vemos ele se defrontando, a todo momento, com a hipocrisia predominante entre os religiosos.


Isso sem considerar toda a humanidade (milhares de milhões de criaturas) que vieram antes de Jesus ( ou de Buda, ou de qualquer outro) e que viviam em outras épocas e nas mais diferentes culturas espalhadas pelos continentes; desde os povos mais primitivos, que adotavam cultos voltados para adoração à natureza, até os que levantavam templos para adorar muitos deuses. No seio de todos esses povos sempre reencarnaram Espíritos de elevado esclarecimento, que procuram ensinar um caminho mais próximo do amor e do respeito humano, e que, direta ou indiretamente, contribuíram para a evolução moral da humanidade.






sábado, 5 de abril de 2025

COISAS QUE TODOS DEVERIAM SABER; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 COISAS QUE TODOS DEVERIAM SABER


1: PREPARO DOS PASSISTAS: “-Um cavalheiro maduro e uma senhora respeitável recolhiam apontamentos em pequeno livro de notas (CADERNO DE VIBRAÇÕES), ladeados por entidades evidentemente vinculadas aos serviços de cura. (...). Pouco depois, em prece, nimbavam-se de luz. Dir-se-ia estavam quase desligados do corpo denso, porque se mostravam espiritualmente mais livres, em pleno contato com os benfeitores presentes, embora por si mesmos não no pudessem avaliar. Calmos e seguros, pareciam haurir forças revigorantes na intimidade de suas almas. Guardavam a ideia de que a oração lhes mantinha o Espírito em comunicação com invisível e profundo manancial de energia silenciosa. Afiguravam-se nos espiritualmente distantes. (...) O efeito deve-se ao fato de que a oração é prodigioso banho de forças, tal a vigorosa corrente mental que atrai. Por ela, os trabalhadores expulsavam do próprio mundo interior os sombrios remanescentes da atividade comum que trazem do círculo diário de luta e sorvem do Plano Espiritual as substâncias renovadoras de que se repletam, a fim de conseguirem operar com eficiência, a favor do próximo. Desse modo, ajudam e acabam por ser firmemente ajudados”. (NDM;) 2- O AMBIENTE ESPIRITUAL DE UMA CASA DE ORAÇÃO: “-Todas as expressões de matéria física assumiam diferente aspecto, destacando-se a matéria de nosso Plano. Teto, paredes e objetos de uso corriqueiro revelavam-se formados de correntes de força, a emitirem baça claridade. Detive-me na contemplação dos companheiros encarnados que agora apareciam mais estreitamente associados entre si, pelos vastos círculos radiantes que lhes nimbavam as cabeças de opalino esplendor”. Apurei tratar-se de pessoas comuns que comem, bebem, vestem-se e apresentam-se na Terra sob o aspecto vulgar de outras criaturas trazendo, no entanto, a mente voltada para os ideais superiores da fé ativa, a expressar-se pelo amor aos semelhantes, procurando disciplinar-se, exercitam a renúncia, cultivam a bondade constante e, por intermédio do esforço próprio no Bem e no estudo nobremente conduzido, adquiriram elevado teor de radiação mental. Quanto à luz observada na transfiguração da matéria conhecida no mundo, lembrou o Instrutor que acompanhávamos que “o homem encarnado é um gerador de força eletromagnética, com uma oscilação por segundo, registrada pelo coração; que todas as substâncias vivas da Terra emitem energias, enquadradas nos domínios das radiações ultravioletas; que a sincera devoção ao Bem, com esquecimento de seus próprios desejos característica das almas regularmente evoluídas, permite a elas projetar raios mentais, em vias de sublimação, assimilando correntes superiores e enriquecendo os raios vitais de que são dínamos comuns; raios vitais que podem também ser chamados raios ectoplásmicos, peculiares a todos os seres vivos.(NDM;)3- SOBRE OS FREQUENTADORES: “-Leve chamamento à porta provocou a saída de um dos companheiros da atitude de meditação, para atender. Dois enfermos, uma senhora e um cavalheiro idoso, custodiados por dois familiares, transpuseram o umbral, localizando-se num dos ângulos da sala, fora do círculo magnético. (...). Logo após, um colaborador de nosso Plano franqueou acesso a numerosas entidades sofredoras e perturbadas, que se postaram, diante da assembleia, formando legião. (...). Dir-se-ia que se aglomeravam, em derredor dos amigos encarnados em prece, quais mariposas inconscientes, rodeando grande luz. Vinham bulhentas, proferindo frases desconexas ou exclamações menos edificantes. (...). Tratava-se de almas em turvação mental, que acompanhavam parentes, amigos ou desafetos às reuniões públicas da Instituição, e que se desligam deles quando os encarnados se deixam renovar pelas ideias salvadoras, expressas na palavra dos que veiculam o ensinamento doutrinário”. (NDM)




Jesus nasceu na pobreza, viveu como pobre e morreu talvez mais pobre do que nasceu. Ele ensinou o desprezo pelas coisas deste mundo. Mandou que os mortos enterrassem seus mortos. Valorizou o gesto da viúva, que deu do que lhe faltava e condenava os ricos, dizendo que não entrariam no reino dos céus. Ele chegou a dizer que nada tinha, nem uma pedra onde repousar a cabeça e levou isso a conta de virtude. Neste caso, ele desprezar as coisas deste mundo, até o progresso material e o progresso intelectual . Se tivéssemos seguido esse caminho, a humanidade pararia no tempo, sem nenhum progresso. O que vocês acham disso? (Maria Aparecida-Nova Garça)


Não vemos Jesus dessa forma. Vemos Jesus preocupado na educação moral de um povo, que estava totalmente envolvido pelos interesses imediatistas, que geralmente estimulam a ambição e geram a injustiça. Não vemos Jesus combater o progresso, mas condenar o egoísmo, o orgulho e a exploração do homem. Se ele tivesse vivido em nosso tempo, faria o mesmo: não, certamente, para impedir o progresso material e intelectual do homem, mas pôr fim à ignorância, à injustiça, à maldade e à corrupção, que ainda existem, até mesmo, nos meios religiosos – como acontecia no seu tempo.


Jesus ergueu a bandeira da fraternidade e, para isso, precisava suspendê-la bem alto para que todos a vissem. Fraternidade é sentimento, e implica necessariamente em educação da alma, em transformação interior. Ele foi um mestre do espírito. Nem mesmo se interessou em discutir dogmas religiosos; apenas se preocupou com o amor. Para isso, tinha que valorizar o sentimento humano, colocando-o acima de todas as coisas materiais, como valor máximo da vida. Por isso, foi tão enfático, para mostrar que a felicidade é um estado de alma e não uma condição material, como se acreditava e como muita gente, até hoje, acredita.


Uma das fortes características de sua pedagogia era exagerar as figuras para que o povo sentisse o peso de sua doutrina. Figuras como aquela que diz que “é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”, não deve ser tomada ao pé da letra, mas considerada como um ponto de reflexão sobre valores que devemos cultivar na vida: o da matéria e o do espírito. O apego aos bens materiais é fonte de sofrimento, ao passo que a valorização das coisas espirituais importa em paz e felicidade.


Precisamos compreender, sobretudo, que Jesus falou para um povo e para uma época. Não podemos querer transferir, ao pé da letra, tudo o que falou para os dias de hoje, mas perceber nas letras evangélicas os princípios essenciais de sua doutrina, aqueles que serviriam para aquele tempo e que, certamente, ainda servem como diretrizes para o homem de hoje.