O dia 30 de junho lembra o termino a 13 anos das atividades em nossa Dimensão de Chico Xavier, provavelmente, o maior fenômeno de mediunidade na produção de livros sob a inspiração de Espíritos desencarnados. Mais de quatro centenas de obras publicadas contendo revelações de cunho histórico (HÁ DOIS MIL ANOS, CINQUENTA ANOS DEPOIS, AVE CRISTO, RENÚNCIA), cientifico (SÉRIE NOSSO LAR) e consolador (obras do tipo JOVENS NO ALÉM). Não fosse pelas lembranças ou imagem conservada por aqueles que cresceram ou foram atraídos para o Espiritismo sob a influência do vigoroso exemplo do determinado trabalhador da causa espírita ou daqueles que através dos cursos oferecidos em Centros Espíritas, provavelmente tela acervo já estaria esquecido. Exemplo disso se observa no que se refere a centenas de títulos contendo as mensagens dos Benfeitores Espirituais que se sucediam nas atividades regulares de Chico, seja em Pedro Leopoldo, seja em Uberaba. Uma visita às livrarias espíritas instaladas em inúmeras Casas, inclusive nas grades cidades, exceção feita aos títulos romanceados dos Espíritos Emmanuel e André Luiz, raros exemplares com as referidas mensagens recebidas em sua maioria, publicamente, são encontradas. Séries importantes como a em que o gestor das atividades do médium procurou celebrar o primeiro centenário das chamadas OBRAS BÁSICAS, organizadas por Allan Kardec, não são vistas nas prateleiras ou bancadas. Nas FEIRAS DO LIVRO ESPÍRITA, predominam os romances da época. Até por que poucos sabem que RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS deriva d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS; SEARA DOS MÉDIUNS d’O LIVRO DOS MÉDIUNS; LIVRO DA ESPERANÇA d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO; JUSTIÇA DIVINA d’O CEU E O INFERNO, podendo relacionar A CAMINHO DA LUZ com A GÊNESE. O extraordinário O CONSOLADOR, com centenas de respostas a dúvidas naturais ocorridas a qualquer estudioso do Espiritismo, geralmente somente é conseguido por encomenda. Valiosas fontes de pesquisa sobre a real situação dos que desencarnam com grandes comprometimentos com as Leis da Consciência como INSTRUÇÕES PSICOFÔNICAS e VOZES DO GRANDE ALÉM, idem. Obras compostas – mais de 17 - com os riquíssimos e tocantes textos de Humberto de Campos que após o processo judicial enfrentado por Chico Xavier nos anos 40 passou a se identificar com o pseudônimo Irmão X - alusão e redução do mordaz e irônico Conselheiro XX adotado em coluna mantida enquanto encarnado na imprensa profana – também por encomenda. Os mais de 50 títulos preservando os verdadeiros documentos produzidos depois dos programas PINGA FOGO que transformaram Uberaba no ponto de convergência de milhares de desesperados pela perda inesperada de entes queridos, também “sob encomenda”, quando se tiver a sorte de estarem ainda sendo publicados pela alegação de que não vendem. No que se refere então aos títulos contendo mensagens de apoio moral e esclarecimentos espirituais como O ESPÍRITO DA VERDADE; ENCONTRO MARCADO; RUMO CERTO; ENCONTRO DE PAZ; ESCRÍNIO DE LUZ; A LUZ DA ORAÇÃO; MÃE; entre outras, inexistem. As gerações que ficaram marcadas ou estiveram envolvidas com essa fase do Movimento literário espírita no Brasil, estão retornando gradualmente para a prestação de contas do uso feito dos “talentos” recebidos para investir no trabalho de espiritualização humana. E as gerações que chegam saberão que tais livros existiram. Será que estava certo em seu prognóstico o dito particularmente certa vez por um líder e escritor espírita que no futuro somente restariam obras de André Luiz e os romances de Emmanuel? E falamos apenas dos que seguem o Espiritismo em alguns poucos Estado da grande nação brasileira, pois, existem até aqueles que não reconhecem muito valor ao trabalho do valoroso servidor mineiro. Nos próximos 13 anos, certamente, vagas lembranças evocarão sua figura e sua eloquente contribuição para a expansão do pensamento espírita, sufocada pela inundação de obras de conteúdo duvidoso, transfomadas em sucesso comercial por editores focados mais em resultados financeiros que na qualidade do que se propala em nome da Doutrina Espírita.
Eu acho a ideia de Deus um tanto confusa. Pensando bem, por que as pessoas rezam. Rezam para obter proteção, é claro. Mas, se Deus já sabe do que precisamos, por que precisamos pedir – este é um ponto. O outro: se só as pessoas que rezam tivessem O privilégio de Deus, e as outras como ficariam? Não vejo diferença na vida de quem reza e de quem não reza. Pra mim é uma coisa só: tanto sofre um quanto o outro, tanto morre um quanto o outro. (Anônimo)
Seu raciocínio tem lógica, mas, do ponto de vista espírita, ele parte de uma premissa errada. Na verdade, Deus sabe de nossas necessidades, mais do que nós mesmos. Jesus já falou sobre isso. Todavia, o problema não é esse. O problema está na necessidade que temos de nos ligar a Deus. Ligar a Deus quer dizer ligar ao bem, à verdade, à justiça, ao amor. Esses conceitos elevados são fundamentais em nossa vida, e a lembrança de Deus, com certeza, nos estimula esses bons sentimentos. Quando oramos, utilizamos pensamentos puros, acionamos recursos naturais que existem dentro e fora de nós, atraímos os bons Espíritos, tornamo-nos mais humildes, mais prontos a receber e, com isso, nos sentimos protegidos. Quer coisa melhor?
A prece ou oração é uma atitude intima de fé, que nos dá a certeza de que não estamos sozinhos, que a vida tem um sentido elevado e que todos estamos destinados ao bem. Estudos recentes de pesquisadores no campo da neurociência, perscrutando os mecanismos do cérebro através da ressonância magnética funcional, mostram que a prece e a meditação são altamente benéficos ao corpo humano, inclusive com relação ao tratamento de recuperação de pacientes hospitalizados. Essa contribuição da ciência vem demonstrar aquilo que o Espiritismo vem falando há 150 anos com relação aos benefícios da prece em nossa vida.
Além do mais, o fato de se obter ou não um benefício pretendido não depende apenas e tão somente da prece, embora a prece tenha um papel importante. Os Espíritos disseram a Kardec que “os atos valem mais que as palavras”. Logo, não é só pedir – é, principalmente, agir, melhorar-se, partir em busca dessas metas, consciente de que a bondade de Deus se manifesta através de nós. Assim, ninguém deve esperar milagre da vida, embora possa eventualmente ser surpreendido por um fato inusitado – que não é propriamente um milagre, mas que pode ser visto dessa forma, quando não entendemos as leis da natureza.
Seria absurdo pensar que há desprezados e privilegiados diante de Deus. Todos somos iguais. Mesmo o fato de a pessoa não acreditar em Deus, isso não a tira da condição de filho de Deus, pois todos nós, independente de nossa crença, colhemos o que semeamos, nesta e em outras encarnações; por isso, podemos sofrer mais ou sofrer menos. Entretanto, a prece surge como um recurso auxiliar poderoso, pois ela mexe com sentimentos muito profundos, capazes de levantar a confiança, fortalecer o ânimo, estimular o discernimento para a busca de nossas metas.