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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

PARA ENTENDER A FILOSOFIA ESPÍRITA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Autodidata, tinha 11 anos de idade quando, em Paris, Allan Kardec recebeu a encomenda dos primeiros exemplares impressos d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Residente em Tours, cidade a pouco mais de trezentos quilômetros da capital francesa, encontrou-se com a consoladora Doutrina, aos 18, conhecendo seu Codificador, aos 21, quando da visita do mesmo à cidade em que residia para proferir palestra para a qual foi convidado, em 1867. Viveria até os 81 anos, sendo que desde vinte anos antes, praticamente ficou cego, tendo sido secretariado no trabalho de seus escritos nessa fase, por uma admiradora chamada Claire Baumart, cuja convivência permitiu escrever o livro LÉON DENIS NA INTIMIDADE (clarim). Dentre os três grandes personagens da primeira hora do Espiritismo - o engenheiro Gabriel Dellane, o astrônomo Camille Flammarion -, ele, Léon Denis, preparado pela rudeza da própria vida na luta pela sobrevivência, certamente é o que melhor desenvolveu o aspecto filosófico da Doutrina. A leitura de seus livros transporta os que perpassam suas páginas para níveis vibratórios superiores. Quem leu O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR, entende o que dizemos. Para demonstrar essas conjecturas, apreciemos um trecho do texto d’ O PORQUÊ DA VIDA: “O homem deve antes de tudo aprender a se conhecer a fim de clarear seu porvir. Para caminhar com passo firme, precisa saber para onde vai. É conformando seus atos com as leis superiores que o homem trabalhará eficazmente para a própria melhoria e do meio social. O importante é discernir essas leis, determinar os deveres que elas nos impõem, prever as consequências de suas ações. O dia em que estiver compenetrado da grandeza de sua função, o Ser humano poderá melhor se desapegar daquilo que o diminui e rebaixa; poderá se governar com sabedoria, preparar por seus esforços a união fecunda dos homens em uma grande família de irmãos. Mas estamos longe desse estado de coisas. Ainda que a Humanidade avance na via do progresso, pode-se dizer, entretanto, que a imensa maioria de seus membros caminha pela via comum, em meio à noite escura, ignorante de si mesma, nada compreendendo do propósito real da existência. Espessas trevas obscurecem a razão humana. (...) Por que é assim? Por que o homem desce fraco e desarmado na grande arena onde trava sem trégua, sem descanso, a eterna e gigantesca batalha? É porque este Globo, a Terra, está em um degrau inferior na escala dos mundos. Aqui residem em sua maior parte espíritos infantis, isto é, almas nascidas há pouco tempo para a razão. A matéria reina soberana em nosso mundo. Nos curva sob seu jugo, limita nossas faculdades, estanca nossos impulsos para o bem e nossas aspirações para o ideal. Além disso, para discernir o porquê da vida, para entrever a Lei Suprema que rege as almas e os mundos, é preciso saber se libertar dessas pesadas influências, desapegar-se das preocupações de ordem material, de todas essas coisas passageiras e cambiantes que encobrem nosso Espírito e que obscurecem nossos julgamentos. É nos elevando pelo pensamento acima dos horizontes da vida, fazendo abstração do tempo e do lugar, pairando, de alguma forma, acima dos detalhes da existência, que perceberemos a Verdade”.




Dias atrás, um ouvinte que não declinou o nome, nos ligou, dizendo seguir uma religião, mas não estar satisfeito com ela. “Tenho uma religião, disse ele, e não me sinto integrado nela, não me sinto tocado ou envolvido. Sinto que está faltando alguma coisa em minha vida. E gostaria de saber, também, se existe algum trabalho espírita que pode destruir a nossa vida.”


São duas questões que você nos apresenta. Vamos começar pela primeira. Quando Kardec perguntou aos Espíritos ( isto está em O LIVRO DOS ESPÍRITOS) qual a religião que poderíamos chamar verdadeira, eles não disseram que é a religião A, a religião B ou a religião C. Simplesmente responderam que é aquela que ajuda o homem a se tornar melhor. Esse é o verdadeiro papel da religião: tocar o entendimento, sensibilizar o coração, tornar o homem melhor - mais consciente do bem, mais respeitoso, mais caridoso, mais fraterno para com todos. Só o amor leva o homem a Deus.


Aliás, esta é a proposta de Jesus.: o amor. Leia de novo a parábola do bom samaritano e veja o que Jesus valorizou: a religião ou a caridade? Seu ensinamento se baseava na concepção de Deus, de um Deus que é a suprema expressão do bem, que é suprema expressão do amor. Na vida humana, o amor se manifesta no bem que fazemos, pois só o bem nos liga a Deus. Essa é a essência da religião de verdade: o resto é adorno; e o adorno, muitas vezes, não ajuda, só serve para atrapalhar. Na parábola, Jesus criticou o sacerdote do templo e o levita, que era o mais próximo auxiliar do sacerdote. No entanto, elogiou o samaritano, considerado um herege, não pela forma diferente com que ele fazia suas orações, mas, sim, pelo seu ato na estrada de Damasco, socorrendo o homem ferido.


Portanto, a religião deve servir para elevar espiritualmente o homem. Se ela não estiver fazendo isso na vida de uma pessoa, de duas uma: ou é porque ela não conseguiu sensibilizá-lo para a vida ou é porque não está sendo levada a sério. Entretanto, o importante e fundamental é que a religião nos convença de que podemos confiar nela, que passe pelo crivo da nossa razão e do nosso entendimento, que nos dê segurança e conforto diante das situações difíceis da vida, que ela entre em nosso coração e – mais do que isso – que saia de nosso coração para servir o próximo e contribuir com a paz do mundo.


A outra parte da questão, levantada : “Eu gostaria de saber se existe algum trabalho espírita que pode destruir a nossa vida”. Isso é absurdo. Não existe nenhuma possibilidade de o Espiritismo estar aliado ao mal ou concordar com qualquer ato que possa trazer o mais leve prejuízo a quem quer que seja. Pelo contrário. A Doutrina Espírita é a expressão do bem. Só quem nunca leu uma obra de Kardec e demais obras espíritas, ou nunca se interessou em buscar a verdade espírita, aberta para qualquer pessoa ver, pode pensar diferente, pois o papel do Espiritismo é justamente o de restabelecer a verdade simples, pura e cristalina que Jesus ensinou, o amor ao próximo.


Não há Espiritismo sem Jesus. Tire Jesus do Espiritismo e não há mais Doutrina Espírita; tanto assim que o lema da doutrina é este: “Fora da Caridade não há Salvação”. Se Jesus nos ensinou amar até mesmo os inimigos, porque todos somos filhos de Deus, e Deus ama todos seus filhos, como poderíamos pensar em prejudicar alguém? Existem, sim, pessoas que se ocupam dessas práticas condenáveis, desses malefícios, mas, com certeza, elas não têm nada a ver com o Espiritismo. Estão ligadas a práticas esdrúxulas de magia negra ou coisa parecida, movidas pelo interesse mesquinho ou pelo ódio. Muitas são pagas para isso e, por incrível que pareça, a iniciativa parte de pessoas que dizem acreditar em Deus e ter alguma religião.


Kardec se preocupou com essa questão no seu tempo. Tanto assim que, n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, ele levantou o problema, questionou os bons Espíritos a respeito, e os Espíritos lhe disseram que a nossa maior defesa contra qualquer mal, que nos pretendam fazer, está em nós mesmos, está em nosso caráter, em nossa conduta, em nossos valores morais. Os Espíritos comprometidos com o mal só podem nos atingir se estivermos ao alcance deles, e só estaremos ao alcance deles, se dermos motivos para isso. Não devemos temer o mal, se estamos com o bem.


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

PROCESSO CONTÍNUO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Na roda-viva do processo evolutivo da individualidade, o Espírito se defronta inexoravelmente com os efeitos de suas ações nas múltiplas experiências que atravessa nas variadas existências que tem. Especialmente os desvios no exercício do poder, da exploração econômica, na tirania no ambiente doméstico. Quando desencarna, não é incomum, defrontar-se com suas vítimas na entrada no Mundo Espiritual. Saindo deste para envergar novo corpo físico, sofre pelo sem fio do pensamento, as influências dos que ficaram na retaguarda enquanto aguardam o retorno para nossa Dimensão. A revelação feita através da sexta carta que escreveu aos pais através de Chico Xavier, o Engenheiro Luiz Ricardo Maffei, vitimado por insidioso processo de Lupus aos 25 anos de idade física, nos dá uma ideia da amplitude desta dinâmica. Conta ele, a certo trecho de sua mensagem: -“Conquanto o meu apaixonado apego de pesquisas do passado, um fenômeno se interpôs, há semanas, entre meu hobby e a realidade, impelindo-me a uma pausa em minhas investigações. Serei tão sucinto quanto possível, na exposição do caso. O senhor sabe que, em toda parte, é possível fazer amigos e eu encontrei um deles na pessoa do Joaquim Pereira da Silva, um cavalheiro de alta severidade com a família que deixou no Rio, cujas ideas abertas e francas me faziam meditar. Joaquim se queixava de obsessores no lar, conturbando a esposa e as filhas, chegando a estabelecer um clima de antagonismos sistemáticos entre elas. A companheira viúva e três filhas viviam em querelas por pequeninas razões claramente evitáveis. E Joaquim, desencarnado, lhes agravava as relações alegando que ele, desencarnado, estava muito longe de ser um anjo, e discutia com as entidades infelizes que lhe povoavam a casa. Muitas vezes, lembrando os nossos estudos de hoje, solicitava-lhe calma, ponderação. O companheiro não me atendia e fustigava os obsessores de sua casa, com palavras e até pragas das mais escabrosas, e sem a mínima condição de sequer serem, de leve, mesmo, mencionadas. Contudo, há pouco tempo, um diretor de serviço; notando-lhe as boas qualidades que se misturavam de más, aconselhou-lhe um tratamento com análise de fotografias correspondentes ao seu passado próximo. Joaquim aceitou e submeteu-se a tal tratamento em um determinado aparelho. Tratava-se de um aparelho complexo, que ainda, em determinado tempo, deverá chegar à Terra para o conhecimento dos homens, e à consequente comprovação mecânica da reencarnação. Alguns amigos daqui, da Vida Espiritual, designam tal aparelho com o nome de preterografia. Tal aparelho tem o cunho de prestar observações do pretérito das pessoas pelas imagens correspondentemente colhidas. Durante dois dias Joaquim foi ao gabinete de preterografia, e, no exame final das chapas colhidas, ficou ciente de que fora um chefe desumano do tempo de D. João VI, no Brasil. Exorbitava das funções de mordomo de uma das casas imperiais e mandava açoitar fosse quem fosse, além de privar diversos subalternos de conforto e alimentação conveniente. Estuprava jovens servidores da casa real sem compaixão e para com as que engravidassem, à conta dele, as atirava em lugares ocultos do Rio Paraíba... Quando o amigo viu a extensão de suas faltas, chorou de remorso, e reconheceu que os obsessores que lhe fustigavam a casa eram vingadores contra ele, Espíritos infelizes ainda fixados no mal. Ele, Joaquim, vem fazendo o possível para retificar a própria situação; no entanto, admito que ele gastará tempo para modificar o ânimo dos inimigos que ele próprio criou. Tenho pensado tanto no assunto que voltarei as minhas digressões na História com muito cuidado e com muito espírito de compreensão, que ainda preciso consolidar.




Pergunta do Cristiano é a seguinte: “As doenças seriam mais expiação do que prova?”


Como dissemos, Cristiano, não há uma resposta simples e objetiva para isso. Provas e expiação se confundem em nossa vida. Assim, uma situação pode ser prova e outra expiação. Em geral, para nos situar melhor nesta questão, costumamos dizer que as expiações são taxativas, inevitáveis, enquanto que as provas são situações que podemos abandoná-las no meio do caminho sem concluir o que iniciamos, até por que fomos nós que as escolhemos. Assim, sofrer sem ter meios de se livrar da dor (como no caso de uma doença crônica ou fatal, um câncer por exemplo) é mais expiação que prova; persistir na situação incômoda e sofrida, pensando em fazer algo melhor, é mais prova que expiação.


Entretanto, não podemos deixar de considerar que provas e expiações não precisam ser definidas necessariamente antes da reencarnação. Podemos defini-las, agora, nesta vida. Os Espíritos disseram a Kardec que muitos dos nossos sofrimentos atuais decorrem de erros que cometemos agora. Uma doença, por exemplo, se decorrer de um abuso ou de uma negligência de nossa parte com relação à saúde, com certeza, é uma expiação que fabricamos nesta vida. Contudo, Cristiano, é possível que uma doença também seja uma prova: nada impede, se ela decorrer de uma escolha feita pelo Espírito, que quer passar por essa situação para testar sua coragem e sua capacidade de resignação.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

CRIANÇAS NO PLANO ESPIRITUAL ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Estima a ONU que seis mil crianças morrem diariamente na Terra, a maioria por causas derivadas da precariedade do saneamento ambiental (falta de água, saneamento básico, fome). A esses sintomas nascidos na visão imediatista dos políticos, em sua maioria sem maiores comprometimentos com o povo pelo qual deveria trabalhar, deve-se acrescer, segundo autoridade espiritual o “infanticídio inconsciente e indireto largamente praticado no mundo, havendo mulheres cujo coração ainda se encontra em plena sombra, mais fêmeas que mães, obcecadas pela ideia do prazer e da posse. De um ângulo mais abrangente, Allan Kardec ouviu daqueles que o auxiliaram na elaboração d’ O LIVRO DOS ESPIRITOS, questão 199, que “a duração da vida de uma criança pode ser, para o seu Espírito, o complemento de uma vida interrompida antes do termo devido, e sua morte é frequentemente uma prova ou uma expiação para os pais”. A propósito, comentário sobre a dor de pais diante dessas perdas inesperadas, no livro AÇÃO E REAÇÃO, encontramos que “as entidades que necessitam de tais lutas expiatórias, são encaminhadas aos corações que se acumpliciaram com elas em delitos lamentáveis, no pretérito distante ou recente, ou, ainda, aos pais que faliram junto dos filhos, em outras épocas, a fim de que aprendam na saudade cruel e na angústia inominável o respeito e o devotamento, a honorabilidade e o carinho que todos devemos na Terra ao instituto da família”. O que acontece, porém com esses Espíritos, em sua maioria, praticamente expulsos da vida física recentemente iniciada? “- Antigamente, na Terra, conforme a teologia clássica, supúnhamos que os inocentes, depois da morte, permaneciam recolhidos ao descanso do limbo, sem a glória do Céu e sem o tormento do inferno e, com as novas concepções do Espiritualismo, acreditávamos que o menino reencarnado retomasse, de imediato, a sua personalidade de adulto. Em muitas situações, é o que acontece quando o Espírito já alcançou elevada classe evolutiva”. (...) “Contudo, para a grande maioria das crianças que desencarnam, o caminho não é o mesmo”. Através de Chico Xavier, não só o assunto ganhou conteúdo mais dilatado, como objetivo. Já em NOSSO LAR (feb,1943), encontramos referências a educandário para jovens e crianças. No ENTRE A TERRA E O CÉU (feb,1954), André Luiz ouve explicações sobre o Lar da Bênção, parte de vasto estabelecimento de assistência e educação, com capacidade para atender duas mil crianças, distribuídas em grande conjunto de lares abrigando até doze assistidos, quase todos destinados ao retorno à nossa Dimensão para a reintegração no aprendizado que lhes compete”. Um manancial de informações do ponto de vista quantitativo desprende-se das centenas de cartas psicografadas pelo médium nas reuniões públicas de Uberaba, entre os anos 70 e 90. Nelas, muitos elementos para reflexões. Numa das escritas por Moacyr Stella aos pais dos quais se separou aos 32 anos, em consequência de um câncer de cabeça, formado recentemente em Medicina, especialização em pediatria, conta que, ultrapassados os difíceis primeiros tempos após sua desencarnação, integrara-se ao serviço em um berçário, que o prendia a duzentos pequeninos, crianças desterradas do lar em que nasceram. Há, todavia, interessante livro publicado em 1988, assinado por Cláudia Pinheiro Galasse, desencarnada, seis anos antes, aos 18 de idade, em tratamento de recuperação, só em princípios de 1983, conseguiu equilibrar-se à custa de persistente esforço mental. Admitida em 1984, em um dos vários Institutos de apoio à infância no Além, promovida a professora em 1985. No livro intitulado ESCOLA NO ALÉM (ideal,1988), Claudia revela dedicar-se com amigas durante o dia a uma espécie de creche onde as crianças são separadas por faixa etária ( no seu caso, de meses até dois anos), sendo substituídas à noite, por mães desencarnadas. Explica serem as crianças enviadas pela Direção Geral, com instruções e avisos referentes a cada uma, que as abrigadas onde trabalha em sua maioria são de São Paulo, que trabalha com mais de cem, aplicando-se programas educativos recebidos semanalmente de Departamento Superior. Disciplina, horários específicos, passeios e hora de recreio fazem parte dessas atividades. Afirma ainda, entre inúmeras informações, não existir nenhuma desamparada e que muitas mães, durante o repouso físico, são levadas a visitar os filhos já domiciliados no Plano Espiritual .




O futebol, hoje, está cheio de violência, mas essa violência parece que é sempre maior na torcida do que entre os jogadores. Todos sabemos que isso é ruim, tem provocado muito sofrimento para as famílias. Eu pergunto: no caso de um amigo brincar com outro, porque seu time fracassou, até que ponto aquele que é provocado pode aceitar essa ofensa? (Wagner)


Bem, o esporte é uma área muito propícia a desentendimentos e conflitos, porque mexe com emoções. Ao mesmo tempo, ele oferece, principalmente às crianças e jovens, oportunidade de aprender a lidar com situações de vitórias e derrotas, muito próprias de nossa vida. No esporte, o sentimento é paixão, e essa paixão, dependendo do torcedor, nem sempre pode ser controlada e pode, inadvertidamente, magoar, ferir; é onde reside o perigo. É claro que podemos brincar uns com os outros, no sentido de mexer com a vaidade e o orgulho que todos nós temos. Mas nisso tudo há um limite, quando sentimos que machucou. Há pessoas, que aceitam uma brincadeira com facilidade; outras não. Portanto, devemos ser cautelosos.


Fora disso, estamos apelando para egoísmo e para o orgulho, usando a brincadeira – não como simples brinquedo – mas como arma para magoar, humilhar e espezinhar o outro. Ninguém tem esse direito. Daí a necessidade (principalmente quando se trata de amigos que torcem para clubes diferentes) de saber o limite dessas brincadeiras, para que elas não se transformem em brincadeiras de mau gosto, ou seja, armas que podem deixar marcas de ressentimento e até de rancor nas pessoas, destruindo, inclusive, amizades ou criando conflitos de conseqüências desagradáveis.


Quando estabelecemos alguma relação com alguém, a primeira barreira que deve necessariamente existir entre nós é a barreira do respeito. Podemos não gostar de uma pessoa ou gostar muito dela, mas não temos o direito de desrespeitá-la, assim como ninguém tem o direito de nos faltar com respeito. Essa barreira deve funcionar na vida de todos nós como uma obrigação, razão pela qual toda brincadeira com alguém, seja sobre o que for, deve observar o critério do respeito humano. Entretanto, o respeito não é igual para todo mundo, pois depende do tipo de relação que temos um com o outro. Além disso, cada pessoa, pela sua forma de ser e pelo seu temperamento, é que estabelece a linha demarcatória entre o respeito e o atrevimento.


Todavia, quando somos nós a vítima de uma brincadeira desse tipo – que tomamos por ofensa pessoal – o máximo que podemos fazer é “levar na esportiva” (como se costuma dizer), participar da brincadeira achando graça de nós mesmos ou, então, se nos faltar humor para tanto, não tomar conhecimento e se afastar. Precisamos estar preparados para esse tipo de situação, a fim de que não sejamos pegos de surpresa, deixando escapar uma reação inesperada, da qual, depois, vamos nos arrepender.

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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

UMA MENSAGEM PROFUNDA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Vários foram os líderes que surgiram e se projetaram no cenário do Movimento Espírita por influência de Chico Xavier. Um deles, convertido pela dor da perda de um ente muito querido, exerceu importante papel na região de Campos (RJ), fundando e dirigindo uma instituição modelo na área social especialmente na formação e encaminhamento da infância. Seu nome: Clovis Tavares, autor, entre outros, de TRINTA ANOS COM CHICO XAVIER (cec). Contando sobre suas experiências com o incomparável médium mineiro lembra:. “Foram sem conta as lições, as benesses, as profundas experiências espirituais a mim concedidas, misericordiosa e ininterruptamente, na querida escola evangélica de Pedro Leopoldo. Considerando os limites destas singelas memórias, vou respingando, aqui e ali, de meus queridos arquivos ou de meus rascunhos de viagem, o trigo bom e farto das bênçãos do Alto. São lembretes, são mensagens, são observações, são advertências, são carinhos — tudo testificando a inefável bondade de Deus. Em julho de 1948, como sempre o fazia nas férias, pus-me a caminho de Pedro Leopoldo. Saí de Campos, na manhã do dia 14, no velho e moroso trem da Leopoldina. Durante a viagem, recordo-me bem, meu pensamento se fixou intensamente na personalidade de Santos Dumont: sua vida, suas dedicações, sua morte dolorosa. Relembrava as páginas de Gondin da Fonseca, depoimentos sobre seus trabalhos aeronáuticos, observações do seu ‘Dans L’Air”. Mentalmente recapitulava episódios da vida do Pai da Aviação: a infância extraordinária, o balãozinho Brasil, o 14-Bis... Cabangu, Saint-Cloud, Guarujá. . . E meditava, outrossim, na confortadora notícia que o Chico me dera, dois anos antes, de que Santos Dumont, desde 1936, era um dos mais devotados Amigos Espirituais de nossa Escola Jesus Cristo. Seis dias depois, na noite de 20 de julho, numa reunião íntima com nosso Chico, em recordando a data natalícia do genial brasileiro, pedi aos companheiros do nosso pequeno grupo permissão para formular uma prece em memória do Benfeitor Espiritual. O querido médium, havendo percebido a presença de Alberto Santos Dumont em nosso círculo íntimo, transmite-me suas palavras de carinho e também uma notícia que me provocou profundo impacto emocional, pois eu guardara, natural e modestamente, completo silêncio sobre minhas cogitações durante a viagem Campos-Rio. Revela-me, então, o Chico que Santos Dumont lhe estava dizendo que muito se sensibilizara com minhas lembranças de sua pessoa, durante a referida viagem e, comovido, me agradecia as recordações afetuosas, desejando escrever uma página destinada ao nosso pequeno grupo. E assim o fez. A mensagem do Pai da Aviação, farta de profundos conceitos, foi inicialmente publicada no jornal campista “A CIDADE” e, mais tarde no livro TEMPO E AMOR (ide). Diz ela: “Amigos, Deus vos recompense. A lembrança da prece me comove as fibras mais intimas. O Espírito liberto esquece o homem prisioneiro. A alvorada entende a sombra. Tenho hoje dificuldades para compreender a luta que passou e, não fosse a responsabilidade que me enlaça ainda ao campo humano, em vista das aflições que me povoaram as últimas vigílias na carne, preferiria que as vossas recordações, ainda mesmo carinhosas e doces, muito me envolvessem o nome de lutador insignificante. Descobrir caminhos foi a obsessão do meu pensamento. Reconheço hoje, porém, que outra deve ser a vocação da altura. Dominar continentes e subjugar povos, através dos ares, será, talvez, extensão de domínio da inteligência perversa que se distancia de Deus. Facilitar comunicações às criaturas que ainda não se entendem, possivelmente será acentuar os processos de ataque e morte, de surpresa, nas aventuras da guerra. Dolorosa é a situação do missionário da ciência que se vê confundido nos ideais superiores. Atormentada vive a cultura que não alcançou o cerne sublime da vida. Terei errado, buscando rotas diferentes? Certo, não. O mundo e os homens aprenderão sempre. A evolução é fatal. Todavia, recolhido presentemente à humildade de mim mesmo, procuro caminhos mais altos e estradas desconhecidas, no aprendizado do roteiro para o Cristo, Senhor de nossas vidas. Não há vôo mais divino que o da alma. Não existe mundo mais nobre a conquistar. além do que se localiza na própria consciência, quando deliberamos converter-nos ao Bem supremo. Sejamos descobridores de nós mesmos. Alcemos corações e pensamentos ao Cristo. Aprimoremo-nos para refletir a vontade soberana e divina do Alto por onde passarmos. Crescimento sem Deus é curso preparatório da queda espetacular. Humilharmo-nos para servir em nome Dele é o caminho da verdadeira glória. De qualquer modo, agradeço-vos. O trabalhador que repara as possibilidades para ser mais util jamais se esquecerá de endereçar reconhecimento às flores que lhe desabrocham na senda. Crede! Não passo de servidor pequenino. Que o Senhor nos enriqueça com Sua divina bênção”. Alberto Santos Dummont



A Igreja Católica e o Espiritismo são contra o aborto. Mas para quem não acredita na sobrevivência da alma, não há nenhum mal em impedir que uma nasça, principalmente porque para eles não há uma vontade divina e, portanto, ninguém vai precisar prestar contas depois morte. Não é mais seguro estar do lado da ciência do que do lado da religião?


A diferença fundamental entre a concepção católica e a concepção espírita é que para o Catolicismo o Espírito só tem uma única existência na Terra. Mesmo assim, quando fizer algo que corresponda à vontade de Deus, vai prestar contas depois. Para o Espiritismo, a questão é prática: lei de causa e efeito que, sem dúvida, é a Lei de Deus. Deus governa o mundo através de suas leis. Toda ação corresponde a uma reação; todo efeito advém de alguma causa.


Logo, para a Doutrina Espírita não se trata simplesmente do que se chama “vontade de Deus”, mas do funcionamento de suas leis. Vontade implica em uma decisão pessoal e leis dependem de princípios que estão na natureza. Para o Espiritismo, o problema do aborto não está somente no fato de se ceifar uma vida de um ser que está em formação, mas de invadir o direito do Espírito que tem necessidade de reencarnar e que vê frustrada sua pretensão.

Além disso, o aborto provocado fere frontalmente a lei de conservação, razão pela qual suas consequências vão atingir aqueles que lhe deram causa.

Assim, o Espiritismo tem suas razões para se colocar contra o aborto, baseadas nas leis da natureza. A prática do aborto fere frontalmente o princípio da evolução, que se dá através da reencarnação. Interrompendo uma vida em formação, estaremos impedindo o desenvolvimento natural de um Espírito, que tem na nova existência mais uma oportunidade de aprender e evoluir. O Espiritismo só não é contra o aborto terapêutico, ou seja, aquele que é providenciado quando a vida da mãe corre perigo de morte, pois neste caso, pensa-se na preservação da vida mãe, que já está reencarnada.


domingo, 23 de fevereiro de 2025

O MUNDO INVISÍVEL E A GUERRA SEGUNDO O ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

-“O Mundo Invisível é composto dos que deixaram seu envoltório corporal ou, por outras palavras, das almas que viveram na Terra. Estas almas ou Espíritos, o que é a mesma coisa, povoam o Espaço, estão em toda parte, ao nosso lado, como nas regiões mais afastadas”. O comentário pode ser lido na edição de dezembro de 1859 da REVISTA ESPÍRITA, publicação mensal financiada pelo próprio Allan Kardec para manter atualizados os seguidores do Espiritismo em várias partes da Europa. Quando do lançamento do livro A GÊNESE, no ultimo capítulo, encontra-se reproduzida uma mensagem assinada por um Espírito identificado como Dr Barry em que, entre outras coisas, diz: -“Uma coisa que vos parecerá estranhável, mas que por isso não deixa de ser rigorosa verdade, é que o Mundo dos Espíritos, mundo que vos rodeia, experimenta o contrachoque de todas as comoções que abalam o mundo dos encarnados. Digo mesmo que aquele toma parte ativa nessas comoções. Nada tem isto de surpreendente, para quem sabe que os Espíritos fazem corpo com a Humanidade; que eles saem dela e a ela têm de voltar, sendo, pois, natural se interessem pelos movimentos que se operam entre os homens. Ficai, portanto, certos de que, quando uma revolução social se produz na Terra, abala igualmente o mundo invisível, onde todas as paixões, boas e más, se exacerbam, como entre vós. Indizível efervescência entra a reinar na coletividade dos Espíritos que ainda pertencem ao vosso mundo e que aguardam o momento de a ele volver”. Em meados do século 20, o Orientador Espiritual Emmanuel através do médium Chico Xavier, transmitiu um interessante livro intitulado ROTEIRO (feb, 1951) em que revela: - Mais de vinte bilhões de almas conscientes, desencarnadas, sem nos reportarmos aos bilhões de inteligências sub-humanas que são aproveitadas nos múltiplos serviços do progresso planetário, cercam o domicílio terrestre, demorando-se noutras faixas de evolução. Tal dado até então inédito permite-nos avaliar a discrepante população invisível em relação à visível. No que tange às guerras, um série de questões merecem consideração. E, elas surgem das páginas d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, onde Allan Kardec obtem os seguintes esclarecimentos: 1 Durante uma batalha, há Espíritos assistindo e amparando cada um dos exércitos? Sim, e que lhes estimulam a coragem.” Os antigos figuravam os deuses tomando o partido deste ou daquele povo. Esses deuses eram simplesmente Espíritos representados por alegorias. 2- Estando, numa guerra, a justiça sempre de um dos lados, como pode haver Espíritos que tomem o partido dos que se batem por uma causa injusta? “Bem sabeis haver Espíritos que só se comprazem na discórdia e na destruição. Para esses, a guerra é a guerra. A justiça da causa pouco os preocupa.” 3- Podem alguns Espíritos influenciar o general na concepção de seus planos de campanha? “Sem dúvida alguma. Podem influenciá-lo nesse sentido, como com relação a todas as concepções.” 4- Poderiam maus Espíritos suscitar-lhe planos errôneos com o fim de levá-lo à derrota? “Podem; mas, não tem ele o livre-arbítrio? Se não tiver critério bastante para distinguir uma ideia falsa, sofrerá as consequências e melhor faria se obedecesse, em vez de comandar.” 5- Pode, alguma vez, o general ser guiado por uma espécie de dupla vista, por uma visão intuitiva, que lhe mostre de antemão o resultado de seus planos? “Isso se dá amiúde com o homem de gênio. É o que ele chama inspiração e o que faz que obre com uma espécie de certeza. Essa inspiração lhe vem dos Espíritos que o dirigem, os quais se aproveitam das faculdades de que o veem dotado.” 6- No tumulto dos combates, que se passa com os Espíritos dos que sucumbem? Continuam, após a morte, a interessar-se pela batalha? “Alguns continuam a interessar-se, outros se afastam.” Dá-se, nos combates, o que ocorre em todos os casos de morte violenta: no primeiro momento, o Espírito fica surpreendido e como que atordoado. Julga não estar morto. Parece-lhe que ainda toma parte na ação. Só pouco a pouco a realidade lhe surge. 7- Após a morte, os Espíritos, que como vivos se guerreavam, continuam a considerar-se inimigos e se conservam encarniçados uns contra os outros? “Nessas ocasiões, o Espírito nunca está calmo. Pode acontecer que nos primeiros instantes depois da morte ainda odeie o seu inimigo e mesmo o persiga. Quando, porém, se lhe restabelece a serenidade nas ideias, vê que nenhum fundamento há mais para sua animosidade. Contudo, não é impossível que dela guarde vestígios mais ou menos fortes, conforme o seu caráter.” 8-Continua a ouvir o rumor da batalha? “Perfeitamente.” 9- O Espírito que, como espectador, assiste calmamente a um combate observa o ato de separar-se a alma dom corpo? Como é que esse fenômeno se lhe apresenta à observação? “Raras são as mortes verdadeiramente instantâneas. Na maioria dos casos, o Espírito, cujo corpo acaba de ser mortalmente ferido, não tem consciência imediata desse fato. Somente quando ele começa a reconhecer a nova condição em que se acha, é que os assistentes podem distingui- lo, a mover-se ao lado do cadáver. Parece isso tão natural, que nenhum efeito desagradável lhe causa a vista do corpo morto. Tendo a vida toda se concentrado no Espírito, só ele prende a atenção dos outros. É com ele que estes conversam, ou a ele é que fazem determinações.”




Gostaria de saber por que uma pessoa, que diz não acreditar em Deus, pode ser boa, caridosa.


Sua pergunta é interessante. Na verdade, o fato de uma pessoa ser boa ou ser caridosa pode não depender de religião ou de uma crença particular. Pode ser uma disposição que ela trouxe para esta vida, e que pode ter raízes em outras encarnações. O ateísmo não prega necessariamente a indiferença ou a maldade, prega apenas que Deus não existe, mas isso não impede as pessoas, que se dizem ateus, de ter seus princípios morais e até de ser capaz de praticar o bem que um religioso não faria.


O principal papel da religião deveria ser o de fazer de seus fiéis homens de bem. Jesus se preocupou com isso. Não deu importância ao rótulo religioso das pessoas ( se o homem era fariseu, saduceu ou samaritano), mas ao fato de elas serem caridosas, a ponto de socorrer o estranho na estrada, como na parábola que contou. Aliás, todas as vezes que Jesus queria enaltecer a prática do bem, ele fazia questão de colocar o mais religioso em último lugar e o menos religioso em primeiro lugar. Logo, ele não estava preocupado com o rótulo religioso ou com as convenções sociais, mas com os valores morais de cada um.


Nós acreditamos que a melhor maneira de ensinar o bem à criança é partir do conceito de Deus. Neste sentido, a religião é importante, quando trabalha a idéia do Criador aliada às idéias de Bem, de Verdade e de Justiça. É claro que o ateu também pode ter esses ideais, mas quando esses ideais são ensinados para a criança, desde cedo, como a manifestação de Deus, torna-se bem mais fácil desenvolver nela tais sentimentos.


É a concepção de Deus que dá um sentido à vida e nos inspira segurança. Imaginar o mundo sem Deus é conceber que tudo nasceu do acaso e que, portanto, nada tem sentido, a não ser o sentido que damos às coisas. Pensar assim é considerar que o Bem, a Verdade e a Justiça são meros princípios humanos, que também decorrem do acaso e que, por isso mesmo, podem ser modificados a qualquer tempo, caso se torne conveniente para o homem. Voltando à sua pergunta, podemos concluir, portanto, que um ateu por ser tão ou mais caridoso que um religioso, mas isso decorreria de seu desenvolvimento moral que realizou em vidas anteriores, aliado à educação que recebeu nesta.





sábado, 22 de fevereiro de 2025

JUSTIÇA ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR;

A amplitude propiciada pelo Espiritismo sobre as interações entre o Plano Invisível e o Visível leva-nos a concluir o quanto a Humanidade terrena precisa amadurecer para que as contradições sociais diminuam ou mesmo desapareçam nas relações entre os indivíduos. No tópico justiça não é diferente. Prefaciando o livro AÇÃO E REAÇÃO (1957, feb) do Espírito André Luiz, o Emmanuel também através do médium Chico Xavier pondera que “Von Liszt, eminente criminalista dos tempos modernos, observa que o Estado, em sua expressão de organismo superior, e excetuando-se, como é claro, os grupos criminosos que por vezes transitoriamente o arrastam a funestos abusos do poder, não prescinde da pena, a fim de sustentar a ordem jurídica. A necessidade da conservação do próprio Estado justifica a pena. Com essa conclusão, apagam-se, quase que totalmente, as antigas controvérsias entre as teorias de Direito Penal, de vez que, nesse ou naquele clima de arregimentação política, a tendência a punir é congenial ao homem comum, em face da necessidade de manter, tanto quanto possível, a intangibilidade da ordem no plano coletivo”. Acrescenta também que o Espiritismo revela uma concepção de justiça ainda mais ampla. A criatura não se encontra simplesmente subordinada ao critério dos penólogos do mundo, categorizados à conta de cirurgiões eficientes no tratamento ou na extirpação da gangrena social. Quanto mais esclarecida a criatura, tanto mais responsável, entregue naturalmente aos arestos da própria consciência, na Terra ou fora dela, toda vez que se envolve nos espinheiros da culpa. Noutra obra, André Luiz reproduz comentário de outro Instrutor segundo o qual o juiz é o médium das leis. Todos os homens em suas atividades, profissões e associações são instrumentos das forças a que se devotam. Produzem, de conformidade com os ideais superiores ou inferiores em que se inspiram, atraindo os elementos invisíveis que os rodeiam, conforme a natureza dos sentimentos e ideias de que se nutrem. Já no capítulo 13 do livro LIBERTAÇÃO (feb), um relato interessante revelando uma ocorrência desdobrada entre dois Planos, onde um dos personagens desencarnados durante as horas de repouso físico de outro - um juiz encarnado com 20 anos de experiências -, intervir em favor de vítima aparente de inconfessável erro judiciário. Horas antes de se deitar para dormir, o desencarnado aproximou-se ‘colocou-lhe as mãos sobre a fronte, comunicando-nos que prepará-lo-ia para a conversação próxima, dirigindo-lhe a intuição para as reminiscências do processo em que fora implicado. Daí a instantes, os olhos do Juiz exibiam modificada expressão. Dir-se-ia contemplarem cenas distanciadas, com indizível tortura. Mostravam-se angustiados, doridos’. Já semi desligado do corpo físico pelo entorpecimento natural do sono, inteirado do motivo do encontro com os desconhecidos diante dos quais se via, procura defender-se da decisão lavrada, reconhece ter sido o juiz da causa, ter consultado os códigos necessários antes de emitir a sentença, ter sido o crime averiguado, os laudos periciais e as testemunhas condenaram o réu, não podendo, em sã consciência, aceitar intromissões, mesmo tardias, sem argumentação ponderosa e cabível. Ouve então os argumentos do visitante, os quais valem a pena ser revistos para reflexões: Os fluidos da carne tecem um véu pesado demais para ser facilmente rompido pelos que se não afeiçoam, ainda, diariamente, ao contacto da espiritualidade superior. Referes-te ao título que a convenção humana te conferiu. (...) O homem que aceitou a mordomia, no quadro dos bens materiais ou espirituais do Planeta, nunca alardeia superioridade, quando consciente das obrigações que lhe cabem, por entender na administração fiel um caminho de aprimoramento, mesmo através de extremo sofrimento moral. Distribuir amor e justiça, simultaneamente, na atualidade da Terra, em que a maioria das criaturas menosprezam semelhantes dádivas, é crivar-se de dores. Admites que o homem viverá sem contas, ainda mesmo aquele que se supõe capacitado para julgar o próximo, em definitivo? Acreditas haja o teu raciocínio acertado em todos os enigmas da senda? Terás agido imparcialmente em todas as decisões? Não creias... O Justo Juiz foi crucificado num madeiro de linhas retas por devotar-se no mundo à extrema retidão. Todos nós, na estrada multissecular do conhecimento edificante, muita vez colocamos o desejo acima do dever e o capricho a cavaleiro dos princípios redentores que nos compete observar. Em quantas ocasiões já se te inclinou o mandato às contrafações da política desintegrante dos homens, ávidos de transitório poder? Em quantos processos permitiste que os teus sentimentos se turvassem no personalismo delinquente? Juiz não fosse a compaixão divina que te concede ao ministério diversos auxiliares invisíveis, amparando-te as ações, por amor à Justiça que representas, e as vítimas dos teus erros involuntários e das paixões obcecantes daqueles que te cercam não te permitiriam a permanência no cargo. Teu palácio residencial mostra-se repleto de sombras. Muitos homens e mulheres, dos que já sentenciaste em mais de vinte anos, nas lides do direito, arrebatados pela morte, não conseguiram seguir adiante, colados que se acham aos efeitos de tuas decisões e demoram-se em tua própria casa, aguardando-te explicações oportunas. Missionário da lei, sem hábitos de prece e meditação, únicos recursos através dos quais poderias abreviar o trabalho de esclarecimento que te assiste, grandes surpresas te reserva o transe final do corpo.


Vi uma reportagem na televisão, dizendo que há cientistas que não concordam que as mudanças climáticas, que temos hoje, é fruto do desmatamento ou da poluição; que se trata apenas de mudanças naturais que o planeta está sofrendo. Vocês têm alguma opinião sobre isso? (João)


Nós achamos, em primeiro lugar, que não resta dúvida de que o homem está comprometendo o planeta. Não podemos nos isentar da culpa. Essa realidade se apresenta aos olhos vistos: não há como negar. A poluição, tanto quanto o desmatamento e outras intervenções do homem no planeta, é uma realidade que nos deixa preocupados e assustados ao mesmo tempo. Devemos estar mais atentos e, tanto quanto possível, cada um de nós deve contribuir para que as coisas não se agravem ainda mais por causa da ambição descomedida do homem. Toda pessoa humana tem participação nisso: ou prejudicando a ordem natural ou se omitindo diante daqueles que prejudicam.


No passado, com certeza, não tínhamos essa compreensão do meio-ambiente que temos atualmente, porque pensávamos que os recursos da natureza eram inesgotáveis. Hoje, com toda a publicidade que existe em relação ao meio-ambiente, sabemos que não é assim. Sabemos, sobretudo, que cada um de nós, no dia-a-dia, pode colaborar com seu planeta, não poluindo, cuidando da destinação do lixo, economizando água e energia elétrica, respeitando as plantas e os animais, plantando, cuidando das árvores e das nascentes.


Por outro lado, João, nós sabemos que as mudanças climáticas não dependem somente da intervenção do homem. Todos os estudiosos do clima sabem bem disso. Aliás, se abrirmos A GÊNESE, de Allan Kardec, livro lançado em 1868, vamos encontrar uma teoria exposta pelo Espírito de Galileu Galilei, que trata dos períodos críticos de mudança climática do planeta. Está lá na Gênese. Segundo ele, há um período aproximado de 25 mil anos, em que há uma verdadeira revolução no clima, devido a um terceiro movimento da Terra, revolução essa que afeta significativamente a temperatura e as calotas polares. Nós estaríamos, hoje, dentro de um ciclo de mudança.


Contudo, apesar disso, mesmo sabendo da força das transformações naturais, devemos considerar que o homem, que agora está tomando consciência da necessidade de preservar o meio-ambiente (comprometendo a saúde e a vida), não pode se isentar de culpa pelo que está acontecendo em várias regiões do planeta e, mais do que isso, não pode se omitir da responsabilidade e do esforço de tentar reverter, ao máximo, a sua atuação, com o objetivo de unir forças e desenvolver um sentimento de solidariedade que pode nos ajudar a atenuar o problema do clima, como tantos outros problemas existentes.




quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

SERÁ A SOLUÇÃO NO FUTURO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 



Intelectual expressando-se sobre as mudanças pretendidas na legislação brasileira sobre o aborto comentou que pesquisa recente efetuada com jovens indica o crescimento expressivo dos que afirmam não pretender ter filhos. Confirmando-se a tendência, surge a pergunta: o que será da espécie humana no futuro? Considerando, segundo o Espiritismo, a importância do corpo físico no processo evolutivo e que na nossa Dimensão seguimos a direção induzida pela Espiritualidade de onde muitos dos avanços observados ao longo do século 20 nada mais são que a materialização do já existente nas realidades vibratórias adjacentes ao chamado Plano Material. Aí uma nova possibilidade: não será a reprodução assistida um prenúncio do amanhã no que se refere à disponibilização de corpos para a continuidade da vida física? O médium Chico Xavier, deixou-nos algumas pistas. A primeira registrada pelo Advogado e escritor Rafael Ranieri, amigos desde o final dos anos 40, que em 1969, após longo tempo, em visita a Chico em Uberaba, participando de bate-papo na casa do médium, ante a pergunta de alguém sobre pesquisas objetivando a replicação humana em laboratório, ouviu-o dizer: -“ A Ciência vai desenvolver o Ser humano em laboratório. Os cientistas vão fabricar um enorme útero e aí dentro vão gerar o Ser. Levarão talvez de duzentos a quatrocentos anos até conseguirem realizar. Aí libertarão a mulher do parto. E tem outra coisa: nesse útero, os Espíritos vão reencarnar, tudo direitinho, sem problema. Esse fato não vai alterar coisa alguma, a ciência vai conseguir isso. O avanço da Ciência é obra da Espiritualidade”. No ano seguinte, em entrevista a jornal uberabense, voltaria ao assunto esclarecendo: - O Espirito Emmanuel diz que o nosso respeito à Ciência deve ser inconteste e que o progresso da ciência é infinito, porque a solução do problema do tubo de ensaio, para o descanso do claustro materno é viável. Mas, restará à Ciência um grande problema, o problema do amor com que o Espírito reencarnante é envolvido no lar pelas vibrações de carinho, de esperança, ternura, confiança de pai e mãe, no período também da infância, em que a criança é rodeada de amor, muito mais alimentada de amor do que de recursos nutrientes da terra! Vamos ver como é que a Ciência poderá resolver este problema para que não venhamos a cair em monstruosidades do ponto de vista mental. Dias depois em conversa após o encerramento das atividades publicas com a mediunidade, disse que ‘no futuro, o Ciência libertará a mulher de gerar o filho no claustro materno. Teremos bancos de sêmem com doadores selecionados. O controle será de acordo com os óbitos e os homens de laboratório serão responsáveis pelos tubos de ensaio’. Ante o espanto causado, acrescentou: -‘Como é que nós nascemos? Nascemos como grama. Isso não vai continuar assim. No futuro haverá organização mais controlada. Mas tudo isso só acontecerá quando tivermos governos magnânimos. Quem sabe daqui uns bons tempos... Vamos aguardar. Os aparelhos poderão ser instalados no reduto do lar para receber as vibrações de amor dos pais, haverá mais fecundação espiritual do que material’. Como a história registra, 8 anos depois, em 1978, as experiências desenvolvidas resultaram no sucesso da primeira criança criada como se diz através do tubo de ensaio, naturalmente se servindo de outro corpo humano para promover a gestação após a implantação de óvulos fecundados através do processo conhecido como reprodução assistida. Os avanços não ficaram por aí, resultando na progressiva evolução. Talvez no tempo presumível apontado por Chico décadas atrás, consiga-se consumar-se renascimentos fora dos mecanismos que impõe à mulher tantos sacrificios.



Uma pessoa pode morrer de desgosto? Como fica a situação daqueles que causaram esse desgosto? Como que eles vão responder por isso? (I.M.)


O que popularmente chamamos de “desgosto” é um estado de tristeza profunda, também conhecido por “depressão”. Esse estado emocional é causado por uma frustração, por alguma decepção com alguém, geralmente, ingratidão. Isso pode acontecer com qualquer um de nós, principalmente porque nem sempre estamos preparados para sermos contrariados. Nosso estado emocional negativo pode ter repercussões danosas na fisiologia do organismo e, em certos casos, provocando até a morte.


Embora o desgosto possa ser estimulado pelo mau comportamento de alguém, a causa principal desse desgosto está na própria pessoa que se desgosta, pois ela não sabe como enfrentar essa situação. O egoísmo e o orgulho são as principais causas do desgosto. Isso acontece, muitas vezes, quando fazemos o bem a troco de reconhecimento ou de retribuição, quando exigimos retorno daquilo que fazemos. É o caso, por exemplo, dos pais em relação aos filhos. Este é um exemplo típico. Pais, que se desdobram pelos filhos, a troco de reconhecimento no futuro, podem ter amargas decepções.


Quando Jesus diz “não saiba a vossa mão esquerda o que faz a direita”, é nesse sentido. É no sentido de que jamais devemos esperar retribuição pelo que fazemos de bem. O bem deve ser feito incondicionalmente, para não corrermos o risco de sofrer decepções. Não devemos esperar nada em troca: fazer o bem pelo bem é um princípio básico nos ensinos morais de Jesus. Para isso, precisamos aprender a ser desprendidos, nada fazer esperando retorno, mas tudo fazer pensando única e exclusivamente no bem daqueles a quem estamos ajudando.


Muitas vezes, confundimos o nosso egoísmo com o sentimento de caridade. Assim, ao ajudarmos uma pessoa – seja nosso familiar ou não – podemos estar querendo atenção ou pretender projeção diante dos outros, e não propriamente o bem dessa pessoa. Como não se trata de um bem desinteressado, julgamos contar com créditos morais e aguardamos pagamento futuro pelo serviço que prestamos. Nisso reside o perigo, porquanto é possível que essa pessoa nos esqueça e que, ao contrário, possa, futuramente, até se voltar contra nós – situações comuns dentro das famílias, principalmente de filhos em relação aos pais.


A morte por desgosto é parecida com a morte por suicídio, uma vez que a pessoa, que desiste da vida, devido a uma amarga decepção, está fazendo a vez de um suicida, com a única diferente de que ela não está usando nenhum instrumento material para se matar, mas apenas o sentimento, que é também mortal. É claro, prezada ouvinte, que os ingratos vão responder pelo mal que fizeram, ainda que o tenham feito indiretamente. Na lei divina nada fica sem resposta. E, neste caso, elas estariam agindo como co-responsaveis pelo sacrifício de uma vida.