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sábado, 8 de fevereiro de 2025

EXISTE MAL OLHADO? EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Sensação de mal estar ao cruzarmos com alguém ou recebermos uma visita. Existe isso de alguém atingir alguém com vibrações negativas? Se afirmativo como explicar. No número de dezembro de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, encontramos argumentos de Allan Kardec para esse tema interpretado como superstição. Diz ele: “- Por sua natureza fluídica, essencialmente móvel e elástica, se assim nos podemos exprimir, como agente direto do Espírito, o perispírito é posto em ação e projeta raios pela vontade do Espírito. Por esses raios ele serve à transmissão do pensamento, porque, de certa forma, está animado pelo pensamento do Espírito. Sendo o perispírito o laço que une o Espírito ao corpo, é por seu intermédio que o Espírito transmite aos órgãos, não a vida vegetativa, mas os movimentos que exprimem a sua vontade; é, também, por seu intermédio que as sensações do corpo são transmitidas ao Espírito. Destruído o corpo sólido pela morte, o Espírito não age mais e não percebe senão pelo seu corpo fluídico, ou perispírito, razão por que age mais facilmente e percebe melhor, já que o corpo é um entrave. Tudo isto é ainda resultado da observação. Suponhamos agora duas pessoas próximas, cada qual envolvida – que nos permitam o neologismo – por sua atmosfera perispiritual. Esses dois fluidos põem-se em contato e se interpenetram; se forem de natureza antipática, repelem-se e os dois indivíduos sentirão uma espécie de mal-estar ao se aproximarem um do outro, sem disso se darem conta; se, ao contrário, forem movidos por sentimentos de benevolência, terão um pensamento benevolente, que atrai. Tal a causa pela qual duas pessoas se compreendem e se adivinham sem se falarem. Um certo não sei quê por vezes nos diz que a pessoa com a qual nos defrontamos deve ser animada por tal ou qual sentimento. Ora, esse não ‘sei quê’ é a expansão do fluido perispiritual da pessoa em contato com o nosso, espécie de fio elétrico condutor do pensamento. Desde logo se compreende que os Espíritos, cujo envoltório fluídico é muito mais livre do que no estado de encarnação, já não necessitam de sons articulados para se entenderem. O fluido perispiritual do encarnado é, pois, acionado pelo Espírito. Se, por sua vontade, o Espírito, por assim dizer, dardeja raios sobre outro indivíduo, os raios o penetram. Daí a ação magnética mais ou menos poderosa, conforme a vontade; mais ou menos benfazeja, conforme sejam os raios de natureza melhor ou pior, mais ou menos vivificante. Porque podem, por sua ação, penetrar os órgãos e, em certos casos, restabelecer o estado normal. Sabe-se da importância das qualidades morais do magnetizador. Aquilo que pode fazer o Espírito encarnado, dardejando seu próprio fluido sobre uma pessoa, um Espírito desencarnado também o pode, visto ter o mesmo fluido, ou seja, pode magnetizar. Conforme seja bom ou mau o fluido, sua ação será benéfica ou prejudicial. Assim, facilmente nos damos conta da natureza das impressões que recebemos, de acordo com o meio onde nos encontramos. Se uma assembleia for composta de pessoas animadas de maus sentimentos, o ar ambiente será saturado com o fluido impregnado de seus sentimentos. Daí, para as almas boas, um mal-estar moral análogo ao mal-estar físico causado pelas emanações mefíticas: a alma fica asfixiada. Se, ao contrário, as pessoas tiverem intenções puras, encontramo-nos em sua atmosfera como se estivéssemos num ar vivificante e salubre. Naturalmente o efeito será o mesmo num ambiente repleto de Espíritos, conforme sejam bons ou maus”.



É possível a gente saber quem foi em outra vida? (I.S.M. por e-mail)


Não podemos dizer que é impossível. Isso até pode acontecer, eventualmente. Mas apenas e tão somente se houver uma necessidade imperiosa – ou seja, se essa revelação servir como estímulo para melhorar a sua vida. Por isso é que revelações dessa natureza não acontecem sempre. E nem podem acontecer. Na maior parte das vezes, seria danoso para o Espírito. O esquecimento do passado não é uma falha da natureza, como se pode pensar; ao contrário, o esquecimento é uma providência para que possamos nos desvincular de lembranças que nos perturbariam ou nos colocariam em situações desastrosas.


O Espiritismo não estimula esse tipo de revelação. No entanto, orienta as pessoas a se preocuparem com a vida atual, a fim de que possam agir bem no momento presente, pois o passado – seja qual for – não pode mais ser alterado, mas o presente sim. E, é através do presente que construímos o futuro. De que valeria recordar uma vida passada, se ela nos trouxe problemas e dissabores com repercussões negativas em nossa auto-estima? Ou, então, nos comprometeu moralmente, deixando-nos revoltados ou com sentimentos de culpa?


Se fosse para lembrar, com certeza, nós todos lembraríamos. Com tudo, existe um mecanismo natural que vai apagando da memória os fatos que não merecem ser lembrados. Isso acontece naturalmente numa mesma existência, haja vista que, depois de uma certa idade, lembramos muito pouco do passado. Mas esse processo natural do esquecimento funciona 100% de uma encarnação para outra. Do passado, só podemos reconhecer as nossas tendências. O esquecimento é uma forma de rompimento com o que passou. Se, de uma maneira geral, não suportamos os problemas desta vida e queremos esquecer fatos que nos trazem amargas recordações, o que dirá com relação ao passado distante, quando possivelmente os problemas foram ainda mais intrincados?


Considere, por exemplo, a situação de um individuo, que cometeu um crime hediondo, que foi condenado e cumpriu anos de pena na prisão, reconquistando depois a liberdade. Se ele quiser ter uma vida digna, que lhe proporcione um pouco de paz consigo mesmo, com certeza, precisará romper com o seu passado e começar uma vida nova, onde possa se sentir um novo homem, com nova disposições e novos propósitos. Entretanto, se ele não conseguir se esquecer do passado delituoso, não ficará em paz. Ora, se isso acontece numa mesma vida e é um dos óbices que mais dificulta a ressocialização dos presos, calcule como seria insuportável reviver o passado de outras existências.


Além do mais, se lembrássemos de nossas inimizades, das pessoas que foram nossas vítimas ou daqueles que nos prejudicaram, com certeza, não teríamos condições de conviver atualmente com eles, até mesmo dentro da família, e o plano reencarnatório cairia por terra, passo que a reencarnação existe para reaproximar os desafetos e reconstruir novos laços afetivos entre as pessoas. Portanto, não é bom buscar esse tipo de informação, até por que há muitos Espíritos que, para açular a vaidade humana, utilizam desse meio para lhes fazer pomposas e comovedoras revelações.


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