faça sua pesquisa

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

O MAL INVISÍVEL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Obsessão é uma das mais importantes revelações do Espiritismo. Atinge níveis maiores do que se supõem. Na sequência Allan Kardec esclarece algumas das dúvidas mais comuns. Qual a diferença entre loucura patológica e loucura obsessional? A primeira é produzida por uma desordem nos órgãos da manifestação do pensamento. Notemos que, nesse estado de coisas, não é o Espírito que é louco: ele conserva a plenitude de suas faculdades, como o demonstra a observação; apenas estando desorganizado o instrumento de que se serve para se manifestar, o pensamento ou, melhor dito, a expressão do pensamento é incoerente. Na loucura obsessional não há lesão orgânica. É o próprio Espírito que se acha afetado pela subjugação de um Espírito estranho que o domina e comanda. No primeiro caso é preciso curar o órgão doente; no segundo basta livrar o Espírito doente do hóspede inoportuno, a fim de lhe restituir a liberdade. Casos semelhantes são muito frequentes e comumente tomam como loucura o que não se passa de obsessão, para a qual deveriam empregar-se meios morais e não duchas. Pelo tratamento físico, e, sobretudo, pelo contato dos verdadeiros alienados, muitas vezes tem sido determinada uma verdadeira loucura onde esta não existia. (RE;5/1862) Existe uma forma mais eficaz para afastar o Espírito causador do processo obsessivo? Só uma força moral pode opor-se a outra força moral e, esta não pode vir senão do acometido pelo processo obsessivo. É preciso esforçar-se por adquirir a maior soma possível de superioridade pela vontade, pela energia e pelas qualidades morais. Não será com a espada de coronel que vencereis, mas com a espada do Anjo, isto é, a virtude e a prece. A espécie de terror e angústia que experimentais nesses momentos é um sinal de fraqueza que o Espírito aproveita. Dominai o medo e com a vontade triunfareis. Tomai a iniciativa resolutamente, como fazeis ante qualquer inimigo. (RE; 12/1862) Um Espírito bom pode obsediar alguém? A obsessão não pode jamais ser o efeito causado por um bom Espírito. A questão essencial é saber reconhecer a natureza daqueles que se apresentam. O conhecimento prévio dos meios de distinção dos bons Espíritos e dos maus é, portanto, indispensável. É importante para o simples observador que pode, por esse meio, apreciar o valor do que vê, lê ou escuta. (OQE; 77) A morte livra a pessoa da obsessão ? A morte não liberta o homem da obsessão dos maus Espíritos: é a figura dos demônios, atormentando as almas sofredoras. Sim, esses Espíritos os perseguem após a morte e lhes causam sofrimentos horríveis, porque o Espírito atormentado se sente num abraço de que não se pode libertar. Ao contrário, o que se libertou da obsessão em vida é forte, e os maus Espíritos o encaram com medo e respeito: encontraram o seu superior. (RE;6/1860) Procede a ideia de que todas as perturbações são oriundas da influência espiritual? A gente, muitas vezes, responsabiliza os Espíritos estranhos por maldades de que não são responsáveis. Certos estados mórbidos e certas aberrações, que são atribuídas a uma causa oculta, são, por vezes, devidas exclusivamente ao Espírito do indivíduo. As contrariedades, frequentemente, concentradas em si próprio, os sofrimentos amorosos, principalmente, tem levado ao cometimento de muitos atos excêntricos, que erradamente são levados à conta de obsessão. Muitas vezes a criatura é seu próprio obsessor. (RE;12/1862) Obsessão depende de mediunidade? A obsessão de qualquer natureza que seja, independe da mediunidade e é encontrada em todos os graus, numa multidão de indivíduos, os quais jamais ouviram falar de Espiritismo. Como os Espíritos sempre existiram, sempre exerceram a mesma influência; a mediunidade não é uma causa, é apenas uma forma de manifestação dessa influência.(...). Aqueles que nada admitem fora da Natureza não podem admitir causas ocultas. Mas quando a Ciência tiver saído da rotina materialista reconhecerá na ação do Mundo Invisível que nos rodeia, e no meio do qual vivemos, uma potência que tanto age sobre as coisas físicas quanto sobre as condições morais. E este será um novo caminho aberto ao progresso. A chave de uma quantidade de fenômenos mal compreendidos. (OQE; 76)




A questão do Cristiano é a seguinte: “ Segundo o Espiritismo, a frase de Pedro, “o amor cobre a multidão de pecados” pode se aplicar aos suicidas nas suas próximas existências? Eles podem escapar das conseqüências morais do suicídio?”


- A afirmação de Pedro revela uma grande sabedoria. Sendo o bem o objetivo da vida – pois a essência do bem é o próprio Deus – tudo que fazemos nessa direção só pode nos levar à felicidade. Como somos imperfeitos, não temos como não errar, mas o bem que fazemos é a forma pela qual nos desvencilhamos dos erros cometidos, no sentido de corrigir em nós as falhas que ainda trazemos. Por isso, no bem está a nossa porta de salvação, o que levou Kardec a dizer “fora da caridade não há salvação”.


A lei de Deus é perfeita, e ela está assentada sobre o princípio dito por Jesus, “a cada um segundo as suas obras”. Em razão disso, ninguém está perdido. Não há perdição eterna, porque o bem existe sempre, enquanto que o mal (decorrente da imperfeição) é passageiro, razão pela qual o mais sublime na caminhada evolutiva do Espírito é o fato de ele poder se levantar e, em lugar do mal, passar a fazer o bem.


O suicida, como qualquer outro, é alguém doente que, por fraqueza moral, fugiu da vida – ou porque se julgou incapaz de viver, ou porque se revoltou, ou porque achou que não havia outra saída, ou ainda porque foi instigado a acabar com a própria vida. Existem inúmeras causas do suicídio: nenhuma delas que se justifique, mas todas perfeitamente compreensíveis por causa das péssimas condições do Espírito humano. É claro que todos vão responder por isso: respondemos por tudo que fazemos. Quando a nossa ação é contra nós mesmos a dor parece maior, porque esse é o nosso maior compromisso e primeira responsabilidade: com a própria vida.


Entretanto, o suicida, como qualquer outro, terá outra oportunidade sempre. Se não tivesse, Deus não seria bom nem misericordioso. Aquele que se foi desta vida por esse triste caminho é tão digno de amor quanto qualquer outro dos filhos de Deus e, não podemos esquecer, de que todos nós estamos sujeitos sempre a muitos erros e a muitos enganos. Mas, mesmo assim, há salvação, porque há oportunidade. E a melhor oportunidade é aquela que nos coloca, frente à frente, com o serviço que vamos realizar através da nossa própria doação pessoal. Portanto, Cristiano, todos temos novas oportunidades. Mas isso não quer dizer que vamos “escapar” das consequências de nossos erros.


Na verdade, não escapamos ilesos de nenhum erro cometido. O que podemos fazer é atenuar a nossa dor, quando respondemos com atitudes positivas que nos fazem aproximar do próximo e fazer pelos outros aquilo que queremos que os outros façam por nós. Há Espíritos suicidas, de tal forma abalados com o mal que fizeram para si mesmo, que renascem em condições bastante precárias de vida; mas existem outros, que já andaram mais, que já conhecem mais: eles voltam a esta vida com a disposição de repararem o erro cometido através do serviço pelo próximo e pelo bem-comum.



Nenhum comentário:

Postar um comentário