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terça-feira, 25 de março de 2025

CHICO XAVIER MENSAGENS OUTROS IDIOMAS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Allan Kardec, desenvolvendo uma classificação inicial da variedade dos médiuns escreventes no excelente compêndio intitulado O LIVRO DOS MÉDIUNS, chamou de médium poliglota, “o que tem a faculdade de falar ou escrever em línguas que não conhecem”, acrescentando, contudo, serem “muito raros”. Uma dentre as hipóteses alinhadas na referida compilação é que o fenômeno só seria possível pela existência, no inconsciente da individualidade de registros arquivados em encarnações em que se serviu desse idioma para se expressar e comunicar na região, raça ou pátria em que renascera. Chico Xavier, entre as múltiplas formas em que sua mediunidade foi utilizada foi para a recepção de mensagens, está a em outros idiomas. Vários, em sua longa jornada a serviço dos Espíritos. Sabe-se que Chico não teve formação além do antigo primário, tendo repetido duas vezes a quarta série, O primeiro a fazer referências a esse tipo de mensagem foi o repórter Clementino de Alencar, enviado especial do jornal O Globo, para investigar Chico Xavier, a origem dos escritos pós-morte do escritor Humberto de Campos e dos vários poetas do PARNASO DE ALEM TÚMULO. Surpreso com o que encontrou - um jovem humilde, pobre, cultura incipiente -, permaneceu em Pedro Leopoldo, MG, por dois meses testando o objeto de sua pesquisa, obtendo da Espiritualidade inúmeras demonstrações de sua ação junto ao médium. Um dos fatos que o surpreendeu foram relatos que davam conta da recepção por ele de mensagens em inglês e italiano, cujo aprendizado, à época, somente era acessível nos grandes centros. E Chico, pelos rudes labores e carga de trabalho remunerado na venda do “seu” Zé Felizardo, não permitiam tais “luxos”. Numa de suas matérias, de doze de maio de 1935 – Chico contava 25 anos de idade -, Alencar faz referências a algumas dirigidas em inglês ao doutor Romulo Joviano. Formara-se ele em Zootecnia pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, sendo seu autor Alexander Seggie, colega de estudos e amigo íntimo durante os anos de formação, desencarnado na França, durante a Primeira Guerra Mundial. Nas referidas páginas, Alexander, cuja existência o jovem médium ignorava, referia-se ao amigo, num trocadilho, “Jove”,alusão ao sobrenome Joviano. Ainda no texto enviado ao diário carioca, o repórter reproduz mensagem recebida na reunião de 23 de novembro de 1933, assinada por Emmanuel escrita em ingles com as letras enfileiradas ao inverso. Ao reescrevê-la no sentido correto, o destinatário, profundo conhecedor do inglês, identificou um erro na colocação de um artigo e um pronome. Resolve, em inglês, interpelar Emmanuel, recebendo dele extensa resposta no mesmo idioma, entre outras coisas desculpando-se pelos erros cometidos, dizendo-se, apenas um aluno inábil e não um mestre na utilização da língua. Alencar inclui ainda uma mensagem em italiano, grafada da mesma maneira curiosa que a precedente. Objetivando testar se por trás daquele jovem ingênuo havia algo mais, quando solicitado a encerrar aqueles dois meses de experiência, formulou quatro perguntas em inglês, a última das quais mentalmente, obtendo dezoito linhas de resposta a esta, também em inglês. Mais ou menos na mesma época, o médium psicografou mensagem em inglês ao Consul da Inglaterra, em Belo Horizonte, Minas Gerais, Senhor Harold Walter. Anos depois, presente à solenidade levada a efeito no Teatro Municipal de São Paulo, Chico psicografaria perante numeroso público, entre outras, uma mensagem/ saudação de Emmanuel aos presentes, em inglês, escrita de trás para frente, a chamada especular, somente possível de ser lida diante de um espelho. Testemunha de muitos desses momentos, o doutor Rômulo Joviano, contou ao amigo Clóvis Tavares que, por força do trabalho, “em visita, certa vez, a uma fazenda do Doutor Louis Ensch, engenheiro luxemburguês, fundador da Usina de Monlevade da Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, em Monlevade, MG, Chico recebeu mensagem, endereçada ao mesmo, em idioma luxemburguês. Maravilhado, o destinatário declarou que as páginas foram escritas no melhor estilo da língua nacional de sua pátria, o Grão Ducado de Luxemburgo”. Noutra ocasião, em visita a uma parenta sua residente em Barbacena, MG, a escritora Maria Lacerda de Moura, assistindo uma reunião de estudos orientalistas, após esta ter escrito no quadro-negro algumas palavras em português, possivelmente um “mantra”, para meditação dos presentes, “Chico recebe, através da psicofonia sonambúlica, uma mensagem em idioma hindu, havendo a entidade comunicante, conduzido o médium até o mesmo quadro-negro, traçando diversas expressões ininteligíveis para os presentes, posteriormente reconhecidas como mantras grafados em caracteres sânscritos”. Inúmeras mensagens particulares foram recebidas ao longo dos anos, em vários idiomas, que o médium também ignorava completamente: alemão, árabe e grego. Perderam-se, no entanto, pelo seu caráter estritamente pessoal dos destinatários.




Temos, aqui, mais uma pergunta do Cristiano Ricardo Alves, de Vera Cruz: “ Para os selvagens, só existe dor-evolução ou já existe também a dor-expiação e até dor-prova? Existe dor-expiação para os canibais? “


Antes de irmos diretamente à resposta, vamos dizer o que são dor-expiação, dor-prova e dor-evolução, segundo classificação de André Luiz. Dor-expiação – ou, simplesmente, expiação – é todo sofrimento que decorre de erros cometidos, ou num passado distante ou num passado bem recente, pois a expiação pode se seguir imediatamente ao erro. Trata-se de um sofrimento imposto pela lei de causa e efeito; portanto, inevitável. Dor-prova – ou simplesmente prova ou provação – é o sofrimento que decorre de uma escolha do Espírito que, mesmo sabendo das dificuldades que vai passar, insiste em testar para si mesmo sua capacidade de evolução; portanto, pode ser evitada. E, finalmente, dor-evolução é a decorrente do desenvolvimento natural do Espírito; não procede de erros, nem de escolha, mas do caminho que o Espírito percorre para evoluir. Por exemplo: o sofrimento que uma criança experimenta para aprender a andar é uma dor-evolução. É a mais freqüente na vida, pois faz parte integrante da vida diária.


A dor-evolução existe sempre, pois, como o próprio nome indica, ela acompanha o Espírito na sua trajetória evolutiva, obrigando-o a aprender através de suas próprias experiências. Nesse sentido, ela existe até mesmo para os Espíritos superiores. A dor-expiação, como já dissemos, é a aplicação direta da lei de causa e efeito e também ocorre toda vez que há um erro. Não importa qual, nem como, até por que as conseqüências dolorosas podem ocorrer quando erramos por ignorância: uma criança, que enfia o dedo numa tomada elétrica, sofre imediatamente o efeito do ato (o choque), mesmo não tendo consciência do que está fazendo.


Só na prova é que o Espírito, estando em condições mais elevadas, é capaz de compreender melhor a necessidade do próprio sofrimento. Seria mais difícil ocorrer nos povos primitivos, mas não impossível, visto que, no seio de um grupo tribal – como os índios – reencarnam Espíritos com certo grau de compreensão das leis morais. Há casos de chefes indígenas, por exemplo, que dão elevado testemunho de elevação espiritual, ou seja, de compreensão das leis da vida, passando-nos mensagens com alto senso de bondade, de amor e de justiça.


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