A integração de forma mais intensa entre diferentes Dimensões Existenciais nesse período de mudanças radicais e profundas na condição evolutiva da Terra evidencia cada vez mais a presença dos processos obsessivos na sociedade humana. Felizmente, a preocupação objetiva com os transtornos mentais vai, com certeza, conduzir a ciência a conclusões relacionando comportamentos enquadrados na ampla escala dos mesmos, às influências espirituais, reconhecidas, por sinal, na versão mais recente da Classificação Internacional de Doenças (CID), da OMS – Organização Mundial de Saúde, mais especificamente a CID 10, item F.44.3 em que define estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio ambiente, fazendo a distinção entre normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos Espíritos e patológicos, provocados por doenças. O Espiritismo tem substancial contribuição a dar sobre o tema quando diz que “o problema da obsessão tem no Pensamento sua base, explicando que além dos pensamentos comuns (experiência rotineira), emitimos com mais frequência os pensamentos nascidos do “desejo-central” que nos caracteriza, pensamentos esses que passam a constituir o reflexo dominante de nossa personalidade”. Explica que seja por questões de vingança por prejuízos causados em outras vidas pela potencial vítima de agora, seja razões como as dependências químicas, os chamados obsessores “procuram conhecer a natureza da pessoa que objetivam prejudicar, em qualquer plano, através das ocupações e posições em que prefira viver. Identificado o reflexo da criatura, superalimentam-na com excitações constantes, robustecendo impulsos e quadros já existentes na imaginação, criando outros que se lhes superponham, nutrindo-lhes, dessa forma, a fixação mental”. Esclarecem que “semelhante processo cria e mantem facilmente o “delírio psíquico” ou a “obsessão”, que não passa de um estado anormal da mente, subjugada pelo excesso de suas próprias criações a pressionarem o campo sensorial, infinitamente acrescidas de influência direta ou indireta de outras mentes, desencarnadas ou não, atraídas por seu próprio reflexo”. No extraordinário livro AÇÃO E REAÇÃO escrito pelo Espírito André Luiz através do médium Chico Xavier, aprendemos que “somos (seres humanos) fulcros geradores de vida, com qualidades específicas de emissão e recepção. Obsessão é um processo semelhante ao da hipnose. O campo mental do obsessor, cria no mundo da própria imaginação as formas-pensamento que deseja exteriorizar. Plasmando a imagem da qual se propõe extrair o melhor efeito, usando as forças positivas da vontade, colore-os com recursos de concentração de sua própria mente, e, aproveitando a poderosa energia mental, projeta-as, como um hipnotizador, sobre o campo mental da vítima. Esta transforma as impressões recebidas, reconstituindo as formas-pensamento plasmadas, nos centros cerebrais, por intermédio dos nervos que desempenham o papel de antenas específicas, a lhes fixarem as particularidades na esfera dos sentidos, num perfeito jogo alucinatório, em que o som e imagem se entrosam harmoniosamente”. Alerta que “quando, por falta de tempo, não possam criar as telas pretendidas com os fins visados por intermédio da determinação hipnótica, situam no convívio da criatura, entidades que se lhe adaptem ao modo de sentir e ser”. Destaca que “cada um é tentado exteriormente pela tentação que alimenta em si próprio”, ou seja, “cada qual de nós vive e respira nos reflexos mentais de si mesmo”. De outras obras do mesmo Espírito, destacamos três casos para reflexão: 1- CARACTERÍSTICA- Mulher, 25 anos, cabelos em desalinho, semblante torturado, expressão de inquietação e pavor nos olhos escuros CAUSA – Ação de entidade feminina que lhe controla as impressões nervosas, obliterando os núcleos de força, através de fios cinzentos que lhe fluem da cabeça, envolvendo-lhe o centro coronário, movida pelo ciúme da encarnada por tê-la substituído na condição de segunda esposa do seu ex-marido, além do desejo de vingança por sabê-la intencionalmente negligente no caso do afogamento de seu enteado Marcos. (ETC,3) 2-CARACTERISTICA – Mulher, idade avançada, cabelos grisalhos, corpo magro, rosto enrugado, aparentando senilidade mental nas falas aparentemente desconexas proferidas com voz alterada. CAUSA – Presença espiritual mediunicamente registrada ao seu lado, na cama que ocupava, o qual ali se instalara desde muitos anos logo após sua morte aparentemente acidental durante caçada esportiva com amigos. (EVC) 3 - CARACTERÍSTICA - Homem, com Espírito parcialmente desligado do corpo físico pela hipnose do sono, que descansava com bonita aparência, sob cobertas quentes, revelando posição de relaxamento, semelhante aos viciados em entorpecentes. CAUSA – Presença de três entidades femininas em atitudes menos edificantes, atraídas para a atmosfera pessoal do encarnado através de mentalizações na área da sexualidade desequilibrada. (ML)
Um marido trai a mulher ou a mulher trai seu companheiro nesta vida, mas o cônjuge não fica sabendo. Depois que eles morrem, lá no plano espiritual, eles se encontram e um fica sabendo da traição do outro? Será que eles vão querer nascer de novo para ser marido e mulher novamente para corrigir o erro do passado?
Esta é uma questão muito pessoal, que só um caso concreto poderá demonstrar. É evidente que, nesse caso de infidelidade conjugal, como em qualquer outro tipo de traição, as reações pessoais vão depender de cada um – quer aqui, nesta vida, quer no plano espiritual.
No entanto, podemos dizer que as dores que mais causam sofrimento nas pessoas são as dores morais, aquelas que afetam a alma, deixando marcas profundas no sentimento. Há pessoas que não estão preparadas para compreender o erro do outro e que sofrem muito, mas há aquelas que são capazes de assimilar tais situações com relativa tranqüilidade. É claro que o sofrimento maior não é causado pelo fato em si, mas pela forma como reagimos ao fato. Por isso, alguns suportam traições sem muito sofrimento e outros chegam às raias do desespero e do desequilíbrio.
Contudo, qualquer que seja a situação, existe o que chamamos de dívida moral. Essa dívida acontece em toda situação em que prejudicamos alguém ou em que alguém nos prejudica pessoalmente. Quando o ofendido é bom e compreensivo, ele vai fazer um grande esforço para assimilar a traição sem muito ruído. Neste caso, automaticamente, ele transfere seu sofrimento para quem o traiu, porque o traidor, no caso (se não agora), no futuro, acabará tomando consciência do prejuízo causado e se sentirá devedor da pessoa que traiu. Esse sentimento de culpa lhe acarretará sofrimentos morais.
Quanto ao reencontro de um casal nessas condições em outra vida, com certeza, mais cedo ou mais tarde, isso vai acontecer. Todavia, não necessariamente como marido e mulher, já que a experiência anterior foi desastrosa, mas possivelmente em outra condição ( como mãe e filho, pai e filha, por exemplo), em que eles possam se entender melhor. Na verdade, precisamos considerar que, mesmo num caso de infidelidade conjugal, ninguém pode assegurar com precisão quem é mais ou quem é menos culpado.
No livro “OBREIROS DA VIDA ETERNA”, André Luiz conta o caso de Cavalcante e sua reação diante da morte. O relato dá ênfase à questão da consciência culpada e às dificuldades que ela cria no processo de desencarnação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário