faça sua pesquisa

domingo, 16 de março de 2025

-JESUS TERIA SIDO UM MITO? EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Uma das inteligências mais impregnadas do pensamento espírita no século XX, foi o professor de Filosofia, Jornalista e escritor J. Herculano Pires. Com ele, a divulgação do Espiritismo ganhou importante espaço na mídia impressa e radiofônica, neste caso em particular através de um programa que esclareceu muitas dúvidas de interessados na visão espírita sobre variadas questões: NO LIMIAR DO AMANHÃ. Valiosos conhecimentos foram ali desdobrados e alguns admiradores da época recuperaram as opiniões do Professor e os enfeixaram em livro pouco conhecido. Dentre as dúvidas levantadas e ali preservadas destacamos uma tão interessante quanto curiosa: JESUS FOI UM MITO APENAS? Com a palavra Herculano Pires: -“A ideia de que Jesus é um “mito” levou alguns pensadores europeus a publicarem livros a respeito. Mas todo o esforço nesse sentido foi mal dado, diante daquilo que Deus negou a esses pensadores, isto é, diante das provas históricas irrefutáveis da existência de Jesus. Pois Jesus não está na História. Ele fez a História. O mundo em que vivemos é o mundo cristão e o mundo cristão nasceu de que? Dos ensinamentos de Jesus. Alguns naturalmente se apegam a certas exposições de pensadores materialistas, que querem negar a existência de Jesus. Mas a mesma é tão mais firmada na História do que qualquer outra. Além disso, os fatos comprovados e investigados atualmente, nas pesquisas universitárias, não apenas nas pesquisas dos religiosos, mostram que realmente Jesus existiu, foi um homem, agiu intensamente na Palestina, criou uma nova concepção do mundo, que foi registrada pelos seus discípulos, aparecendo mais tarde nas formulações dos Evangelhos. Poderão dizer, por exemplo: Os Evangelhos foram escritos muito depois da morte de Jesus (...). Ernesto Renan, por exemplo, que foi o grande investigador histórico, famoso por suas obras de investigação da história do Cristianismo, tem livros dedicados aos Evangelhos em que explica pormenorizadamente e afirma, de maneira decisiva, que os mesmos nasceram do círculo dos mais íntimos de Jesus, dos seus familiares, dos seus discípulos, daqueles que privaram com Ele. Passados mais de cem anos depois de Renan, aparece na França Charles Lindenberg, grande pesquisador e professor de história do Cristianismo na Sorbonne, que afirma, depois de profundos estudos a respeito, a mesma coisa que Renan. Os Evangelhos nasceram nos círculos mais íntimos, ligados a Jesus, portanto procedem da fonte dos Seus ensinos orais. Se isso não bastasse para provar a existência de Jesus, existem todos os testemunhos, dados pelos apóstolos. Alguém pode dizer: não há na História um registro assim, por um historiador qualquer, da passagem de Jesus na Terra. Realmente, essa passagem foi obscura. Jesus viveu na época do mundo clássico greco-romano. O que era importante, no tempo, era a história de Roma e não a história da Palestina. O que se passava na Palestina tinha pouca importância. Quando o historiador judeu Josefo trata da história da Palestina, ele não dá atenção a Jesus, porque Jesus era um rabino popular. Ele era uma figura exponencial do mundo judaico; não era nem sequer um sacerdote do templo. Ele era um daqueles tipos de rabinos populares, mestres do povo, que andavam pela Palestina, ensinando. A grandeza de Jesus não era material, exterior. Não era dada pelos nomes, nem pelos títulos. Era a grandeza moral e espiritual de Jesus que transparecia nos Seus ensinos. E a melhor grandeza desses ensinos se confirma pelos resultados que eles produziram no mundo. Qual foi o homem que, humildemente andando de sandálias, pelas praias de um lago humilde, como o lago de Genesaré, pregando nas estradas, nos povoados, nas ruas das cidades judaicas daquele tempo, numa província obscura do império romano, que era a Judéia, qual foi o homem, repito, que dessa humildade e nessa humildade conseguiu produzir, através simplesmente de palavras, ensinos orais, uma revolução total, que transformou a civilização greco-romana na Civilização Cristã? Quem conseguiu isso? Ninguém. Só Jesus. Esta é a maior prova, a mais decisiva prova de sua existência, do seu trabalho, da sua grandeza.



É fácil dizer que a gente tem de perdoar. Jesus disse : “perdoar 70 vezes 7”. Mas eu acho que isso não é tão simples assim. Quando penso que já perdoei o vigésimo que me ofendeu, percebo que ainda não consegui perdoar nem o primeiro. (V.P.O)


Você tem razão: não é fácil perdoar. Das virtudes, que Jesus ensinou, com certeza, é a mais difícil e a mais meritória. Agir com benevolência, ajudando alguém que necessita, qualquer um pode fazer, movido por um impulso de compaixão. Compreender a fraqueza moral do outro, sem censurá-lo por um erro que cometeu contra alguém, até que não é tão difícil assim. Mas perdoar quem nos ofende, quem nos prejudica, quem nos desejou o mal, esse, sem dúvida, é o maior desafio: é o auge da caridade.


Quando se fala em perdão, muitos pensam que perdoar é simplesmente “virar os olhos” para o ato que nos atingiu, como se aquilo nunca tivesse acontecido. Mas não é simples assim. É claro que “tentar esquecer” o mal, que nos atingiu, é um passo; mas não é único – é apenas o primeiro. É por isso que, muitas vezes, a pessoa pensa que perdoou, porque sabe que precisa perdoar. Então, ela tenta virar as costas para o problema, mas quando se depara com o ofensor, volta toda a sua raiva contra ele, como se a ofensa estivesse acabado de acontecer.


O perdão vai mais longe, pois implica em compreender o ofensor, e essa compreensão é, sem dúvida, um ingrediente do amor. Com certeza, as mães são as pessoas mais bem preparadas para o perdão, quando se trata de ofensa dos filhos. Elas podem ser ofendidas, machucadas, magoadas pelos filhos - mas, o amor que tem por eles é tamanho, que elas vão trabalhando esse sentimento dentro de si e, com o tempo, percebem que já venceram aquele ressentimento, pois não querem o mal para eles. Ao contrário, querem que sejam felizes e, por isso, verdadeiramente os compreendem e os perdoam. A compreensão consiste em se sentir no lugar do outro.


A dor da ofensa – que é uma dor moral – é comparável à dor causada por um ferimento no corpo. Se for um ferimento leve, pode passar logo; mas, se for profundo, vai exigir um tratamento prolongado. Cuidar da ferida, portanto, é fundamental; abandoná-la é temerário O problema é saber se, realmente, estamos dispostos a tratar essas feridas. Quando se trata de ofensa moral, que nos deixa uma mágoa profunda na alma, quase sempre não estamos dispostos a isso. Contudo, curtir o sofrimento, passando como vítima, até para chamar a atenção dos outros, pode ser até mesmo uma opção nossa, e é por isso que o perdão não acontece de fato.


Quando Jesus recomendou o perdão, ele o fez no sentido de estarmos dispostos a compreender aqueles que erram contra nós. Para ele, a intenção é fundamental. Se eu estiver disposto a perdoar, já percorri um bom caminho: mas não posso ficar apenas nessa intenção, não basta querer: é preciso trabalhar em mim aquele sentimento. Como? Compreendendo que não sou perfeito, que também erro, que também prejudico os outros, que também preciso de perdão pelos males que causei e que aquela pessoa, que me ofendeu – embora tenha errado – tanto quanto eu, também tem suas dificuldades para conviver bem com os outros.


Se eu continuar me olhando como bom e ver o outro como mau, jamais vou conseguir perdoá-lo: eis a chave da questão. Se eu não me conhecer a mim mesmo e não considerar que sou capaz de ferir, de magoar e de prejudicar, se eu não procurar me colocar no lugar do ofensor, para compreender seus motivos, não estarei a apto ao perdão, não conseguirei a superar a fase da revolta. O perdão, portanto, é um ato de humildade.


Entretanto, prezada ouvinte, existe uma virtude ainda maior que o perdão. É a virtude de não se deixar ofender. E só não deixa de ofender aquele quem tem conhecimento de si mesmo, pois só quem se conhece de verdade é capaz de compreender as imperfeições e as limitações dos outros. Estar preparado para não se ofender é ver as pessoas como verdadeiros irmãos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário