“Minha experiência me mostrou que a morte do corpo e do cérebro não é o fim da consciência, e que a existência humana continua no além-túmulo”, escreveu no Prólogo do seu livro UMA PROVA DO CÉU (2012; sextante), o Dr Eben Alexander III, acrescentando: -“O lugar onde estive era real. Tão real a ponto de fazer a vida no aqui e agora parecer uma ilusão”. Tudo se desdobrou em 2008, ao longo de sete angustiantes dias para seus familiares depois de o virem mergulhar num estado de coma numa madrugada de segunda-feira em que acordou, a princípio, com forte dor nas costas que acabou se pronunciando de forma mais aguda na cabeça, originada, saber-se-ia depois, pela infestação de uma variação bacteriana da meningite. Contrariando prognósticos normais que anteviam lesões graves no cérebro e mesmo a morte, o Dr. Eben, retornou à vida quando os colegas médicos comunicavam aos acompanhantes terem esgotado os recursos conhecidos, com uma única radical e definitiva mudança: a certeza de que a morte como é considerada pela dita ciência não existe. Conclusão baseada numa intensa vivência numa realidade nunca cogitada por ele anteriormente, cético que era. Profissional com 25 anos de experiência na área da neurocirurgia, concluiu que a lógica científica ainda não possui todas as respostas para os enigmas da vida. Explicações oferecidas, por sinal, pelo Espiritismo, como podemos perceber pela resposta em 1971, do Espírito Emmanuel através do médium Chico Xavier, em que se manifestando sobre o estado do paciente considerado em coma diz: -“Será de acordo com sua situação mental. Há casos em que o espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores Espirituais. São pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação. Em outros casos, os espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédio do períspirito, dispõem de uma relativa liberdade. Em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem as paisagens e os contatos com seres que já os precederam na passagem para a Vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos”. Foi o caso do Dr. Eben. Enquanto em nossa Dimensão, amigos especialistas se desdobravam na tentativa de entender e tirá-lo da situação complicada em que se encontrava sua saúde, sentiu-se transitar por regiões antes inimaginadas. No primeiro momento, sem ter noção exata do momento em que começou, viu-se ou sentiu-se, em meio à mais absoluta escuridão, rodeado “de alguns objetos, semelhantes a pequenas raízes, ou a vasos sanguíneos, em um grande útero lamacento. Com uma coloração vermelha, escura e brilhante, eles desciam de algum lugar muito lá em cima em direção a outro lugar igualmente distante lá embaixo, o que o fez de chama-lo de Região do Ponto de Vista da Minhoca”. Um mundo subterrâneo em que “caras grotescas de animais borbulhavam na lama, grunhiam, guinchavam, e desapareciam. Escutava urros medonhos, ora dando lugar a cânticos rítmicos e obscuros, ao mesmo tempo assustadores e curiosamente conhecidos”. A certa altura, atraído por uma luz giratória, passou por uma abertura, penetrando num mundo inteiramente novo, para o qual adjetivos como brilhante, vibrante, arrebatador, maravilhoso, são pobres para descrever. Em meio ao deslumbramento, avista uma menina, bela, com maçãs do rosto salientes e olhos de um azul profundo, que, fitando-o de forma arrebatadora, sem sonorizar palavras, tocou seu interior dizendo: -“Você é amado e valorizado imensamente, para sempre. Não há nada a temer. Não há nada que você possa fazer de errado. Nós lhe mostraremos muitas coisas aqui. Mas, no fim, você irá voltar”. Num estágio seguinte, “num lugar cheio de nuvens, avistou num ponto imensuravelmente mais alto, num aglomerado de esferas transparentes, seres deslumbrantes se deslocando em arco por todo o céu, deixando grandes rastros atrás de si. Seres, intuiu, mais evoluídos, Superiores”. Dúvidas fervilhavam em sua cabeça, contudo, “a cada questão que formulava, a resposta vinha instantaneamente em uma explosão de luz e beleza que o invadia por completo”. Noutro estágio, “viu-se entrando num imenso vazio, escuro, infinito em tamanho, mas também infinitamente prazeroso ao mesmo tempo, repleto de luz, em que se sentiu como que diante do Ser dos Seres”, que, entre outras coisas lhe diz, “não existir apenas um Universo, mas muitos – na verdade mais do que poderia conceber – e que o amor está no centro de todos eles”. A riquíssima narrativa do Dr. Eben, prossegue oferecendo instigantes elementos para nossas reflexões, inclusive sobre tais vivências serem absolutamente pessoais, como, a propósito revela a resposta dada pelo Espírito Emmanuel e transcrita neste texto.
Abrimos com uma pergunta formulada pelo José Luiz Vieira: “ Nós precisamos acreditar em Deus para ter fé ou só podemos fé se acreditarmos em Deus?”
Fé, José Luiz, é um sentimento que não precisa ser necessariamente religioso. O ateu também tem sua fé. E , neste caso – você perguntaria – e qual é a crença do ateu? É a crença de que Deus não existe. Mas essa fé está muito longe de ter a consistência e a beleza da fé do verdadeiro crente. Vamos dizer por quê. É que a fé é um sentimento indispensável à vida, pois é ele que nos transmite confiança, que nos proporciona segurança; sem a fé não há condição emocional para encararmos nossos problemas. Se Deus não existisse, todos estaríamos relegados às circunstâncias fortuitas de um mundo sem regras e sem leis; estaríamos à mercê do acaso ou da sorte, sendo assim, a vida careceria de um sentido elevado, não teria uma finalidade nobre e isso acabaria com as nossas esperanças e até com o senso de justiça.
Nenhum pai e nenhuma mãe têm o direito de deixar de ensinar Deus aos seus filhos, quando eles são ainda crianças. É a crença em Deus que nos proporciona a certeza de que não estamos sozinhos no mundo - atirados à própria sorte, principalmente nos momentos em que não podemos ter ninguém por perto. É a crença em Deus que nos convence de que vale a pena viver e lutar por um ideal, que ( independentemente dos problemas que nos aconteçam) há uma destinação superior para cada um de nós; que o bem vencerá o mal, que a justiça é uma coisa certa e que, portanto, há um sentido superior para a vida, ao qual devemos nos apegar sempre, na certeza de que um dia vamos encontrar a verdadeira felicidade.
Um mundo sem Deus, seria um mundo frio, injusto, cruel, violento e enganoso. Não haveria lugar para o bem e para a verdade, para o amor e para a justiça. Nesse caso, o bem, a verdade e a justiça ( em que todos acreditamos) seriam apenas criações humanas, que nasceriam e morreriam com os homens. Sem Deus, como disse o escritor russo Dostoiewsky, tudo seria permitido, até mesmo o ideal de ser egoísta e cruel., a ponto de transformar o mundo num reino de maldade e ignorância.
A descrença não é compatível com a natureza humana. Em todos os povos e em todas as épocas, tudo revelou a existência de um poder além da matéria e o homem sempre se convenceu, por meio da intuição, que é um espírito imortal. A descrença só contribuiu para a autonegação, na medida em que atribui tudo ao acaso, às circunstâncias de um mundo que não tem sentido, que existe por existir ( sem objetivo, sem finalidade) e que, portanto, caminharia para a desorganização, para o caos e para a destruição.
A crença em Deus, por outro lado, independente da religião que a pessoa professe, é o maior estímulo ao bem, à verdade, ao amor, à justiça e á felicidade. Tanto assim que o suicídio – ou a autodestruição – é o ponto mais terrível de todo o sofrimento humano – justamente porque o individuo, que chegou à condição de querer acabar com a própria vida, perdeu o sentido da existência, não tem mais perspectiva de nada, caiu no vazio existencial, onde não há mais esperança, pois, em tais circunstâncias, ele perdeu a noção de vida, precisamente porque perdeu a noção de Deus. Pense nisso.
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