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segunda-feira, 24 de março de 2025

- O ONIBUS DE UMUARAMA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

A morte de 19 pessoas carbonizadas em acidente envolvendo um ônibus e uma caminhão durante ultrapassagem em local proibido em estrada brasileira na manhã de 31 de outubro de 2016,suscita indagações do tipo: porque Deus permite tragédias como essa? Questões assim encontram no Espiritismo explicações lógicas diferentes da tradicional “Deus assim quis”. Começando com O LIVRO DOS ESPÍRITOS que afirma que “não há de fatal, no verdadeiro sentido da palavra, senão o instante da morte. Quando esse momento chega, seja por um meio ou outro, não podeis dele vos livrar”. Revela o Espiritismo sermos Individualidades que na condição de Espíritos trabalhamos pela nossa evolução na direção da Paz e da Felicidade. O próprio Allan Kardec pondera que “a pluralidade das existências é uma das Leis mais importantes reveladas pelo Espiritismo, no sentido que lhe demonstra a realidade e a necessidade para o progresso. Por esta Lei, o homem explica todas as anomalias aparentes que a vida humana apresenta; as diferenças de posições sociais; as mortes prematuras que, sem a reencarnação, tornariam inúteis para a alma as vidas precocemente interrompidas; a desigualdade das aptidões intelectuais e morais, explicadas pela antiguidade do Espírito, que mais ou menos viveu, mais ou menos aprendeu e progrediu, e que traz, em renascendo, a aquisição de suas existências anteriores”. Quando da ocorrência do incêndio do Edifício Andraus, na capital paulista em 24 de fevereiro de 1972, resultando na morte de 16 pessoas e dezenas de feridos, o Espírito Emmanuel em mensagem psicografada por Chico Xavier, explicou que “quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente. É assim que, muitas vezes, renascemos no Planeta em grupos compromissados para a redenção para a redenção múltipla. Acrescenta que “corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis em nos observando no além com os problemas da culpa, solicitamos retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação”. Segundo ele, “criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as consequências, “motivo pelo qual, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração”. Ilustrando o tema, o Professor Herculano Pires lembra que “as Civilizações Antigas – como o demonstra a própria Biblia -, são cenários de apavorantes crimes coletivos, porque o homem amava mais a si mesmo do que aos semelhantes e a Deus. Nas Civilizações modernas, tocadas pela luz do Cristianismo, os processos de autopunição se intensificam”. Quando do Incêndio do Joelma em 1 de fevereiro de 1974, matando 191 pessoas e ferindo 300, comentando mensagem psicografada sobre o tema, o Professor Herculano observa que “o fogo era largamente usado. Encurralavam-se prisioneiros em prédios altos, que eram incendiados para que morressem nas chamas. Na queda de Jerusalém, em 1099, os judeus da cidade foram reunidos na Sinagoga e queimados vivos, crimes hediondos que provocaram resgates a longo prazo”. O expressivo documentário resultante das psicografias publicamente produzidas pelo médium Chico Xavier inclui alguns depoimentos de vítimas de incêndios.



Vi uma reportagem de um médico que ajuda as pessoas a morrer. Esse médico acha que está prestando um grande serviço para a humanidade, porque diminui sofrimento daquelas pessoas que não agüentam mais sofrer e que não têm mais esperança de cura. Como devemos encarar esse caso do ponto de vista da Doutrina Espírita? (JANETE MANCUZO DA SILVA)


Essa reportagem foi apresentada no programa “Fantástico” e se refere a um médico da Holanda, já que, na Holanda, a eutanásia é permitida por lei. Eutanásia é a antecipação da morte do paciente para que ele não sofra mais do que já está sofrendo, prática proibida na maioria dos países (como no Brasil, por exemplo), e que, geralmente, é combatida pelas religiões cristãs e pelo próprio Espiritismo. Vamos falar um pouco a respeito, procurando dirimir sua dúvida, prezado ouvinte.


Aparentemente, a eutanásia poderia ser um bem; mas só aparentemente. Isso se levarmos em consideração que a vida é apenas esta que estamos vivendo aqui na Terra, uma vez que a dor, o sofrimento, é uma condição inerente à vida - o que quer dizer que “sem vida não há dor”. Portanto, quem acredita apenas nesta vida, quem não concebe a vida após a morte, tampouco a vida antes da morte – ou seja, quem não acredita que somos Espíritos em evolução – deve estar certo na sua maneira de pensar e deve estar com a sua consciência tranqüila em relação à eutanásia ou ao suicídio. Todavia, quem concebe a vida além desta, quem acredita em Deus, jamais poderia aceitar essas práticas. Vejamos por quê.


Se partirmos da concepção de Deus, como perfeição absoluta, necessariamente temos de considerar que, além de uma Bondade Divina, existe uma Justiça Perfeita e que, portanto, não é possível que esta vida - tão curta, tão incerta e, ao mesmo tempo, tão atribulada e sofrida - seja a única oportunidade que Deus nos oferece. Se fosse, é claro, não haveria justiça, e todos estaríamos relegados ou abandonados a um destino incerto e cruel, principalmente aqueles que já nascem nas mais terríveis condições, que passam a vida sofrendo e que terminam seus dias sob o guante inexorável da dor e da morte. Que diríamos, então, das criancinhas que morrem muito cedo ante o desespero dos pais, sem sequer experimentar as alegrias da vida, sem compreender o que lhes acontece? Terrível seria o destino humano, submetido às leis do acaso, se nada houvesse depois!...


Mas, quem crê em Deus, sabe que a vida tem um sentido e que não é apenas o sentido que conseguimos dar a ela, mas muito mais que isso; que somos seres inteligentes em busca de realização e felicidade; que assim como viemos de Deus, todos voltamos a Ele – pois, Deus sendo perfeito e todo-poderoso – nada perde de sua criação; que não é por mero acaso que todos sofremos; que as dores têm uma recompensa, pois estamos nos transformando, evoluindo, progredindo sempre. Sabe, por isso mesmo, que – se a vida não termina com a morte, nem começa com o nascimento – continuamos além dela, experimentando novas etapas evolutivas; que a morte não interrompe nossa caminhada, apenas nos faz entrar numa nova fase de desenvolvimento.


Neste caso, a eutanásia perde o sentido, pois o período de vida, que se interrompe, por menor que seja, é necessário para a nossa evolução. O Espiritismo nos esclarece que a vida na Terra é uma preciosa dádiva para o Espírito, que deve aproveitá-la até o último segundo. Somente a concepção da reencarnação – que nos faz entender que participamos de um ciclo evolutivo de vidas – confere à vida um valor inestimável. Para o materialista, o valor da vida pode ser medido pelo espaço de tempo que vai da concepção à morte; para o religioso comum, que não acredita na reencarnação, também não vai além disso, visto que, depois da morte, não há mais oportunidade de vida biológica. Mas, para o reencarnacionista, a vida é sempre uma oportunidade preciosa de experiência e de crescimento, mesmo que ela seja extremamente curta.


O Espírito reencarna para progredir e o progresso, em nosso estágio evolutivo, concentra-se, quase todo ele, nas experiências mais difíceis. É a dificuldade que nos ensina – muito mais do que as comodidades. Embora busquemos o conforto, porque essa é a meta de todos, precisamos compreender que o sofrimento é caminho e que, sem dor e sem sacrifício, não se consegue nada de compensador. Logo, aquele que quer interromper sua vida, pensando livrar-se no sofrimento, está muitíssimo enganado: o sofrimento não termina com a morte. Possivelmente, seus últimos sofrimentos seriam o termo de uma fase para passar para outra melhor e, nesse caso, ele vai perder essa oportunidade e ter de começar tudo de novo. Por isso, a Doutrina Espírita é contra a eutanásia e contra o suicídio, porque sabe que tais práticas são prejudiciais ao crescimento espiritual, e se constituírem em verdadeiras fugas da vida.


Se esse médico, que tem essa concepção materialista da vida e que está praticando eutanásia, será que ele não estaria fazendo um bem?. Do ponto de vista dele, sim. Todos nós erramos, querendo acertar. Isso realmente acontece, porque não somos perfeitos. Mas, mesmo assim, nossos erros (mesmo quando produto de nossa ignorância) têm seu preço. Temos de responder por eles, mais cedo ou mais tarde, pois todos precisamos aprender. É a lei da vida, é a Lei de Deus. O fato de uma pessoa cometer um erro, pensando que está acertando – como no caso desse médico – apenas lhe confere uma atenuante (ou seja, é menos grave do que se ele tivesse consciência do que está fazendo), mas não lhe tira a responsabilidade pelo prejuízo causado. A culpa, portanto, existe; o que não existe é a intenção de prejudicar.


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