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sexta-feira, 4 de abril de 2025

COMO SE ESTIVESSEMOS NA CONTRAMÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Alguém comenta: -“A situação do planeta deve-se ao aumento acelerado da população!”. Em opinião expressa em publicação espiritualista resgatada e preservada integralmente no livro SALA DE VISITAS DE CHICO XAVIER (eme), do pesquisador Eduardo Carvalho Monteiro, o Espírito Emmanuel através de Chico Xavier, afirmou que “grandes imensidades territoriais, na América, na África e na Ásia, nos desafiam a capacidade de trabalho”. Mais à frente acrescentaria que “aqui mesmo, no Brasil, numa Nação com a capacidade de asilar novecentos milhões de habitantes, em quatrocentos e alguns anos de evolução, mal estamos, os Espíritos reencarnados na Terra, mal estamos passando das faixas litorâneas”. O comentário expresso seis décadas atrás, somente merece retoque no aspecto das faixas litorâneas. O problema da escassez de alimentos somente pode se justificar pelo predomínio do egoísmo e do orgulho observado no comportamento humano. Porque se analisarmos a relação custo/benefício da posse de grandes extensões de terra apenas para lazer eventual em pequeno espaço que abrange, por vezes, alguns equipamentos como quadras e piscina; do apartamento de cobertura que abriga duas ou três pessoas; do suntuoso imóvel de revolucionárias linhas arquitetônicas incrustado em área rural acessado vez ou outra; do carro de alto preço e grande potência de uso limitado pelas leis de trânsito; entre outros aspectos, concluiremos pela irracionalidade e insensatez desses “sonhos de consumo”. A questão da alimentação necessária para a manutenção do corpo humano merece reflexão. Em livro do Espírito André Luiz, através do médium Chico Xavier, encontramos que setenta porcento do que nutre a máquina física resulta da respiração, cabendo aos trinta porcento restantes a função de complementação sólida necessária pelos desgastes impostos pelas atividades desenvolvidas. Em outras palavras nosso apetite por dietas variadas satisfazem apenas nossos sentidos e não necessidades. A inteligência do homem desenvolveu tecnologias capazes de produzir alimentos em regiões desérticas, de extrair o sal da água do mar como mostram os grandes navios de cruzeiros marítimos. Analisando a questão do gozo dos bens da Terra nas questões 711 e 714ª d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, a Espiritualidade explicou a Allan Kardec que o “direito do uso dos bens da Terra é a consequência da necessidade de viver, que esses atrativos servem para instigar o homem no cumprimento da sua missão e também para o provar na tentação, cujo objetivo é desenvolver a razão que deve preservá-lo dos excessos, advertindo que o homem que procura nos excessos de toda espécie um refinamento dos seus gozos, é uma pobre criatura que devemos lastimar e não invejar, porque está bem próximo da morte física e moral”, ao que Kardec comenta que “esse indivíduo coloca-se abaixo dos animais, pois estes sabem limitar-se à satisfação de suas necessidades e que tal criatura abdica da razão que Deus lhe deu para guia e quanto maiores forem seus excessos, maior é o império que concede à sua natureza animal sobre a espiritual, sendo as doenças, a decadência, e apropria morte, as consequências do abuso, constituindo uma punição da transgressão da Lei de Deus”. No mesmo capítulo lei de conservação, da obra citada, encontramos que a Terra é capaz de produzir o necessário a todos os seus habitantes, sendo útil apenas o necessário, jamais o supérfluo”, acrescentando que “se ela não supre a todas as necessidades é porque o homem emprega no supérfluo o que se destina ao necessário, não sendo a natureza a imprevidente, mas o homem que não sabe regular-se, devendo-se ao egoísmo dos homens que nem sempre fazem o que devem, a falta dos meios de subsistência que faltam a certos indivíduos, mesmo em meio da abundância que os cerca”. Pondera Kardec em observação adicional que “se a Civilização multiplica as necessidades também multiplica as fontes de trabalho e os meios de vida(...). A Natureza não poderia ser responsável pelos vícios da organização social e pelas consequências da ambição e do amor próprio”.



Um ouvinte, que não quer se identificar, faz duas perguntas. Primeiro, ele questiona o seguinte: “ Por que Jesus não ensinou que a vida continua, que os espíritos se comunicam, que nós reencarnamos, que não existe céu nem inferno – e outras coisas mais que o Espiritismo ensina? Não seria mais fácil, se ele deixasse tudo claro, desde aquele tempo, e não deixasse as religiões passarem por tanta dificuldade, disputando entre si a procura da verdade? Por que tudo tem de ser tão complicado?



Sua colocação nos leva a uma importante consideração sobre a verdade. Nós todos, seres humanos, sempre pensamos na verdade como uma coisa ideal, a que todos nós deveríamos ter acesso com muita facilidade. Gostaríamos de saber tudo sobre a vida e de não precisar enfrentar nenhum mistério. Contudo, as coisas são bem diferentes do que gostaríamos que fossem. Os pais, por exemplo, gostariam de ensinar tudo aos seus filhos, desde que nascem: mas isso é impossível. As crianças aprendem de acordo com a maturidade que alcançaram. Você não ensina a uma criança de pré-escola aquilo que só vai poder aprender quando estiver na universidade. Assim a humanidade, que também passa por períodos de aprendizado.


Cada individuo, cada povo, em cada época, aprende de acordo com a sua capacidade de entendimento da vida e do mundo. O ser humano, desde que surgiu na Terra, levou milhares de séculos para descobrir o que hoje julgamos coisas elementares, como a utilização do fogo; outros milhares para conseguir inventar a roda, e assim por diante. Antes disso, ele não estava preparado para compreender essas coisas tão simples. Assim, em todas as idades e civilizações. Jesus não poderia vir com uma doutrina para a qual seu povo ainda não estava preparado: seria como querer ensinar física nuclear a uma criança de primeira série.


Tanto isso é verdade, conforme assinala João, o evangelista, que ele mesmo (Jesus) afirmou que não podia ensinar tudo, mas enviaria um Consolador, um Paracleto, ou o Espírito da Verdade que, além de relembrar tudo o que ele havia ensinado, ainda lhe ensinaria outras coisas que o povo ainda não estava em condições de compreender. É muito sintomático que Jesus não quisesse discutir princípios ou dogmas religiosos no seu tempo, mas apenas se detivesse no ensino moral, onde enfatizou a necessidade do amor: o resto viria por acréscimo.


É oportuno considerar que, praticamente, Jesus se restringiu ao amor, que é a primeira e a mais urgente lição para todos nós. Se ele passasse a discutir dogmas religiosos, como se costumava fazer na entre as religiões de seu tempo, teria perdido a oportunidade de ensinar a grandiosidade de sua doutrina, que colocava essas questões em segundo plano: tanto assim que ele não questionou os samaritanos, tampouco os judeus, sobre a presença de Deus no templo. Logo, fica claro que a verdade é algo complexo que cada um de nós – cada povo, cada doutrina – só vai alcançando ao longo do tempo.


Todavia, podemos lhe assegurar que, assim mesmo, Jesus deixou claro alguns pontos interessantes de sua concepção, como a imortalidade da alma, a comunicação dos Espíritos e a reencarnação. Basta ler os evangelhos com atenção e você vai verificar isso. A imortalidade está na idéia da vida depois da morte ( que os judeus chamavam de ressurreição); a comunicação mediúnica, nos diferentes casos de manifestações de Espíritos maus e ignorantes (conhecidos, na época, como espíritos malignos); a questão do “céu e do inferno”, ele resumiu na seguinte frase: “o reino de Deus está dentro de vós”; e a reencarnação em vários episódios, como aquele em que ele mesmo afirmou claramente que João Batista (seu primo) era Elias, ou seja, João era a reencarnação do profeta, que tinha vivido 9 séculos antes.


Assim, a Doutrina Espírita, reiterando o que Jesus ensinou há 2 mil anos e expondo esses pontos de forma clara e objetiva, só pôde surgir há cerca de 160 anos. Por quê? Porque nessa época a humanidade já havia chegado à fase científica, muitos outros conhecimentos já se haviam acrescentado à cultura humana e já era possível estabelecer novas verdades que, até então, não era possível entender. Contudo, o Espiritismo também não constitui a última palavra: não há ultima palavra. Os conhecimentos humanos mudam todo dia. À medida que a humanidade evolui, novas verdades sempre vão sendo acrescentadas, pois todos nós somos Espíritos em constante evolução.

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